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Águas avassaladoras

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14/02/2019

Notícia publicada pelo Jornal Acrítica

Congestionamentos, alagamentos, desabamentos de muros, queda de árvores e desmoronamento de barrancos. Esse foi o saldo da forte chuva que atingiu toda a capital amazonense durante boa parte do dia de ontem. Das mais de 30 ocorrências atendidas pela Defesa Civil do Município, a maioria aconteceu em áreas consideradas de risco nas zonas Norte e leste da cidade. Na Zona Centro Sul, um igarapé transbordou e parte da estrutura de uma passarela de pedestres localizada na avenida Torquato Tapajós desabou. A via ficou interditada por algumas horas e, após uma análise feita por engenheiros na estrutura, foi liberada.

Inicialmente, a passarela vai ficar interditada e depois será demolida. De acordo com a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf), o que sobrou dela não corre risco de desabar. O mau tempo ainda causou transtornos a passageiros de dois voos que pousariam no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, no início da tarde. Em consequência da forte chuva, as aeronaves não puderam pousar e foram direcionadas para outros estados enquanto o aeroporto da capital amazonense funcionava por instrumentos.
Um deles, vindo de Fortaleza (CE), teve que ser redirecionado para Santarém (PA) e o outro que vinha de Brasília (DF) foi alternado para a cidade de BoaVista (RR).

A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é de mais chuvas até o fim de semana. Só ontem, de acordo com o órgão, foram mais de 70 milímetros de chuva, o que para o Inmet já é considerado anormal para o período. No total, só nos primeiros dias de fevereiro o instituto registrou mais de 195 milímetros de chuva na capital.

A situação vem sendo monitorada pela Defesa Civil do Município que, ontem, atendeu exatas 36 ocorrências. "Nós tivemos muitas ocorrências, mas de alagações foi o maior número.Então, alertamos os moradores, principalmente de áreas de risco, a ficarem em alerta e entrarem em contato com nossa central quando ocorrer esse tipo de situação", disse a diretora de operações do órgão, Bibiane Araújo. Uma das ocorrências foi a registrada entre a alameda Floresta, no conjunto Duque de Caxias, e a avenida Torquato Tapajós. A alameda, que dá acesso à avenida, ficou completamente alagada após o igarapé transbordar. Um grupo de crianças e uma mulher que conduzia uma van escolar tiveram que ser resgatados pelo Corpo de Bombeiros.

"A água subiu rápido e já tomou conta de tudo. Aí, o muro desabou e a água invadiu parte da rua. Ficou o caos aqui. Uma professora com os alunos ficaram presos dentro de um carro e os bombeiros vieram fazer o resgate. Ela estava em outro carro, que ficou coberto pela água. Aí, conseguiu entra em uma oficina e acabou entrando com as crianças em outro veículo. Tiveram que sair de bote, pois não tinha como passar", contou Val Souza, 55, dona de uma bar nas proximidades do local alagado.

Já na Torquato, em consequência da subida das águas do igarapé, um posto de combustível ficou inundado e parte da mercadoria de um mercadinho ao lado do local foi totalmente perdida. Carros de uma oficina ficaram submersos e o muro do local foi arrastado pela força da água. "A gente ainda não sabe como foi que a água invadiu o comércio. O igarapé fica por traz, mas como a água estava alta e a gente não sabe se fez algum buraco na parede ou apenas infiltrou. Vamos ter que tirar tudo o que dá para tirar e esperar para ver o que aconteceu. O prejuízo foi grande", contou o gerente do estabelecimento, Edison Teixeira.

Na avenida, o trânsito ficou bastante congestionado e, durante boa parte da tarde, apenas uma das faixas da via estava liberada para a passagem de veículos. "Eu passei quase duas horas para poder passar aqui nesse trecho. Um caos, porque reflete em vários pontos.
Peguei trânsito desde o centro da cidade até aqui. Complicado", disse o motorista Rogério Matias, 25.

Em virtude dessa situação, a prefeitura liberou a Faixa Azul para todos os veículos foi até que o fluxo no trânsito fosse normalizado. Já era por volta das 17h50 quando a escadaria do lado esquerdo da passarela [no sentido bairro/Centro], bem próxima ao igarapé, despencou. Não há registro de vítimas. O prefeito Artur Neto esteve no local, no início da noite, e anunciou que a passarela vai ser retirada daquele trecho. "Ela foi feita errada. Foi feita perto do igarapé. Vamos verificar com a SMTU [Superintendência Municipal de Transportes Urbanos] se ela fica mais pra frente ou mais pra trás.

Aqui ela não fica", disse ele, ao evocar o político responsável pela construção da estrutura [Eduardo Braga, em 2006] e apontar três empreendimentos construídos no entorno dela como responsáveis pelo incidente. Colaboraram: Márcia Monteiro e Vitor Gavirati Escapou de ser `engolido' por cratera Um morador da rua Cobra Coral, no conjunto Santa Inês,
bairro Jorge Teixeira, na Zona Leste, escapou da morte após meta de da casa de laser" engolida" por uma cratera. O caso aconteceu ainda na madrugada.

Uma escola infantil fica situada a menos de 100 metros de onde aconteceu o deslizamento.
Edinane Alves, dono da casa, contou que, por volta de 1h50, foi tentar fechar a porta e sentiu dificuldades. Ele, então, ouviu barulhos e, em seguida, pegou uns objetos e correu para a rua. Nesse instante, um dos dois cômodos da casa, o quarto, desabou para dentro da cratera. Vizinha de Edinane, Sirleane de Lima, que mora há 17 anos no local, afirmou que antigamente a rua era maior, mais longa, porém, com o tempo foi desmoronando e hoje não possui cerca de 500 metros.

Preocupada com a possibilidade da residência dela ser a próxima a desabar, ela afirma que já ligou para a Defesa Civil municipal pedindo ajuda. Mas, segundo a moradora, no
dia que acionou o órgão foi informada que nada podia ser feito porque todos estavam empenhados em atender as vítimas do incêndio no Educandos, ocorrido em 17 de dezembro.

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