03/11/2014
A proposta está inserida no PNCE (Plano Nacional da Cultura Exportadora), programa coordenado pelo Mdic (Ministério da Indústria e Comércio Exterior) e no Estado, pela Seplan (Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico), divulgado durante um seminário, coordenado por órgãos dos dois governos, quinta-feira (30), no auditório Auton Furtado Júnior, da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas).
O coordenador geral de Programas de Apoio à Exportação da Secex/Mdic (Secretaria de Comércio Exterior), Flávio Pimentel, que participou do um seminário, afirma que o Amazonas precisa ter um mercado exportador independente da produção obtida na ZFM (Zona Franca de Manaus). Para isso, ele destaca a necessidade de maiores investimentos. “O Estado ainda é muito dependente da ZFM, isso é um fato. O governo estadual tem apresentado propostas na tentativa de ampliar as exportações para outros segmentos produtivos não instalados no PIM. Estamos aqui para apoiar e apresentar nossos programas aos empresários. Isso é cultura exportadora”, disse.
Um dos principais projetos voltados ao desenvolvimento da cultura exportadora do Estado é a extração do óleo de pau-rosa, do qual se extrai a substância linalol (utilizada como fixador de perfumes). Esse trabalho, em parceria com o governo japonês, tem como base a intensificação do plantio do pau-rosa; outra iniciativa é o investimento na produção artesã, assim como na fabricação de joias, biojoias fármacos, cosméticos e produção de ervas. “Toda e qualquer iniciativa que busque ampliar a pauta de exportação do Estado para diminuir a concentração dos produtos da ZFM é válida. Esses produtos são inovadores e diferenciados. Devem ser trabalhados para a venda no mercado interno e externo”, frisou.
De acordo com o secretário adjunto de Políticas Setoriais da Seplan, Appio Tolentino, o PNCE, a nível estadual, busca caminhos alternativos para o desenvolvimento das exportações do Estado fora do projeto ZFM. Ele explica que o projeto visa o alcance aos empresários da capital e do interior. “Queremos mostrar que o processo de exportação não é tão complicado o quanto se pensa. O trabalho conjunto com o ministério tem o intuito de ensinar os procedimentos que permitam o empresário fazer sua primeira exportação e daí por diante”, explicou.
O secretário ainda adiantou que daqui a alguns dias a Seplan irá disponibilizar um especialista treinado para auxiliar os pequenos e micros empresários quanto aos procedimentos para o trabalho com a exportação. “A ideia é alcançar mercados na Europa, Estados Unidos e América do Sul. É possível que isso aconteça a curto prazo porque nossos produtos são de boa qualidade, verdadeiras obras primas, só precisam ser divulgadas. Para isso, utilizamos as feiras”, destaca.
Segundo Pimentel, o primeiro passo para uma empresa se tornar exportadora é a conscientização de que ela quer atender ao mercado externo. Para isso, o empreendimento deve apresentar um produto qualificado ao mercado interno. Outro fator importante, citado por ele, é a preparação da empresa para a participação em uma feira internacional, onde seu produto será exibido. “Existe todo um caminho a ser percorrido. O produto qualificado deve ter aceitação no mercado interno porque isso vai mostrar as ações que devem ser seguidas até chegar à realização das comercializações externas”, comenta. “Também é importante que os empreendimentos sigam uma metodologia adequada”, completa.
Para o coordenador, o principal empecilho para que um empresário consiga exportar seu material é a falta de informação. Por meio de parcerias firmadas com instituições estaduais e demais órgãos voltados ao setor de exportação nacional o ministério chega aos empresários do país para explicar como eles podem chegar às exportações. “Não se consegue transmitir todas as informações necessárias às empresas. Isso é importante para o início do processo”.
Pimentel informou que a nível nacional cerca de 50% da base exportadora está concentrada em minério de ferro, soja e derivados, e carne. No Brasil existem 20 mil empresas exportadoras e 50 delas respondem pela metade da exportação.
Fonte: JCAM