30/11/2018
Notícia publicada pelo site Amazonas Atual
O Amazonas é o Estado com maior carga de
incentivos fiscais
na Região Norte, segundo a Sudam
(Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia). Entre
2015 e 2017, 133 empresas foram atraídas ou se mantiveram
no Estado graças à renúncia de impostos. Os benefícios
tributários passaram dos R$ 3 bilhões no período e foram
gerados ou mantidos mais de 290 mil empregos.
De acordo com o superintendente da Sudam, Paulo Roberto
Correia, um dos fatores que faz o Amazonas se destacar é o
PIM (Polo Industrial de Manaus), que reúne empresas dos
segmentos de eletroeletrônico, naval, mecânico, metalúrgico
e termoplástico. “O Amazonas tem 50% dos incentivos fiscais
por causa dos polos industriais. Essas indústrias de
transformação se beneficiam
bastante com isso”, diz Paulo
Correia.
Desde 2007, os incentivos fiscais
estimulam produções de
empresas situadas na Amazônia Legal, que compreende os
Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Rondônia, Roraima e
parte de Mato Grosso, Tocantins e Maranhão. Nos últimos
três anos, mais de 450 mil empregos foram gerados ou
mantidos nesses Estados, o que ocasionou mais de R$ 5
bilhões em benefícios para toda a região. Atualmente, existem
mais de 800 empresas com projetos ativos no Amazonas.
A Sudam atribui esse crescimento à política de incentivos do
governo federal para implantação de empreendimentos
produtivos nas regiões que fazem parte da autarquia federal e
da Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do
Nordeste). Tais benefícios fiscais
têm como fonte a redução de
imposto sobre a renda e adicionais não restituíveis.
Para que o Norte e o Nordeste continuem utilizando os
incentivos scais
para atrair investimentos, tramita em
caráter de urgência na Câmara dos Deputados o Projeto de lei
10160/2018. Se aprovado, vai ampliar de 2018 para 2023 o
prazo para que empresas do Norte e Nordeste tenham direito
à redução de 75% do Imposto de Renda (IR) calculado com
base no lucro da exploração do empreendimento. O dinheiro
poupado com o benefício retorna para a região em forma de
investimento em instalações, aumento da capacidade
operacional, troca de equipamentos e ampliação das
empresas.
Para o deputado Pauderney Avelino (DEM- AM), a renovação
do projeto por mais cinco anos é muito importante para o
desenvolvimento da região. “Esses incentivos representam
uma capilaridade para a implantação de novas empresas, novos investimentos nas regiões Norte e Nordeste do país e
funciona como forma de atrativo”, analisa.
Paulo Roberto analisa que a não renovação dos incentivos
prejudicará muito os estados. “Pela pesquisa que estamos
fazendo até agora, muitas indústrias têm esse incentivo como
um diferencial para continuarem aqui”, avalia.
O professor do Departamento de Economia da Universidade
Federal de Rondônia (UNIR), Jonas Cardoso acrescenta que o
alto custo de transporte pode ser um fator que inuencie
na
migração dos empreendimentos, caso o projeto não seja
aprovado. “Aqui nós temos o custo do transporte. Para se
manter na região existe uma certa logística que precisa ser
satisfeita. No caso do Amazonas, por exemplo, não tem muita
logística de transporte. Então, isso acaba dificultando
o
estabelecimento de certas empresas”, arma.
Até o momento, o Projeto de Lei para ampliar os incentivos foi aprovado por unanimidade nas comissões de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia.