21/01/2020
Paulo Takeuchi
Diretor da FIEAM
e-mail:paulo_takeuchi@honda.com.br
Mais um ano se inicia e de maneira positiva, pois temos a perspectiva de que será um período melhor do que o anterior no que se refere à produção e às vendas para o setor de Duas Rodas. Com a redução dos juros, os bancos estão aumentando suas linhas de crédito e os consumidores se mostram mais confiantes. Além disso, estamos verificando uma gradual retomada da economia, com geração de emprego e mais renda para o consumo.
Apesar de ainda estarmos longe dos patamares do passado, agora podemos planejar os negócios de maneira mais consistente. Neste cenário, ainda é necessário concretizar medidas importantes como as reformas tributária e administrativa, que serão fundamentais para que o País se torne um pouco mais competitivo no setor industrial e possa concorrer
com os países desenvolvidos.
O importante é que, ao menos, o processo já teve início. Hoje podemos perceber com mais clareza o quanto o Brasil deixou de avançar nas últimas décadas em questões básicas, como saúde e educação, e como será difícil recuperar o tempo perdido. Podemos ver que a gestão pública deixou de realizar todos os fundamentos que qualquer empresa privada faz para sobreviver e crescer, como redução de custos, quadro de recursos humanos enxuto e aumento da produtividade.
A questão do meio ambiente tem tomado espaço nas mídias, seja por tragédias como alagamentos ou destruição de florestas provocadas por grandes incêndios e
responsabilizadas por mudanças climáticas e, portanto, devido à ação humana.
Sem dúvida, estamos destruindo o planeta na medida que todos se colocam como vítimas e não como réus. Todos criticam ações contra o meio ambiente e apoiam os ambientalistas que são bons divulgadores.
Mas poucos realmente agem para amenizar a situação. Isso acontece todos os dias: lixo é jogado em locais não adequados, a falta de cuidados e manutenção de veículos são visíveis, não há disciplina no consumo de energia e da água. Enfim, os maus exemplos são constantes e diários.
Felizmente existem empresas com responsabilidade social, que empregam e geram renda, pagam todos os tributos legais, cumprem todas as licenças de funcionamento e adotam programas de qualidade e de preservação do meio ambiente, como estação de tratamento de água e outros sistemas ambientais, desenvolvem produtos de tecnologia cada vez mais amigáveis com o meio ambiente e são fiscalizadas constantemente.
Por outro lado, temos os invasores de áreas que, da noite para o dia, cortam todas as árvores do terreno e montam centenas de barracos, sem o mínimo de infraestrutura básica para viver, como água e esgoto. Os contrastes são enormes e as empresas, que deveriam empregar justamente estas pessoas para que não invadam essas áreas, são atacadas de todos os lados: desde a burocracia, sindicatos, impostos, regulamentações, opinião pública e até pela mídia. As vítimas são as pessoas que estão poluindo os rios e igarapés, construindo casas em locais de riscos. As consequências já são conhecidas.
Na primeira grande tempestade, os barracos desmoronam, as enchentes acontecem devido ao lixo jogado de forma indevida e depois vêm as doenças e o caos nos hospitais públicos.
A população irá solicitar ajuda e provavelmente irá eleger quem ajudá-la, e não aqueles que poderiam evitar a tragédia.
Esta tem sido a rotina normal. Minha esperança é que, um dia, possamos quebrar este ciclo e, com isso, teremos a oportunidade de construir e caminhar para um mundo melhor.
Para que isso se torne possível, precisamos começar agora, ajudando a cuidar melhor da natureza, da geração de resíduos e não esquecer de deixar em dia as manutenções dos veículos. Excelente 2020 para todos!