27/05/2019
Entrevista com Roberto Graziano publicada pelo Jornal Acrítica
A trajetória no polo relojoeiro e na produção de joias, no Polo Industrial de Manaus (PIM), rendeu ao empresário Roberto Graziano, 53, o título de Industrial do Ano 2019, concedido pela Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam) em parceria com o Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam).
Atualmente, o empresário paulista preside o Conselho de Administração e é acionista majoritário da Magnum Indústria da Amazônia S/A e da MG Gold Indústria da Amazônia Ltda.
Na entrevista a seguir o empresário conta um pouco da sua trajetória e fala dos novos projetos e perspectivas para os próximos anos.
Como o senhor iniciou os trabalhos nesse segmento?
Meus pais, que são de origem italiana, vieram para Brasil muito jovens, aos 18 anos, e fizeram a vida em São Paulo (SP). Meu pai criou um atacado e uma relojoaria, e como ele comprava e vendia em grande quantidade, eu achei que tinha ali a oportunidade de ter uma marca, a marca da loja dele, mas nem o meu pai nem o sócio dele quiseram investir nisso, então, eu apro veitei o próprio canal do meu pai e passei a vender na loja dele. E, aos poucos, os negócios foram crescendo.
Como surgiu a empresa Magnum aqui em Manaus?
Desenvolvi a marca, trabalhei todo o marketing e design dela, e, a partir daí, surgiu a primeira criação que foi o relógio Magnum, que deu nome à empresa, ainda nos anos 80.
Comecei a ganhar muitos clientes e aos poucos começamos a produzir a marca em Manaus, já na década de 90. Quando comecei com os negócios no segmento, todas as indústrias já estavam aqui, e se eu tivesse procurado outro lugar no país eu teria perdido competitividade, então nesse primeiro momento eu tinha que me firmar no PIM.
Comecei terceirizando com alguns fabricantes locais, e depois ia visitando e vendendo para clientes de outras praças em nível de Brasil. Os anos foram passando e fui criando volume que comportava ter uma indústria, porque também não adiantava no começo não ter volume e montar uma indústria. Manaus é bom para quem tem volume.
Perfil 2
Roberto Graziano
IDADE: 53 anos
EXPERIÊNCIA: Filho de imigrantes italianos, é fundador e hoje acionista majoritário do Magnum Group, representado no Polo Industrial de Manaus pelas empresas Magnum
Indústria da Amazônia S/A e MG Gold Indústria da Amazônia Ltda. Criou primeiro relógio com pouco mais de 20 anos de idade. É um dos empresários mais jovens a receber o Mérito Industrial concedido pela Fieam.
Qual sua capacidade de produção anual? Com o que a Magnum trabalha hoje?
A Magnum hoje é a maior fábrica de relógios da América Latina e a nossa capacidade de produção chega a 10 milhões de relógios ao ano. Entre 95 e 96, o polo fabricava em torno de 15, 16 milhões de peças, porém hoje vende menos relógio do que vendia naquela época. Não digo que teve dias melhores, porque o negócio foi agregando valor.
Hoje o faturamento é melhor do que no passado, mas o número de unidades de peça diminuiu. Produzimos em torno de 2 milhões de relógios por ano, de marcas consolidadas, como Champion, Magnum, Cosmos, Citizen e Ana Hickman, sendo a Champion a que tem maior volume em todo o país, além de ser a marca individual com a maior quantidade de peças, em torno de 70% da produção. A Magnum atende também uma pequena parte de óculos de grau e solar, o que corresponde a 3% das atividades da empresa.
Como foi receber o Mérito Industrial e o título de Industrial do Ano? Fico muito feliz e lisonjeado com a homenagem dada pela FIEAM.
Eu que sou industrial na área de relógio e joia desde a década de 80, entendo como um reconhecimento pela trajetória que eu construí aqui no PIM. Costumo dizer que o segredo para tudo isso está na persistência, porque quando você começa um negócio você tem no
caminho muitas pedras para superar, mas não podemos desistir.