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‘A União não renunciou, pois não existia nada. Nós é que fizemos tudo na ZFM’

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28/10/2019

Fonte: Portal D24AM

Presidente-executivo do Grupo Simões, onde ingressou há 30 anos, Aristarco Neto dirige um dos maiores conjuntos de empresas de capital amazonense. Ao participar do lançamento das garrafas PET reaproveitáveis, concedeu esta entrevista. O executivo já passou por diversas área do grupo. Foi gerente de Recursos Humanos e coordenador Administrativo Corporativo. Posteriormente foi eleito diretor Administrativo. Em seguida, foi promovido a superintendente da Divisão de Bebidas e depois presidente da Divisão de Bebidas. Nascido em Manaus, é graduado em Direito pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e pós-graduado em Administração de Empresas pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

GDC – O País enfrentou uma crise profunda e o mercado de refrigerantes foi atingido, principalmente o carro-chefe, a Coca-Cola, com a forte concorrência das tubaínas, mais baratas. Qual a situação atual?

Aristarco Neto – Quando começamos a visualizar a crise, eu tive algumas reuniões e, lembro que ouvi que levaríamos sete anos para sair dela. Estávamos até então acostumados com a aquela ‘crise ping-pong’, que ia no fundo e voltava, como o presidente Lula chamava, ‘uma marola’. Então, nos preparamos no grupo para essa crise e sabíamos que teríamos dificuldades com a acessibilidade do consumidor aos nossos produtos. Passamos pela crise em 2016, 2017, e já 2018 começamos a sentir uma melhora. No final do ano passado já era possível perceber essa mudança e agora em 2019 está sendo bem melhor para nós e creio que isso tudo faz parte desse processo. Claro que a empresa teve que fazer reduções, de preços, para superar toda essa situação. Mas sendo bem objetivo, já é perceptível uma melhora no setor de bebidas. Como responsável do grupo todo, no setor de carros também já vemos a recuperação. O brasileiro começa a voltar às compras gradativamente. Eu não espero uma explosão de consumo, mas creio que o pior já passou. Agora, a tendência é gradativamente de uma demanda crescente.

GDC -No mercado de refrigerantes os grandes fabricantes buscam a aquisição de outras marcas. A tendência é o crescimento desses novos segmentos?

Aristarco Neto – Começamos a trabalhar mais fortemente com esses produtos ‘still’, como nós chamados, que são produtos não gaseificados. O Grupo Simões é um dos acionistas da Leão, que é a proprietária da Del Valle, e eu sou do conselho de administração dessa empresa. A gente tenta ser uma companhia global de bebidas. Se você quiser água, nós vamos ter água. Se você quiser suco, nós vamos ter suco. Se você quiser lácteos, você vai ter lácteos. Por exemplo: A LacFree – Verde Campo é uma empresa do grupo, uma empresa do qual o Grupo Simões é societário, um dos sócios, que vende o LacFree, iogurtes, queijos, nesse caminho da saúde. Hoje, por exemplo, eu vendo o Mate Leão, então nós estamos o tempo todo buscando atender o consumidor. O importante para nós é preencher a sede do consumidor.

GDC -Hoje há uma tendência do ‘consumidor verde’, digamos assim, que busca substituir os refrigerantes por bebidas mais naturais. É um novo mercado?

Aristarco Neto – Eu acho que é algo muito bom para sociedade como um todo. Se você pensar, nós estamos trabalhando na redução de açúcares dos refrigerantes, ajustando os sabores com menos açúcar. Independente disso, a gente trabalha toda essa linha. Em Manaus o grupo já envasa sucos. Por exemplo, o Del Valle Fresh é todo envasado aqui em Manaus. A companhia vem se movimentando, não tem como você ficar parado. Esse é o nosso desafio como companhia.

GDC -No seu entendimento, há riscos para o setor de bebidas, assim como para os demais, que a tramitação do projeto de reforma tributária no Congresso reduza de forma drástica os incentivos e as vantagens comparativas da Zona Franca de Manaus?

Aristarco Neto – Nós vamos sempre que defender a Zona Franca. É preciso que haja uma compreensão do que representa a ZFM para a nossa região como um todo. Falam que a União renunciou (impostos). A União não renunciou, pois não existia nada. Nós é que fizemos tudo na Zona Franca ao longo desses anos. Constitucionalmente ela está garantida, perfeito. Nós tivemos durante todo o percurso, tentativas de drenar o que temos até aqui. A gente tem que brigar pelo que é nosso, pelo que a Constituição garantiu. Não há porque abrir mão de um direito constitucional. Eu vejo isso, apesar de achar que não vai acabar.

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