28/08/2013
De acordo com o presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, as indústrias exportadoras, em particular as que possuem uma composição de custo em real, ou seja, serão beneficiadas, principalmente, se o dólar permanecer na casa dos R$ 2,40 por mais 60 ou 90 dias.
“Inversamente a essa projeção, as empresas que demandam insumos importados terão que arcar com custos mais altos de produção”, avaliou ao frisar que, apesar da projeção otimista é preciso ter cautela.
Segundo o dirigente empresarial, ainda é cedo para falar em qualquer tipo de impacto imediato nas exportações porque as indústrias trabalham com uma programação prévia de até 90 dias. “Tudo o que entra ou sai hoje das fábricas do PIM foi negociado há pelo menos três meses”, ressaltou Périco.
O presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Manaus (Sinmem), Athaydes Mariano Félix, destacou que a atual conjuntura econômica do Brasil deverá incentivar os investimentos na indústria componentista nacional. Segundo ele, o índice de nacionalização dos insumos usados na produção local deverá ficar fortalecido.
“É preciso, porém, que haja investimento em tecnologia e inovação porque o mercado prima pela qualidade e preço. Se o produto asiático é R$ 2 mais barato e tem uma qualidade superior ao nacional, não vai ser os R$ 0,40 centavos que fará o industriário mudar de fornecedor”, salientou.
De acordo com Mariano, as fábricas de duas rodas, em particular, terão um impacto mínimo por conta da escalada do dólar. Isso porque a nacionalização dos componentes empregados na fabricação de motos de baixa cilindrada representa 98% da produção local. “Somente as motos de alta cilindrada, que demandam mecanismos importados, poderão ter seus preços alterados”, lembrou.
Importações
Em contrapartida, os segmentos que precisam importar matéria-prima para a fabricação de produtos demonstram preocupação com a escalada do dólar, que já acumula um crescimento de 17% em 2013.
De acordo com Wilson Périco, as empresas que dependem de insumos importados vão precisar gastar mais na hora de fabricar os produtos. “Consequentemente, os custos serão repassados para os preços”, contou.
Fonte: Amazonas Em Tempo