13/02/2015
Na lista de países que comercializam os produtos ao Amazonas estão: Alemanha, Reino Unido, Itália, Suíça, Bélgica, França, Espanha, Áustria. De acordo com dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), além dos países situados no continente europeu, a Holanda, por meio das Antilhas Holandesas também registrou bons negócios com o Amazonas, com vendas de US$161,3 milhões, comércio que obteve crescimento de 350,52% em relação a 2013.
De acordo com o presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Antonio Silva, os minérios importados são destinados à fabricação de insumos pelo PIM (Polo Industrial de Manaus).
Para Silva, o alto índice de importação apresentado pelas Antilhas não é atribuído a compra de produtos em número elevado. Ele explica que na base de cálculo ao se ter um número próximo a zero, qualquer crescimento eleva os dígitos, daí a obtenção do resultado bem acima da média quanto à variação anual. “A base era pequena e o percentual bem próximo a zero, por isso esse número elevado. A partir de agora teremos uma proteção por conta do aumento do dólar. Com certeza o índice de importação deve diminuir”, avalia.
Silva também disse que os minérios importados (paladio, prata e platina) são utilizados pelas indústrias do PIM na composição de insumos. Ele comemora a disponibilidade do governo do Estado em apoiar investimentos voltados ao desenvolvimento de novas cadeias produtivas como a de extração de minérios, projetos que tratam, por exemplo da extração do potássio. “Hoje o Amazonas está despertando para o polo mineral. Buscamos novas alternativas e é importante que tudo seja processado em nossa região com vistas à geração de emprego e renda. São trabalhos que a médio e longo prazo nos proporcionarão condições de obtermos matérias-primas aqui na região”, comenta.
O economista e consultor, José Laredo, concorda com Silva ao afirmar que a obtenção de minérios a partir da região amazônica seria uma conquista para o Amazonas e um primeiro passo para a redução dos índices de importação. Porém, ele frisa a importância de haver investimentos. “O problema é que a obtenção de uma estrutura que viabilize a extração dos minérios e a lapidação, de forma que estejam propícios à exportação, exige um alto investimento em tecnologia a partir de maquinário. Temos os minérios na região mas ainda caminhamos para um processo produtivo organizado”, disse.
Dentre os materiais que também são importados estão o cimento e o maquinário mecânico, assim como pneus para motocicletas, condensadores para máquina a vapor, toalhas e guardanapos de papel, dentre outros. Laredo considera que a compra de maquinário de outros países é motivada pela falta de tecnologia nas produções nacionais.
“Não temos saída quanto ao maquinário, então, só nos resta importar. Ainda somos deficientes em tecnologia para a produção de equipamentos mecânicos. As fábricas europeias são líderes neste segmento”, explica Laredo.
Fonte: JCAM