09/11/2017
Reportagem publicada pelo Valor Econômico
A secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, destacou que o desafio de sustentabilidade da dívida, que acontecerá pelo crescimento sustentável da economia, é enorme. "Vivemos atualmente o duplo desafio de enfrentar problemas imediatos e ao mesmo tempo lidar com questões estruturais", afirmou.
Ela mencionou que algumas medidas estão sendo adotadas como a revisão de benefícios, que ajudará a reduzir gastos.
"O ajuste fiscal será gradual, de longo prazo e requer escolhas", frisou. Segundo da, é preciso reverter os déficits no país. "Temos que empreender um ajuste de pelo menos cinco pontos de percentagem do PIB nos próximos anos, a fim de assegurar o retorno da dívida pública para os patamares pré-crise", contou.
Ela citou que as despesas obrigatórias do governo atingiram 103,6% da receita líquida. Por isso, segundo da, é preciso discutir esses gastos. Segundo a secretária, o cumprimento da meta foi confirmado e reforçado para os próximos anos. Ana Vescovi afirmou ainda que "a crise econômica tem um elo estreito com a crise institucional que viveu no passado recente o próprio Fisco. "Precisamos humildemente reconhecer que momento triste da nossa história", disse em palestra durante o seminário sobre dívida público promovido pela instituição.
Segundo ela, foram cometidos no Tesouro Nacional atos "irresponsáveis com as contas públicas, de pouca transparência e de descuido com as contas públicas". Ela ressaltou que havia na ocasião a convicção da necessidade de uma ação mais intervencionista do Estado, que deveria ter sido feita debatendo razões, objetivos e resultados com a sociedade, segundo da. "Ao contrário, a estratégia foi contornar as evidências dos instrumentos fiscais com o aumento do gasto e do déficit público", acrescentou.
Ela explicou que a exposição a subsídios implícitos e a negociação de ativos entre empresas públicas foram alguns dos instrumentos utilizados à margem das melhores práticas fiscais e da transparência, contou.
Em meio a processo de decisões "equivocadas" da política econômica, segundo a secretária, a economia sofreu impactos consideráveis que foram captados por indicadores econômicos, citando a queda do investimento, aumento da inflação, juros e desemprego, perda do grau de investimento e baixo crescimento econômico.