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A quem interessa o atraso?

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10/09/2018

Editorial publicado pelo Jornal Acrítica

Não resta dúvida de que a BR-319 é uma ótima bandeira de campanha. Entra eleição, sai eleição, e a estrada continua sendo tema obrigatório no repertório de promessas de qualquer político que se preze. Esta semana, dois grandes jornais de circulação nacional – a Folha de S. Paulo e o Estadão – fizeram reportagens sobre a situação da BR-319, tentando entender os entraves à sua recuperação, que já duram quase duas décadas. Nas entrelinhas, volta e meia, é possível ler: faltou vontade política.

Em um mundo perfeito, políticos que tiverem o poder de fazer algo pelo projeto e não o fizeram, seriam esquecidos para sempre pelos eleitores, e se questionassem o motivo nas redes sociais, receberiam como resposta: você não se manca? Há entre os atuais candidatos alguns nessa situação.

Organizar e participar de caravanas ao longo da rodovia – estratégia manjada de todas as eleições – não atesta preocupação com o problema, comprova, sim, falta de compromisso com algo muito sério para a região.

Chegamos ao cúmulo de ter que questionar de ministros, em uma comissão do Senado, sobre o real interesse do governo em ter a obra de recuperação da BR-319 completa. Já ficou muito claro que a estrada não está pronta até hoje devido à pressão de grupos empresariais que perderiam dinheiro com isso. E lamentavelmente, vivemos em um período da história do País em que interesses de empresas privadas são mais relevantes que as necessidades da República.

É preciso admitir que há um imbróglio político a respeito da rodovia BR-319. Está absolutamente claro que não se trata apenas de uma questão ambiental, se há ou não presença indígena, se há ou não sítios arqueológicos. Independentemente disso tudo, há também forças políticas que simplesmente não querem a estrada pronta e plenamente trafegável.

E há grupos do Amazonas que coadunam com isso por questão de comodidade: é mais fácil apontar a necessidade óbvia da estrada do que combater as forças que impedem a solução do problema.Identificar quais são “forças” em questão é o primeiro passo para combatê-las (e o eleitor tem importante papel nessa luta).

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