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Expansão em fevereiro foi de 7,1% sobre o ano passado, no melhor resultado do país, diz IBGE

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02/05/2023

A indústria do Amazonas acelerou pela quarta vez consecutiva em fevereiro, período tradicionalmente fraco para o setor. A produção registrou alta de 1,6% sobre o patamar de janeiro. Embora a taxa de crescimento tenha sido menos vigorosa do que a do levantamento anterior (+5,1%), veio em um mês com cinco dias úteis a menos. O confronto com fevereiro do ano passado confirmou uma expansão de 7,1% para a manufatura estadual, marcando novamente o melhor resultado do país. O mês foi de avanço para os segmentos de combustíveis, bebidas, motocicletas, bens de informática e “produtos diversos” (que incluem os polos de produtos descartáveis, óticos e relojoeiro).

A consolidação de um fevereiro no azul permitiu à indústria amazonense escalar 10% no comparativo do bimestre, colocando o Estado no primeiro lugar do ranking brasileiro. Em 12 meses, o avanço foi de 4,8%. A indústria extrativa ficou no campo negativo nesse tipo de comparação, mas o leque de linhas de produção da indústria de transformação em ritmo ascendente foi maior, com os recuos se restringindo aos subsetores de químico e de máquinas e aparelhos e materiais elétricos. Em contraste, a média nacional da indústria (-0,2%, -2,4%, -1,1% e -0,2%) tombou em todas as comparações. Os números são da Pesquisa Industrial mensal e foram divulgados pelo IBGE, nesta quarta (26).

A despeito da progressão de 1,6% diante de janeiro, o Amazonas caiu do quarto para o sétimo lugar do ranking das 14 unidades federativas investigadas pelo IBGE, em um mês em que a média nacional recuou 0,2%. Pernambuco (+8,8%), Bahia (+4,9%) e Minas Gerais (+2,3%) dividiram o pódio. Na outra ponta, os piores resultados vieram de Ceará (-1,9%) e São Paulo (-0,7%), em uma lista com nove desempenhos positivos. Já Maranhão, Rio Grande do Norte e Mato Grosso do Sul não pontuaram por serem novatos na pesquisa.

A alta de 7,1% frente a fevereiro de 2022, manteve o Estado na primeira posição, seguido por Minas Gerais (+6,7%) e Rio de Janeiro (+6,4%). Já Rio Grande do Sul (-13,3%), Mato Grosso (-13%) e Ceará (-11,4%) ficaram no rodapé, com mais oito unidades federativas no vermelho. Com o acréscimo detectado no bimestre (+10%), o Amazonas subiu da segunda para a primeira colocação, em um rol encerrado pelo Mato Grosso (+13,8%) e com nove Estados no vermelho.

Combustíveis e terminais

Na comparação com fevereiro de 2022, a indústria extrativa (óleo bruto de petróleo) marcou elevação atípica de 6,7%. Em contraste, a indústria de transformação avançava 7,1% – em performance abaixo do levantamento anterior (-13%). Apenas três de seus dez segmentos recuaram: máquinas, aparelhos e materiais elétricos (conversores, alarmes, condutores e baterias, com -19,1%); produtos de metal (lâminas, aparelhos de barbear, estruturas de ferro, -3,6%); e produtos de borracha e material plástico (-0,2%).

Em sentido inverso, a lista de subsetores em expansão foi liderada por petróleo e combustíveis (gás natural, com +29,4%). Na sequência estão as divisões de máquinas e equipamentos (condicionadores de ar e terminais bancários, com +13,1%); produtos diversos” (artefatos de joalheria, isqueiros, lentes oculares, lápis, e fitas para impressoras, com +12,5%); “outros equipamentos de transportes” (motocicletas e suas peças, com +11%); produtos químicos (metais preciosos, inseticidas, nitrogênio e desinfetantes, com +7,8%); equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (celulares, computadores e máquinas digitais, com +6,9%); e bebidas (+2,4%).

No acumulado do ano, a indústria de transformação cresceu 11% e suas divisões de derivados de petróleo e combustíveis (+23,1%); “outros equipamentos de transporte” (+22,4%); bebidas (+17,6%); e produtos diversos (+13,1%) ficaram acima dessa média. As linhas de produção de máquinas e equipamentos (+9,6%); de equipamentos de informática e produtos eletrônicos e ópticos (+8,8%); produtos de metal (+4,7%); e de borracha e material plástico (+0,8%) também pontuaram bem. Na outra ponta estão os subsetores de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-14,2%); e de produtos químicos (-1,1%). A indústria extrativa (-2,3%) também se consolidou no vermelho.

“Boas expectativas”

O supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques, enfatizou à reportagem do Jornal do Commercio que a indústria do Amazonas continuou com produção ascendente em fevereiro, culminando no maior crescimento da indústria brasileira no bimestre. O pesquisador concorda que o enfraquecimento da base de comparação impulsionou a alta. Mas, enfatiza que o desempenho positivo da manufatura amazonense vem de uma crescente desde pelo menos dezembro de 2022 e que tudo indica que a trajetória ascendente deve ser mantida nos próximos meses.

“No início de 2022 havia ainda consequências da pandemia. Mesmo assim, é um bom resultado quando comparamos com outras praças. Os crescimentos acumulados dos últimos 12 meses e deste ano estão bem positivos. O quadro da produção industrial vem apresentando melhoras desde dezembro do ano passado, impulsionado por quatro atividades na época. Já em fevereiro, oito segmentos apresentaram incremento de produção. Na pesquisa, a média móvel trimestral do setor está em alta, o que indica boas possibilidades da atividade continuar crescendo nas próximas divulgações”, avaliou.

Retomada e incertezas

O presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Antonio Silva, considerou que os números do IBGE, de certa forma, foram “positivamente surpreendentes”. O dirigente destaca que o aquecimento demonstrado pelos indicadores do órgão federal de pesquisa mostra uma virtual retomada para o setor, mesmo diante de um “cenário de incertezas” – e da desconfiança geral no setor.

“É importante observar o aquecimento e retomada da produção local mesmo diante do cenário de incertezas. A última pesquisa do Índice de Confiança do Empresário Industrial da CNI mostra que a piora das condições atuais é percepção quase unânime. A despeito dessa desconfiança, o mercado nacional continua respondendo bem, o que tem alavancado a produção local. A expectativa é que tenhamos um ano ainda marcado por instabilidades, o que pode se refletir no arrefecimento dos indicadores de produção”, ponderou.

O presidente da Aficam (Associação dos Fabricantes de Insumos e Componentes do Amazonas), Roberto Moreno, concorda que os números de fevereiro foram significativos e avalia que os resultados dos meses imediatamente próximos serão positivos também. Mas, ressalta que o momento ainda é de incertezas para a Zona Franca de Manaus, em face das debates sobre a reforma Tributária e das possíveis mudanças que podem decorrer dela.

“Isso traz preocupação, aliado às variações no desempenho entre os diversos setores da economia. Mesmo as negativas em menor número, podem ser sinal de atenção. Os números demonstram claramente a importância de nossa indústria e quanto ela está difundida. Temos tido discussões sobre qual proposta de reforma será aprovada, mas continuamos com a certeza de que nossas autoridades encontrarão uma solução que mantenha as vantagens competitivas da ZFM, sem trazer insegurança jurídica”, encerrou.

Fonte: Jornal do Commercio

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