24/01/2019
Notícia publicada pelo Em Tempo Online
Emerson Quaresma e Agências
Sustentado principalmente pelo
setor de serviços, o Amazonas fechou 2018
com saldo positivo de 6.569 empregos
formais, um quantitativo bem superior ao
saldo de apenas 78 postos com carteira
assinada no encerramento de 2017, segundo
dados do Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (Caged), divulgados nesta
terça (23) pela Secretaria Especial de
Previdência e Trabalho do Ministério da
Economia.
Na contagem geral de todos os setores, o Amazonas admitiu ao longo do ano passado 137.425 trabalhadores e desligou 130.856.
Apesar do resultado positivo nos dozes meses
em relação a 2017, o mês de dezembro
fechou as contratações de carteira assinada
com saldo negativo de 1.602 empregos, um
quantitativo menor do que no ano anterior,
que encerrou com saldo negativo de 2.002
postos, uma diferença de quase 20%.
Enquanto os setores admitiram 8.344
trabalhadores no último mês de 2018, eles
desligaram 9.946 pessoas.
No comparativo anual, com um saldo
positivo de 5.201 empregos formais, o setor
de serviços foi o responsável pelo melhor
resultado de 2018. O comércio veio em
segundo lugar com um saldo de 3.116 postos
de trabalhos com carteira assinada.
A construção civil e a indústria de
transformação foram os responsáveis pelos
maiores saldos negativos do ano passado, no
Amazonas, com menos 1.025 e 954 vagas de
trabalho, respectivamente.
No País, o Brasil encerrou 2018 com saldo
positivo de 529,5 mil empregos formais. Foi
o primeiro saldo positivo desde 2014, quando
houve geração de 420,6 mil empregos
formais. O setor que gerou o maior saldo
positivo de empregos formais foi o de
serviços, com 398,6 mil, seguido pelo
comércio (102 mil).
A administração pública foi a única a
registrar no País saldo negativo, com 4,19 mil
empregos a menos. De acordo com a
secretaria, essas demissões no serviço
público devem ter ocorrido pela restrição
fiscal em Estados e municípios e são
referentes apenas a trabalhadores celetistas.
São Paulo foi o Estado que mais gerou
empregos (146,6 mil), seguido por Minas
Gerais (81,9 mil) e Santa Catarina (41,7 mil).
Os maiores saldos negativos foram Mato
Grosso do Sul (3,1 mil), Acre (961) e Roraima
(397).
Reforma Trabalhista
Com relação às mudanças introduzidas pela
nova lei trabalhista, no acumulado do ano, o
Caged registrou 163,7 mil desligamentos por
acordo entre empregador e empregado.
Na modalidade de trabalho intermitente, em
que o empregado recebe por horas de
trabalho, o saldo positivo de geração de
empregos superou 50 mil, a maioria no setor
de serviços (21,8 mil).
O trabalho parcial registrou saldo positivo de
21,3 mil de contratos de trabalho. No total
das duas modalidades, cerca de 3 mil
trabalhadores tinham mais de um contrato
de trabalho.
De acordo com o diretor de Emprego e
Renda do Ministério da Economia, Mário
Magalhães, o trabalho intermitente e parcial
foram os responsáveis por 9,7% do saldo
total de empregos formais em 2018.
Salário
O salário médio de admissão em dezembro
de 2018 ficou em R$ 1.531,28 e o de
demissão, R$ 1.729,51. Em termos reais
(descontada a inflação), houve crescimento
de 0,21% no salário de admissão e perda de
1,39%, no de desligamento, em comparação
ao mesmo mês do ano anterior.
O secretário do Trabalho, Bruno Dalcolmo,
reconheceu que “ainda é bastante pequeno” o
crescimento real do salário de admissão.
Segundo ele, o aumento do salário em
período de retomada da economia é gradual.
“Os salários tendem a demorar um pouco
para subir”.
Segundo ele, na retoma da econômica, após
período de recessão, primeiro há aumento da
informalidade, depois vem a contratação com
carteira assinada e só então, os salários
passam a subir gradualmente.
Dezembro
De acordo com a secretaria, em dezembro,
devido às características habituais do período
para alguns setores, houve retração no
mercado formal. A queda no mês ficou em
334,4 mil postos, resultado de 961,1 mil
admissões e 1,2 milhão de desligamentos.
No mês, apenas o setor de comércio registrou
saldo positivo (19,6 mil postos). A indústria
da transformação foi o setor que registrou a
maior retração (118 mil), seguida serviços
(117,4 mil) e construção civil (51,6 mil).
Segundo Magalhães, em dezembro, a
indústria costuma demitir, depois de atender
a demanda de final de ano do comércio. “A
agropecuária está em período de
entressafra”, acrescentou. Ele citou ainda
que no setor de serviços, o peso maior é os
segmentos de ensino, com demissão de
tralhadores temporários tanto na iniciativa
privada quanto na pública. “Apenas o
comércio que ainda pode permanecer
contratador. Construção civil tem período de chuvas, com suspensão dessas atividades de
obras”.