08/06/2024
O debate sobre a integração sul-americana encerrou a edição Brasília, do projeto ‘Diálogos Amazônicos’, uma promoção da Fundação Getulio Vargas (FGV) e apoio do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM). A conferência presencial aconteceu nesta quinta-feira (6) na capital federal.
O secretário de Articulação Institucional, do Ministério do Planejamento, João Victor Villaverde, foi quem apresentou o projeto do governo federal, que já traçou cinco rotas de integração do Brasil com a América do Sul.
O investimento dos países sul-americanos no projeto tem previsão de US$ 10 bilhões, com 190 obras de infraestrutura somente no lado brasileiro.
Segundo Villaverde, a reunião de todos os 11 presidentes da América do Sul, em maio de 2023, no Brasil – que não ocorria havia nove anos – trouxe o “Consenso de Brasília” e definiu o projeto de integração de todo o território latino-americano.
“Temos um duplo propósito para fazer a integração sul-americana. Primeiramente, podemos e devemos fazer mais negócios, mais turismo mais oportunidades de emprego, mais pesquisa com os nossos irmãos sul-americanos. Em segundo lugar, enquanto a gente se integra mais com os países que são banhados pelo Pacífico, a gente também se aproxima, pelo Pacífico, de quem compra o que a gente vende, a China”, argumentou.
De acordo com o secretário, os levantamentos do Ministério do Planejamento revelam que, entre os anos 2000 e 2012, o principal destino de exportação do Brasil eram os Estados Unidos. Desde, então, majoritariamente, é a China.
Em 2023, as vendas brasileiras para o país ultrapassaram, pela primeira vez, o valor de US$ 100 bilhões e a corrente do comércio bilateral entre os países chegou a US$ 157,5 bilhões. Daí o interesse do governo brasileiro nessa integração pelo oceano Pacífico.
Rotas de integração
Aos empresários associados do Centro da Indústria do Estado do Amazonas e demais participantes do ‘Diálogos Amazônicos’, João Victor Villaverde mostrou as cinco rotas de integração sul-americana projetadas pelo governo brasileiro,
Rota Amazônica
No caso da Região Norte, a atenção se volta para a Rota Amazônica (2). Isso porque a potencialidade das exportações é promissora, de acordo com o secretário do Ministério do Planejamento, principalmente com produtos da bioeconomia, máquinas, equipamentos e bens de consumo de Manaus para o Peru, Equador e Colômbia, além da Ásia e América Central.
Pelo projeto do governo, os novos setores da economia a serem promovidos na Rota Amazônica serão: isqueiros, motocicletas, canetas, barbeadores, aparelhos de TV e som, bens de bioeconomia e indústria naval.
Recursos e obras
Para viabilizar as cinco rotas de integração da América do Sul, cerca de 190 obras estão no novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), dentre elas 65 rodovias, 40 obras hidroviárias, 35 aeroportuárias, 21 portos, 15 infovias, 9 ferrovias e 5 linhas de transmissão de energia.
Já o financiamento dessas obras, pelo lado brasileiro, o governo já levantou recursos no valor de US$ 10 bilhões, sendo US$ 3,4 bilhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), US$ 3 bilhões do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), US$ 3 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômicos e Social (BNDES) e US$ 600 milhões do Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata).
Fonte: Comunicação CIEAM
ascom@cieam.org.br