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Alta do dólar reduzirá vendas do PIM e do comércio e ameaça empregos

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22/09/2015

A alta de 49,73% do dólar no ano, que fechou, nesta segunda-feira (21), em R$ 3,98, deve reduzir as vendas do Polo Industrial de Manaus (PIM) e do comércio para o Natal com o aumento dos preços, além de ameaçar os empregos e encarecer em R$ 50 milhões o pagamento da dívida externa do Estado. De acordo com as entidades representativas da indústria e do comércio, o consumidor vai pagar por produtos mais caros, mas o repasse deverá ser gradual para evitar a queda ainda maior do faturamento.

Produtos com maior nível de importação, como os eletroeletrônicos, são os que mais sofrem com a flutuação do câmbio, segundo o presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco. Cerca de 80% dos insumos usados na fabricação desses aparelhos são adquiridos fora do País, o que influencia diretamente na composição dos preços desses itens, que são considerados supérfluos com venda mais sensível em períodos de crise econômica, pela perda do poder aquisitivo e do desemprego.

Em alguns modelos de motocicletas de alta motorização, conforme Périco, o nível de importação chega a 90%. No entanto, o dirigente informou que é impossível repassar integralmente a valorização da moeda americana no preço do produto final ao consumidor. "O câmbio deixa o produto mais caro e como o poder de compra (do consumidor) já está limitado e a empresa precisa manter seu negócio, então repassa apenas uma parte", disse Périco.

Comércio


No comércio, o aumento de preço já aconteceu em muitos produtos. De acordo com o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Manaus (CDL-MAnaus), Ralph Assayag, esse incremento chegou a 30% em alguns casos. Notebooks e outros eletrônicos foram citados pelo presidente como os que encareceram por conta do câmbio, mas a alta do dólar deve incidir com maior peso nos produtos natalinos, a maioria sujeita à variação cambial.

"Os produtos importados vão aumentar muito de preço e alguns já aumentaram 30%, o que, para o consumidor é muito pesado. Os importados para o Natal também nos preocupam. Essas mercadorias são pedidas, geralmente, em julho, mas chegam em outubro até 40% mais caros devido o câmbio", ressaltou Assayag.

O representante da CDL-Manaus alegou que o lojista não tem como ficar no saldo negativo, sob o risco de inviabilizar seu negócio, por isso o repasse ao consumidor final é inevitável, mesmo que gradual. O comércio também já refez suas projeções de vendas médias para 2015, que caíram de 8% para 5%.

Governo terá perdas nos contratos e remédios


A administração pública também é afetada pela forte flutuação do câmbio, pois a apreciação da moeda americana impacta diretamente no serviço da dívida externa do Estado. De acordo com o secretário-executivo do Tesouro da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), Edson Pará, a fatia da dívida interna e externa do Amazonas a ser quitada neste ano, soma R$ 700 milhões. Com a alta do dólar, esse montante deverá subir para R$ 750 milhões, entre amortização e serviços. Segundo Pará, não há qualquer medida a ser tomada para evitar os prejuízos com a variação da moeda, pois os contratos de financiamentos com bancos do exterior são todos fechados em dólar.

Outro impacto, na avaliação do secretário-executivo da Fazenda, tem relação direta nos gastos com saúde do governo. Conforme Jatahy, uma parcela dos medicamentos utilizados na rede de saúde é composta por drogas com princípios ativos importados, fazendo que o preço desses produtos fiquem mais caros. Jatahy lembra que o cenário também afeta na arrecadação estadual. "Tem um efeito de aumento do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) unitário por mercadoria, mas o volume (a receber) em si acaba diminuindo", explicou Jatahy.

Fonte: Portal D24am.com

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