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AM afetado pela guerra do frete

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13/09/2018

Notícia publicada pelo Jornal do Commercio

O reajuste de 5% no valor do frete rodoviário, publicado no último dia 5, pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), foi sentido com mais força pela agroindústria, mas após uma semana começa a ter impactos nas pequenas e microempresas, que devem decidir se baixam a margem de lucro ou repassam o reajuste ao consumidor final.

A medida fere principalmente o agronegócio os impactos já são sentidos no Amazonas. Representantes do setor primário criticam os novos valores e comerciantes sinalizam prejuízos, já que os insumos que vêm de locais distantes e o frete impacta no preço final e na rentabilidade.

O presidente da Faea (Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas), Muni Lourenço, afirma que o setor de agronegócios, totalmente contra a medida, tem sofrido grandes prejuízos e o alto valor dos fretes tem um impacto desastroso para a atividade econômica.

"Além do impacto, também temos restrições quanto a questão do tabelamento do frete, uma medida que está em confronto à livre iniciativa e concorrência. Entendemos que deve haver liberdade de estipulação de valores e pactuação entre os agentes econômicos. Uma determinação imposta pelo Estado não deve interferir nas negociações de transportes de cargas", desabafou.

Lourenço aponta que o maior prejuízo é para quem importa de outros Estados. "Os gastos nos fretes terão de ser repassados aos consumidores e isso afasta clientes", lembrou.

Médias empresas que comercializam produtos para o setor serão penalizadas com o tabelamento, explica o diretor do Comercial Risadinha, Augusto Salla. A empresa importa insumos de outros Estados e o reajuste de 5% a 7% no valor do frete, já é sentido. "O valor do tabelamento do frete abrange todos os setores, quem repassa, quem produz e quem consome", disse.

Salla menciona que em algumas regiões o frete teve um aumento de 13%. No Amazonas em torno de 7%, e esse percentual precisa ser repassado. "Se não repassarmos, teremos mais prejuízos. Não tem outro jeito", lembrou.

Granjeiros têm maior reajuste

Para o presidente da Faea, o impacto ainda é maior para o produtor granjeiro, que vem sentindo a alta em torno de 20% a 40%. Além do aumento do tabelamento de frete, o aumento do diesel foi determinante para o prejuízo ao setor, gerando aumento de custo da produção e dos alimentos diminuindo a rentabilidade.

Livre negociação


O economista Ailson Rezende explica que o tabelamento não vai funcionar, e quem acaba sendo penalizado com essa medida é o consumidor final, que recebe a maior carga do custo do frete. Segundo ele, é necessário entrar num acordo.

"O ideal é trabalhar com a livre negociação, que faz as empresas entrarem num acordo e, dependendo da carga, optam ou não pela carga fracionada. Esse tabelamento nunca deu certo e nunca vai dar. Tentaram implantar esse sistema em outros governos, não vingou. Por que agora vai vingar?", questionou.

Análise

Na avaliação do especialista na gestão da informação ao agronegócio,Thomaz Meirelles, o valor mínimo do frete estipulado pelo governo podia ser menor, mas como é uma determinação, é proibido qualquer tipo de negociação, inclusive entre as empresas privadas.

"Nós estamos num Estado importador de quase tudo, principalmente no setor primário, onde o tabelamento feito pelo governo federal, que é inconstitucional, fez com que encarece o valor do frete. Porque podia ser uma negociação menor que o preço mínimo fixado pela tabela do governo. Então, se você não pode mais negociar uma remoção de um produto por valor abaixo daquele mínimo, quem está comprando vai precisar repassar o custo desse valor, que está alto, e quem acaba pagando essa conta, é o consumidor manauara", avaliou.

CNA deve acionar STF

O reflexo do tabelamento tem impactado desde a produção, até a matéria prima no consumo final. A CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) estima um aumento de custos em um ano de 12,95% a 30,30%. A entidade pretende entrar com um novo pedido no STF (Supremos Tribunal Federal) para suspender os reajustes e pedir agilidade no julgamento das ações que contestam a medida

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