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Amazonas é um ponto fora da curva na economia nacional

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28/02/2020

Fonte: Jornal do Commercio

O Amazonas foi um ponto fora da curva no país em 2019, em termos de atividade econômica, segundo apontam os dados do IBC-Br (Índice de Atividade Econômica). Com alta de 4,61% sobre 2018 e bem acima da média nacional (+0,89%), o Estado apresentou o melhor resultado entre as unidades federativas brasileiras, sendo acompanhado à distância por São Paulo (+2,75%), Santa Catarina (+2,54%), Goiás (+2,29%) e Paraná (+2,10%).

Considerado uma prévia da pesquisa do IBGE para o PIB nacional e dos Estados, o indicador do BC (Banco Central) não apresenta desdobramentos por setor econômico e conta com metodologia diferente. Os índices consolidados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, contudo, permitem concluir que boa parte desse dinamismo veio, na ordem, do comércio, da indústria e da atividade de serviços.

O varejo amazonense avançou 7,9% nos 12 meses de 2019, bem acima da média brasileira (+1,8%) e logo atrás do Amapá (+16,6%) e de Santa Catarina (+8,6%). A manufatura do Amazonas, por sua vez, teve o melhor número nacional na expansão acumulada (+4%), logo à frente de Tocantins (+3,4%) e São Paulo (+3,3%). O mesmo se deu no caso dos serviços do Amazonas (+3,9%), com elevação superior à do setor em todo o país (+1%).

Em sintonia com o IBC-Br nacional, que pontuou queda de 0,27% na variação mensal e alta de 0,46% sobre dezembro de 2018, a economia amazonense perdeu fôlego na reta final do ano. O comércio tombou 6,8% em relação a novembro, embora tenha permanecido 6,9% acima da marca de dezembro de 2018. A indústria amazonense também desacelerou ante novembro (-1%), mas seguiu trajetória contrária do país e ficou 12,2% sobre o número do ano anterior. O setor de serviços, por outro lado, avançou em ambos os cenários – 8,3% e 1,2%, respectivamente.

“Patinho feio”

Para o presidente em exercício da Fecomercio-AM (Federação do Comércio de Bens e Serviços do Estado do Amazonas), Aderson Frota, a liderança nacional do PIB amazonense reflete não apenas o dinamismo do modelo Zona Franca de Manaus, como também o desempenho acima da média do varejo local que, segundo o dirigente, costuma ser subestimado.

“O resultado que está aí confirma o que já dizemos há muito tempo. Embora seja tratado como ‘patinho feio’, o comércio do Amazonas é o que mais emprega, sendo responsável pela geração de praticamente 400 mil empregos no Estado, além de ser setor que recolhe mais impostos. E o setor de serviços vem crescendo também, graças à terceirização e às mudanças da Reforma Trabalhista. São dados que confirmam a importância do setor e sua contribuição para consolidar a economia do Estado em seu papel na manutenção da floresta Amazônica”, asseverou.

Vocação e sensibilidade

No entendimento do vice-presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas) e presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Manaus, Nelson Azevedo, os números do Amazonas e da manufatura local não surpreenderam o PIM, que aguarda desempenho melhor em 2020, a despeito das turbulências políticas, da escalada do câmbio, e do estrangulamento logístico proporcionado pelo alerta amarelo do coronavírus.

“Todos já sabíamos e sentíamos que teríamos um resultado positivo. Crescemos mais rápido que o Brasil porque somos mais vocacionados para atender o mercado interno e mais sensíveis às melhoras econômicas do país. Nossa expectativa é que este ano seja melhor ainda, apesar desses problemas todos com o coronavírus. Em minha fábrica, venho atendendo muitas empresas novas e sentindo o retorno de clientes antigos, querendo nacionalizar componentes, em virtude do dólar mais alto”, afiançou.

Gargalo nos empregos

Ao tomar conhecimento do desempenho do Amazonas no âmbito do IBC-Br, a Setemp (Secretaria Executiva do Trabalho e Empreendedorismo) avaliou que os dados sinalizam melhores expectativas para o mercado de trabalho. O órgão comemorou o fato de 14.709 mil pessoas terem sido encaminhadas para entrevistas de emprego, por meio do Sine-AM (Sistema Nacional de Emprego), em 2019, 96,28% a mais do que em 2018 (7.494).

Os números de desocupação profissional, contudo, seguiram elevados no Amazonas (12,9%) e em Manaus (16,9%), no quarto trimestre, informa o IBGE. A capital amazonense voltou a ter o pior número do país, a despeito das quedas em relação ao trimestre anterior e ao mesmo período do ano passado. A indústria (-10,19% e 206 mil) puxou o número de empregos para baixo, a despeito das boas influências do comércio (+6,42% e 315 mil) e da agropecuária (+13,09% e 311 mil).

Em paralelo, o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregado) revela que o Amazonas criou 11.129 empregos formais no acumulado de 2019, com variação de 2,49% sobre 2018, mas amargou seu primeiro saldo negativo em postos de trabalho com carteira assinada de novembro para dezembro (-0,86% e -3.957 vagas), com cortes em praticamente todos os setores.

Em texto distribuído por sua assessoria de imprensa, a secretária executiva da Setemp, Neila Azrak, considerou que, embora os índices de desemprego ainda sejam elevados, o cenário local é otimista e apresenta recuperação diante de outros unidades federativas. “O Amazonas está tendo um bom desempenho e caminhando bem em relação à economia e à geração de emprego e renda. Isso é sinônimo de que o governo do Amazonas está focado no fomento da empregabilidade, beneficiando a população”, concluiu.

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