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‘A nova matriz econômica é a base para o desenvolvimento’, diz novo titular da Seplan

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07/03/2017

Com uma vasta experiência em vários setores da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), o novo secretário de Estado de Planejamento e Desenvolvimento (Seplan), José Jorge Júnior, assume a pasta com um grande desafio: concretizar a nova matriz econômica ambiental do Amazonas, uma aposta do governo para potencializar a economia regional

EM TEMPO – Como surgiu o convite para dirigir a Secretaria de Planejamento ?

José Júnior – O governador José Melo já conhecia o nosso trabalho em decorrência da relação que a Suframa tem com os governos dos Estados da Amazônia. E, quando o ex-secretário da Seplan, Thomaz Nogueira, comunicou sua saída, o governador me fez o convite. O trabalho desenvolvido na Suframa acabava tendo uma grande participação do governador do Estado e, consequentemente, nós tínhamos uma grande interação com a Secretaria de Planejamento, porque ela também participa das discussões dos processos produtivos como ouvinte. Então, ultimamente, estávamos tendo uma série de ações muito próximas, até porque o Thomaz já atuou na instituição (Suframa). E ele dizia que queria uma atuação mais próxima para possibilitar a discussão dos processos produtivos básicos, sendo que era eu quem trabalhava nessa questão. Então, acabou que coincidiu com a saída dele e a minha entrada, em decorrência das atividades semelhantes, as que eu fazia na Suframa, com as executadas pela Seplan.

EM TEMPO – A sua experiência na Suframa acabou contribuindo para dirigir a Secretaria de Planejamento. Como foi essa trajetória profissional?

JJ – Sou formado em administração pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Tenho especialização em comércio exterior, também pela mesma instituição. Trabalhei 14 anos na Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). E lá atuei como diretor de Comunicação. Depois, trabalhei na área de planejamento e promoção comercial. A minha última função aconteceu na área de acompanhamento de projetos industriais, responsável pela análise de aprovação dos processos produtivos básicos, que é a contrapartida do incentivo fiscal federal. Além de fiscalizar projetos industriais aprovados pelo Conselho de Administração.

EM TEMPO – Desses 14 anos na Suframa, quais experiências o senhor vai aproveitar em sua gestão na Seplan?

JJ – A equipe de trabalho da Seplan é rica. Existem pessoas com muita experiência e iremos precisar do apoio delas. Vamos utilizar todo o potencial que está sendo executado e procurar dar valor e condições ao trabalho desenvolvido por eles. Quando passamos por várias experiências, sempre acumulamos um bom conhecimento; seja na serenidade do atendimento ou na busca por atender com excelência os contribuintes. Acredito que entre as melhorias que posso trazer, está a forma de controle e concessão de incentivo fiscal. Aliado a isso, na minha relação com a Suframa, sempre fui um conciliador para agregar, desfazer atritos e propor soluções. A interlocução que adquirimos em Brasília será fundamental no Ministério de Desenvolvimento Indústria e Comércio e no Ministério de Ciência e Tecnologia e poderá ser útil na demanda do Amazonas. Eu acho que posso contribuir com isso, trazer capital de experiência no serviço público federal para o estadual, numa interlocução com os agentes e bancada federal. Nada diferente do que eu fiz nos últimos 14 anos de Suframa.

EM TEMPO – O senhor já tem metas traçadas frente à gestão da secretaria?

JJ – No planejamento, vamos trabalhar a organização do Estado, no que diz respeito ao Plano Plurianual. Temos também ferramentas para ter sempre em mãos os indicadores estaduais, sociais, de segurança, economia, saúde e educação do interior do Estado. A ideia é consolidar essas informações e ter uma unidade específica para tratar desses indicadores, que são importantes, pois são a base das tomadas de decisões e dão orientação sobre qual é o lado forte e ruim. Ou seja, tratar o dia a dia, pensando para frente. Na área de desenvolvimento, vamos fortalecer análise dos acompanhamentos dos projetos incentivados, que obtêm os incentivos fiscais estaduais. Buscaremos também fortalecer atrações de novos negócios, algo importante no pós-crise. Com base na matriz econômica ambiental, vamos trabalhar a questão do desenvolvimento no interior do Estado do Amazonas, como mineração, piscicultura, fruticultura e fitofármacos. Em linhas gerais, essas são as ações que iremos desenvolver.

EM TEMPO – E os projetos que o senhor pretende executar na Seplan?

JJ – A informatização dos sistemas será um tema prioritário, pois precisamos dar mais rapidez às respostas ao contribuinte. Temos uma série de sistemas de informação e vamos buscar consolidar todos eles em uma plataforma só, onde possamos fazer cruzamento de dados com outros órgãos do Estado, municipais e federais. Essa será nossa prioridade, informatizar a secretaria, desde análise do recebimento de propostas de projetos e também do acompanhamento. A outra é a implementação da matriz econômica ambiental, iniciativa que não podemos deixar de trabalhar e seguir. O projeto foi estudado durante 2 anos com ambientalistas e estudiosos da área e hoje estamos na segunda fase, que é a implementação.

EM TEMPO – Uma de suas missões é concretizar a nova matriz econômica ambiental do Estado. Como isso vai proceder?

JJ – Vamos identificar os segmentos potenciais regionais do Estado e iremos executá-los. Caso eu identifique, por exemplo, que a piscicultura é um potencial, buscaremos quais os polos e regiões propícias para a implementação desse sistema. Esse trabalho acontecerá em conjunto com a Secretaria de Produção Rural do Amazonas (Septor), Secretaria de Estado da Educação (Seduc) e Universidade do Estado do Amazonas (UEA). O projeto será uma ação conjunta igual ao arranjo produtivo local, ferramenta de trabalho para fortalecer a extração, industrialização e venda de determinado segmento. Outro exemplo, nesse segmento, é o açaí de Codajás, onde o governo entraria incentivando desde a extração até a manufatura do produto. Daí passa por formação de capital intelectual, extensão rural e financiamento de estrutura para fazer a extração. O mais difícil já foi feito, que é o estudo, e agora vamos executá-lo. O que o governador José Melo propõe é uma política de Estado. Vai acabar o governo dele e a matriz continuará.

EM TEMPO – Como a Seplan vai trabalhar na questão de mineração? Sabemos que existem várias leis ambientais e reservas indígenas que criam impasse sobre a extração de minérios.

JJ – Todas as dificuldades apresentadas, iremos solucionar. Quando se fala em minério, vem logo a questão ambiental, como a devastação e outras coisas. Mas é necessário saber que, na preservação, o ecossistema permanecesse intocável e, na conservação, a utilização sustentável, e é isso que vamos fazer com o minério. Vamos respeitar todos os critérios e rigores estabelecidos em lei. Vamos construir soluções para que a floresta e as suas riquezas sejam conservadas. Isso é uma riqueza do povo. Com relação às reservas indígenas, elas serão respeitadas, mas também precisam ser trazidas para discussão. É de interesse de todos fazer com que a economia cresça e seja desenvolvida, porque quando isso ocorre, o maior beneficiado é o povo.

EM TEMPO – O principal modelo econômico do Estado é a Zona Franca de Manaus. A nova matriz econômica vem para substituir esse projeto que completou 50 anos na semana passada?

JJ – Na verdade, a matriz econômica é a base para que sejam estabelecidas ações de desenvolvimento com objetivo de desconcentrar o crescimento do desenvolvimento econômico de Manaus. Ela não vem para substituir a Zona Franca ou Polo Industrial de Manaus, e, sim, para completar. Temos que aproveitar essa riqueza para criar outras bases econômicas. Precisamos levar o crescimento para o interior do Estado. Cerca de 85% da economia do Estado vem no Polo Industrial de Manaus, isso é extremamente perigoso, porque fica dependente de um modelo e isso não pode acontecer. Precisamos ter várias alternativas econômicas.

Fonte: Amazonas Em Tempo

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