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Amazonas ensaia recuperação em novembro na prévia do PIB

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26/01/2021

Fonte: Jornal do Commercio

Marco Dassori

O Amazonas se recuperou na prévia do PIB de novembro e voltou a registrar desempenho acima da média nacional. Houve avanço de 1,54% ante outubro, em contraste com retração anterior (-1,04%). O Estado também cresceu 3,16% em relação a novembro de 2019, com mais vigor do que um mês antes (+2,33%), mas seguiu longe de reverter as perdas impostas pela pandemia para tirar o acumulado do vermelho (-3,44%). Os respectivos números nacionais foram +0,59%; -0,83% e -4,63%.

Na média móvel trimestral, o PIB amazonense aumentou 8,43%, na comparação com o aglutinado de setembro/outubro/novembro (já afetado por desabastecimento, apreciação do dólar e aumento da inflação) com junho/julho/agosto (ainda marcado pela flexibilização pós-primeira onda). Em relação ao mesmo trimestre do ano passado –base de comparação que já sinalizava números mais fortes, pela sazonalidade –, o Estado aparece com elevação de 2,90% no volume de produção de bens e serviços.

Os dados são do IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central). Visto pelo mercado como uma antecipação do resultado do PIB, o indicador é uma forma de avaliar a evolução da atividade econômica e ajuda a autoridade monetária a decidir sobre a taxa básica de juros, além de ajudar investidores e empresas a adotarem medidas de curto prazo. A metodologia é diferente da empregada pelo IBGE, que calcula o PIB brasileiro.

Embora incorpore dados sobre os setores da indústria, comércio e serviços e agropecuária, além do volume de impostos, o cálculo do BC (Banco Central) não informa o desempenho de cada um. Números do IBGE referentes ao período, no entanto, já haviam apontado a continuidade do processo de recuperação da economia amazonense, em setembro, com reflexos positivos também na arrecadação estadual, segundo a Sefaz (Secretaria de Estado da Fazenda).

Setores e arrecadação

A indústria amazonense acelerou a marcha, na passagem de outubro para novembro de 2020, e registrou avanço de 3,4%, suplantando o decréscimo anterior de 0,7%. Em mais um mês com desabastecimentos pontuais de insumos, o setor também fechou novamente no azul na comparação com o mesmo período de 2019 (+7,8%). Mas, os acumulados do ano (-7,2%) e dos últimos 12 meses (-6%) seguem devendo.

Em paralelo, nem mesmo o Black Friday salvou o varejo amazonense de retroceder 1,2%, entre outubro e novembro, depois do acréscimo do mês anterior (+1,7%). Em relação ao resultado de novembro de 2019, o volume de vendas ainda escalou 9,6%. Apesar da nova retração, o comércio local conseguiu emendar o quinto acumulado do ano no azul (+7,1%), desde a eclosão da crise da covid-19, e se manteve ascendente no aglutinado de 12 meses (+7%).

Nem mesmo o Black Friday salvou o varejo amazonense de retroceder 1,2%, entre outubro e novembro

O volume de serviços registrado no Estado, por outro lado, subiu 3,7% ante outubro de 2020, em desempenho assimétrico ao do levantamento anterior (-3,7%). No confronto com novembro de 2019, também houve retorno ao terreno positivo (+3,9%). Embora já encoste na linha divisória, o acumulado do ano (-0,3%) segue no vermelho, ao passo que o aglutinado de 12 meses cresceu 0,5%.

Já os dados da Sefaz, indicam que a receita tributária estadual ficou positiva em todas as comparações, em novembro. A soma de impostos, taxas e contribuições totalizou R$ 1,21 bilhão nominais, com altas de 13,03% sobre o mesmo mês de 2019 (R$ 1,07 bilhão) e de 8,70% ante outubro de 2020 (R$ 1,16 bilhão). O acumulado avançou 8,67% em preços correntes, com R$ 10,99 bilhões (2020) contra R$ 10,11 bilhões (2019). Descontada a inflação, as variações anual e acumulada subiram 8,36% e 5,33%, respectivamente.

“Panorama de incertezas”

Indagado sobre os motivos e diferenciais regionais para os números, o presidente do Sindecon-AM (Sindicato dos Economistas do Estado do Amazonas), Marcus Evangelista, lembra que a produção local tem característica diferente das demais áreas do país, sendo voltada prioritariamente a outros Estados ou países. Para o economista, o último trimestre do ano acabou se destacando em função da confiança do consumidor na superação da pandemia e as festas de fim de ano, aumentando as indicações a favor do Amazonas. Mas, o começo de 2021 reforça incertezas.

“Infelizmente, veio a segunda onda, iniciando fortemente no Amazonas e já dando sinais que se alastrará para demais regiões do país. A notícia da chegada da vacina trouxe um alívio. Porém, ao se analisar o calendário de vacinação, percebe-se que teremos um longo tempo pela frente, até termos a tão esperada imunidade da população brasileira. Diante desse panorama de incertezas, temos a impossibilidade de prever, ou até mesmo opinar sobre o futuro da economia. Sendo otimista, espera-se que possamos ter uma retomada lenta, a partir do segundo semestre do ano”, concluiu.

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