CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas

Notícias

A marcha a ré da indústria (2)

  1. Principal
  2. Notícias

06/02/2014

O fraco desempenho que a indústria brasileira vem registrando coloca dúvidas sobre a continuidade do nível de emprego no setor. Com vendas e produção em baixa, demanda desaquecida e a piora do cenário na Argentina, alguns analistas consideram que o risco de ocorrerem demissões em 2014 está maior do que o observado nos últimos anos. “Acho que há risco de demissão. Quando olhamos para os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística), percebemos que o número de horas trabalhadas está nos mais baixos níveis históricos.

Isso significa que as pessoas estão ocupadas, porém ociosas”, afirmou a economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif. Segundo ela, essa mão de obra vem sendo mantida dada a dificuldade das empresas em encontrar profissionais qualificados. “Com receio de fazer demissões e depois não conseguir recontratar, em caso de melhora do cenário econômico, a indústria está retendo os profissionais. Mas, se continuarmos nesse quadro de desaquecimento, há, sim, risco de ocorrerem demissões”, acrescentou.

A economista do Santander Fernanda Consorte concorda com ela. “Eu acho que essa é a grande questão para 2014: com o ritmo de crescimento do emprego na indústria caindo pelo terceiro ano consecutivo, o próximo passo é demissão. Acho que há uma possibilidade grande de que isso ocorra, a despeito dos custos que essa medida envolve para as indústrias”, opinou. Para a análise, ela também leva em conta a questão das horas trabalhadas. “Até novembro, pelos dados do IBGE, vimos uma ligeira queda no custo unitário do trabalho.

Mas,quando olhamos as horas trabalhadas, segundo os indicadores da CNI (Confederação Nacional da Indústria), elas têm piorado. E a massa salarial cresce a um ritmo muito inferior ao do ano passado. Ainda assim, está mais caro pagar o trabalhador, se compararmos ao ganho de produtividade que ele pode trazer para a indústria”, considerou. Para o analista da Tendências Consultoria, Rafael Bacciotti, haverá deterioração da situação da indústria em 2014, mas não ao ponto de levar a demissões no setor.

“Nós não trabalhamos com um cenário tão negativo assim,embora acreditemos que haverá uma piora marginal em 2014. Nada nos leva a crer que haverá crescimento no número de ocupados, porque a indústria seguirá num ritmo muito fraco, mas acreditamos que o quadro continuará sendo de manutenção dos empregos”, afirmou. A avaliação do gerente executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, também é de que, apesar do desempenho ainda oscilante da indústria, os empresários do setor vão optar por reter os profissionais.

“Existe uma pressão grande da mão de obra sobre os custos da indústria e os últimos resultados trazem um alerta de que há um quadro de desaquecimento. A atividades e retraiu no fim do ano enquanto, na média de 2013, a evolução foi positiva, mas se comparada a 2012, um ano que não foi bom”, avaliou Castelo Branco. “Em 2014 continuaremos com uma indústria retraída, que irá manter o padrão oscilante com crescimento, mas a tendência ainda é de retenção de mão de obra.

A indústria tem uma expectativa de melhora mais à frente e, se abrir mão dos profissionais, não conseguirá retomá-los porque o mercado em outros setores está muito aquecido”, acrescentou. Dados divulgados pela CNI ontem apontaram que a utilização da capacidade instalada na indústria brasileira em dezembro ficou em 81,4%, com dados dessazonalizados, abaixo do registrado no mês anterior (81,9%), e o faturamento real dessazonalizado da indústria caiu 1,1% no mesmo período.

Em todo o ano, o faturamento mostrou expansão de 3,8% ante o ano anterior, maior que os 1,1% de variação positiva em 2012. As horas trabalhadas na produção caíram 2,5% em dezembro na comparação com o mês anterior e, em 2013, subiram apenas 0,1% ante 2012. O emprego industrial teve ligeiro aumento de 0,1% em dezembro frente a novembro e de 0,8% em 2013.

A CNI informou ainda que a massa salarial recuou 0,2% em dezembro e, no ano passado, aumentou 1,7%, enquanto o rendimento médio teve baixa de 0,3% no último mês do ano, mas fechou 2013 com expansão de 0,9% ante 2012. A produção industrial brasileira aumentou 1,2% em 2013, com destaque para a fabricação de bens de capital, mas em dezembro despencou 3,5% frente a novembro, no pior resultado em cinco anos.

Fonte: Brasil Econômico

Coluna do CIEAM Ver todos

Estudos Ver todos os estudos

Diálogos Amazônicos Ver todos

CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas © 2023. CIEAM. Todos os direitos reservados.

Opera House