29/04/2025

O Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM) realizou, nesta segunda-feira (28/04), o bate-papo virtual mensal, por meio da plataforma Teams, para debater a Análise da Conjuntura Econômica Brasil-Amazonas. Desta vez, a pauta principal foram as tarifas sobre o comércio exterior brasileiro, que devem passar a ser monitoradas diante da iminência de consolidação da política tarifária americana. Caso isso ocorra, o acompanhamento das exportações, importações, parceiros comerciais e suas alterações deverá ser realizado com mais atenção. O objetivo do encontro mensal é avaliar o desempenho da economia nacional e regional, pontuar os principais indicadores de crescimento e projetar os próximos meses.

A reunião foi aberta pelo Presidente Executivo do CIEAM, Lúcio Flávio Morais de Oliveira, e contou com as análises do economista e professor da Escola de Economia de São Paulo (EESP/FGV), Márcio Holland, e do professor e coordenador da Área de Indicadores do CIEAM, André Costa. Participaram também representantes de diversas empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM).

Durante a apresentação do professor da FGV, foram destacados dados divulgados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) no dia 22 deste mês sobre os efeitos da chamada pelo professor de Trumpseconomics. Os resultados mostram a evolução das tarifas médias americanas desde 1828 até o dia 2 de abril deste ano, a partir do discurso de Donald Trump sobre a política de protecionismo dos Estados Unidos (EUA).

“O que vale ressaltar é que houve um choque de tarifa não observado, inclusive nos anos 30, quando ocorreu um elevado choque de tarifas nos EUA que não foi bem-sucedido, mas que logo foi revertido nos anos 40. Os EUA têm um modelo econômico muito baseado no consumo e fortemente fundamentado no comércio de impacto e no déficit de transações correntes. Para serem a principal moeda do mundo, precisam ser valorizados ou não serão requeridos”, explicou Holland.

Sobre o comércio exterior brasileiro, o professor explicou que “a soma do comércio exterior brasileiro está na ordem dos R$ 600 bilhões. O Brasil exporta mais de R$ 300 bilhões, sendo que no topo dessas exportações estão alimentos e produtos da metalurgia. Em relação à importação, o país gasta cerca de R$ 265 bilhões, encabeçando a lista de produtos importados os insumos químicos e equipamentos de informática”, salientou o professor.

O professor André Costa, em seguida, apresentou dados do mês de fevereiro divulgados pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA) sobre o desempenho do PIM, as tendências da guerra comercial (receitas e custos do PIM), a pesquisa de confiança realizada com executivos associados ao CIEAM e as importações de março deste ano.

De acordo com os dados, o destaque ficou com o setor de vestuário, que quase duplicou o faturamento em base mensal e quase triplicou em base anual. O setor de duas rodas surpreendeu novamente, sendo o mais verticalizado do PIM por comprar insumos internamente no país e no próprio Polo Industrial, atingindo R$ 3,7 bilhões em faturamento.

“Nós estamos começando o ano de 2025 surpreendentemente muito bem. É o melhor começo de ano do PIM em muito tempo. Janeiro e fevereiro chegaram muito próximos dos 18 bilhões de reais”, afirmou o professor.

A iniciativa reforça o compromisso do CIEAM em promover conhecimento estratégico e qualificado sobre o cenário econômico, contribuindo para a competitividade, inovação e sustentabilidade da indústria amazonense.

Fonte: Assessoria de Imprensa CIEAM