01/04/2014
Acordo põe fim à greve na Suframa
Em assembleia realizada na tarde de ontem (31), mais de 400 servidores da Suframa aceitaram a proposta do governo federal e votaram em favor do fim da paralisação que já durava mais de 40 dias. De acordo com o primeiro secretário do Sindframa (Sindicato dos Servidores da Suframa), Anderson Belchior, a volta aos trabalhos está condicionada à assinatura de dois termos de acordo entre o sindicato e os ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, do Planejamento e do Orçamento. O primeiro contempla as reivindicações de treinamento dos servidores, reforma das Unidades Descentralizadas e da sede da Suframa, flexibilização do horário, cessão de uma área para refeitório além do cancelamento do corte de ponto.
“Isso começa a ser implantado imediatamente, tanto que o acordo garante que em 15 dias a Suframa deverá ceder uma área para a refeição dos servidores”, comemorou.
Já o segundo acordo trata da criação de um grupo de trabalho, ainda este mês, para tratar sobre o plano de carreiras dos servidores da Suframa para que, a partir desse estudo, seja encaminhada uma proposta para resolver a questão salarial em 2015.
“Foi isso que nós conseguimos arrancar do governo federal. Voltaremos aos trabalhos assim que as propostas forem assinadas. Pode ser que a gente retorne amanhã (hoje), dependendo da resposta do Mdic, ou retornamos na quarta-feira. A certeza que nesta semana a gente retorna”, garantiu Anderson. O prazo para a elaboração do Plano é de 180 dias.
Na opinião de Anderson Belchior, o acordo só foi possível porque um dos integrantes do Sindicato negociou, com ajuda da bancada amazonense no Senado, diretamente com o governo federal, sem a intermediação da autarquia ou de qualquer outra entidade de classe.
Para ele, o acordo não pode ser viabilizado anteriormente por causa de “um ruído” de comunicação entre a Suframa, o sindicato e o governo federal.
“Um dos nossos diretores, Sidney Nunes, passou a semana passada inteira em Brasília, então não houve intermediação da Suframa. O nosso servidor foi junto à senadora Vanessa Grazziotin e ao senador Eduardo Braga e eles que intermediaram o acordo. achamos melhor eliminar os interlocutores e negociar direto (com o governo). Assim que nós retiramos os interlocutores, saiu o acordo. O ruído era a própria gestão da Suframa”, afirmou.
Sistema
O sindicalista aproveitou para esclarecer que a total paralisação dos sistemas informatizados da Superintendência nada tem a ver com a greve dos servidores. De fato, na última sexta-feira (28) foi rescindido o contrato de trabalho com vínculo empregatício firmado entre a autarquia e a Fucapi (Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica) para o fornecimento de mão de obra qualificada para desenvolvimento e manutenção do sistema operacional da Suframa. Com isso, todos os sistemas de informação da Suframa ficaram sem funcionar. Segundo Anderson, este é outro problema que terá que ser resolvido diretamente em Brasília, e aponta inércia na atual administração da autarquia sobre o assunto.
“O próprio ministro (do Mdic, Mauro Borges) já falou que está tendo que tratar disso porque chegou a um ponto que é necessária a intervenção do Ministério para resolver os problemas da casa”. Anderson Belchior garantiu ainda que, uma vez que o sistema for restabelecido, todo o trabalho de liberações de mercadorias será normalizado em 15 dias.
Suframa
Procurado, o Superintendente da Suframa, Thomaz Nogueira, não pôde atender à equipe do Jornal do Commercio, pois estava participando de videoconferência com o Ministério. Em relação aos problemas com o sistema, no entanto, ele explicou por meio de nota que “reuniões ocorridas durante todo o dia (de ontem) permitiram a construção de solução que possibilitou o retorno gradual das operações”.
Fonte: JCAM
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