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Emprego no interior volta a crescer no Amazonas, aponta Caged

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04/01/2022

Marco Dassori

O saldo de empregos formais no interior do Amazonas retomou o campo positivo, em novembro, após o recuo de outubro. Na série com ajuste, o número de contratações (+1.271) superou o de demissões (-891), gerando acréscimo de 380 postos de trabalho com carteira assinada. Foi um resultado melhor do que o de outubro (-66), mas ainda ficou devendo em relação a setembro (+409) e agosto (+384 vagas). O desempenho ficou ainda mais distante do que o registrado por Manaus (+4.437), que voltou sustentar o crescimento do mercado de trabalho do Estado (+4.817).

O número de cidades amazonenses com mais admissões do que desligamentos na variação mensal chegou a 32, patamar significativamente inferior à estatística apresentada em outubro deste ano (+22). O volume de vagas formais geradas por cada ainda foi irrisório, mas dez localidades tiveram resultados de dois dígitos – e uma de três dígitos. Ao menos 14 eliminaram empregos, enquanto as 15 restantes estagnaram – contra 24 e 15 no mês anterior, respectivamente. É o que revelam os mais recentes dados do ‘Novo’ Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

No acumulado do ano, o desempenho do interior na geração de vagas celetistas se manteve no campo positivo, em sintonia com o Estado e a capital. Enquanto Manaus conseguia gerar 35.127 vagas com carteira assinada entre janeiro e novembro de 2021, correspondendo a 93,20% do total do Amazonas (37.691), os demais municípios amazonenses responderam pela fatia restante, ao criar 2.564 postos de trabalho formais, dada o novo predomínio das admissões (+13.159) sobre os desligamentos (-10.595).

Em 12 meses, os municípios do interior do Amazonas apresentam acréscimo de 1.940 empregos com carteira assinada, graças a um total de contratações (+13.871) também acima das demissões (-11.931) – mas com uma folga menor do que a registrada no acumulado do ano. Em paralelo, a capital amazonense também aglutinou postos de trabalho formais a mais (+32.933), embora ainda tenha correspondido a 94,44% do total gerado pelo Estado (34.873), no mesmo período.

Estoques dos municípios

Entre as 32 localidades amazonenses que conseguiram contratar mais do que demitir, dez tiveram saldo de dois dígitos no número de vagas registradas na variação mensal e uma chegou a três dígitos, na série sem ajustes – contra seis e zero, em outubro, respectivamente. Os melhores resultados vieram de Presidente Figueiredo (101 vagas e alta de 3,04%), Parintins (+87 e +3,52%), Manacapuru (+38 e +1,19%), Itacoatiara (+35 e +0,73%) e Humaitá (+33 e +1,42%). Em contraste os piores números saíram de Tefé (-20 e -1,09%), Autazes (-12 e-1,14%) e Boca do Acre (-10 e -0,67%).

Em 11 meses, 44 municípios do interior amazonense seguiram no azul, 13 ficaram no vermelho e quatro estagnaram. Presidente Figueiredo (+589 e +20,77%), Humaitá (+351 e +17,49%), Iranduba (+288 e +14,93%), Manacapuru (+235 e +7,82%), Itacoatiara (+192 e +4,13%), Parintins (+153 e +6,35%) e Careiro (+102 e +42,50%) lideraram com folga a lista de criação de empregos formais. No outro extremo, os maiores cortes vieram de Santo Antonio do Iça (-30 e -21,13%) e Codajás (-23 e -31,08%), entre outros.

Em termos de estoque de empregos com carteira assinada na totalidade do Amazonas (451.051), excluída a capital (412.883), o somatório dos seis maiores municípios do Amazonas responde por quase metade de todo o volume de empregos com carteira assinada contabilizados no interior (38.168). A lista inclui Itacoatiara (4.878), Presidente Figueiredo (3.424), Manacapuru (3.234), Tabatinga (2.755), Parintins (2.544) e Humaitá (2.259).

Comércio em alta

Quatro dos cinco setores econômicos listados no Amazonas pelo “Novo Caged” conseguiram saldos positivos no Amazonas, entre outubro e novembro – contra três, no mês anterior. serviços, comércio, indústria e agropecuária. O único senão veio da construção. O interior conseguiu resultados positivos em apenas três deles, embora tenha melhorado em relação ao levantamento anterior – quando cresceu apenas em um. Houve, contudo, uma perda de força nos serviços (+56), em detrimento do comércio (+341) e da agropecuária (+62), enquanto construção (-39) e indústria (-40) voltaram a amargar extinção de vagas.

Os municípios líderes de crescimento voltaram a ter dinâmicas econômicas diferentes entre si. Na variação mensal, Presidente Figueiredo (+101) teve sua geração de empregos com carteira assinada sustentada pela produção de lavouras agrícolas temporárias (+73), além de serviços especializados em construção (+22) e indústrias extrativas de minerais metálicos (+15%). Parintins (+87) e Manacapuru (+38) foram alavancados basicamente pelo comércio varejista (+59 e +70, na ordem).

No acumulado dos 11 meses iniciais deste ano, o setor de serviços (+1.015) continuou sendo o maior gerador de oferta de postos de trabalho celetistas no interior do Estado, sendo seguido de perto pelo comércio (+967). Na sequência estão a agropecuária (+497) e indústria (+82). Em contrapartida, a construção (+3) voltou ao campo positivo. Entre os municípios com maiores saldos na base aglutinada, Humaitá (+351) se sobressaiu em comércio (+148) e serviços (+142), enquanto Iranduba (+288) obteve seus melhores resultados na nos serviços (+92), na indústria (+90) e na construção (+63).

“Resultados marginais”

Em entrevistas anteriores à reportagem do Jornal do Commercio, o presidente do Sindecon-AM (Sindicato dos Economistas do Estado do Amazonas) e consultor empresarial, Marcus Evangelista, apontou que a dinâmica de geração de empregos no interior não consegue acompanhar o crescimento vegetativo de suas populações. Segundo o economista, os municípios com melhores resultados estão na Região Metropolitana de Manaus – com exceção de Humaitá e seu agronegócio –, sendo alavancados por micro e pequenas empresas de comércio e serviços. Já as localidades mais isoladas e distantes seguiriam dependentes dos “contracheques das prefeituras”.

Em sintonia, o consultor empresarial, professor universitário e conselheiro do Corecon-AM (Conselho Regional de Economia do Estado do Amazonas), Leonardo Marcelo Braule Pinto, observou, também em entrevistas anteriores à reportagem do Jornal do Commercio, que o arrefecimento da pandemia está sendo acompanhando por um crescimento “lento, gradual e insuficiente”, em razão da política de contração monetária e de “uma inflação que não cede”. “Estamos até tendo algum crescimento na criação de empregos, mas é muito tímido. Em algumas cidades mais distantes, nem tivemos isso. Podemos até ter alguma melhora, mas ela virá no longo prazo. No curto, teremos resultados apenas factíveis e marginais”, concluiu.

Fonte: JCAM

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