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Parceria entre Suframa e CIEAM fortalece agenda ESG rumo à COP 30 no II Fórum Amazônia

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20/03/2025 08:23

“A parceria entre Suframa e CIEAM fortalece essa iniciativa, garantindo que as discussões se transformem em ações concretas para o futuro da Amazônia e para sua inserção em uma economia global mais sustentável“

Alfredo Lopes conversa com Régia Moreira Leite

Alfredo Lopes – O II Fórum ESG Amazônia busca consolidar uma agenda sustentável para o Polo Industrial de Manaus. Qual é a importância da parceria entre a Suframa e o CIEAM na realização deste evento?

Régia Moreira: A parceria entre Suframa e CIEAM é essencial para conectar o setor produtivo e o governo em torno de uma agenda de desenvolvimento sustentável para a Amazônia. O Polo Industrial de Manaus é um dos poucos complexos industriais do mundo instalados dentro de um bioma sensível e, ao longo dos anos, vem se adaptando às exigências ESG. O Fórum é uma oportunidade para reforçar o papel da Zona Franca de Manaus (ZFM) como um modelo de crescimento econômico que respeita a floresta, além de debater políticas públicas e soluções inovadoras para o futuro da indústria na região.

Alfredo Lopes – O Fórum acontece em um momento estratégico para a Amazônia, com a COP 30 no horizonte. Como o evento pode preparar uma agenda econômica do Polo Industrial de Manaus para ser apresentada no encontro climático global?

Régia Moreira: A COP 30 será uma vitrine global para mostrar que a Amazônia não é apenas uma área de conservação, mas um território de oportunidades para uma economia sustentável. O II Fórum ESG Amazônia tem um papel fundamental na construção de uma narrativa que demonstre o compromisso do Polo Industrial de Manaus com a agenda ESG, com investimentos em inovação, bioeconomia e economia circular. Vamos consolidar uma série de propostas e cases de sucesso que podem ser levados à COP 30 para mostrar que a industrialização sustentável da Amazônia é possível e necessária.

Alfredo Lopes – O Polo Industrial de Manaus pode ser apresentado na COP 30 como a maior reunião de uma planta industrial integrada à agenda ESG. Quais são os fatores que reforçam esse posicionamento?

Régia Moreira: Sem dúvida! O Polo Industrial de Manaus reúne mais de 600 indústrias que operam em um modelo diferenciado de incentivos fiscais e responsabilidade socioambiental, sob a batuta da Suframa. Diferente de outras zonas industriais, o PIM está inserido em um ecossistema que exige soluções ambientais avançadas, como logística reversa eficiente, controle rigoroso de resíduos e investimentos crescentes em tecnologias verdes. Além disso, a bioeconomia e a economia circular são vetores de crescimento que já fazem parte da nossa indústria, com inúmeras oportunidades para agregar valor aos produtos da floresta. Levar esse modelo para a COP 30 significa mostrar ao mundo que desenvolvimento e preservação podem caminhar juntos.

Alfredo Lopes – A bioeconomia tem sido apontada como um dos caminhos para diversificar a matriz econômica da Amazônia. Como o Fórum ESG Amazônia pretende impulsionar essa agenda?

Régia Moreira: A bioeconomia é um dos pilares centrais do Fórum, porque representa uma oportunidade real de transformar a riqueza natural da Amazônia em desenvolvimento sustentável para a população. O evento vai destacar cases de empresas que já trabalham com cadeias produtivas sustentáveis, além de discutir formas de escalonar esses negócios e atrair investimentos. Para a bioeconomia se consolidar, é fundamental estruturar melhor as políticas de financiamento e infraestrutura, garantindo que a produção industrial a partir da biodiversidade aconteça dentro da Amazônia, e não apenas como fornecedora de matéria-prima para outras regiões do país e do mundo.

Alfredo Lopes – Quais desafios ainda precisam ser superados para que o Polo Industrial de Manaus se torne um modelo global de sustentabilidade e inovação?

Régia Moreira: O principal desafio é a previsibilidade das políticas públicas. A Zona Franca de Manaus sofre constantes ameaças relacionadas à questão fiscal e tributária, o que gera insegurança para investimentos de longo prazo. Além disso, é essencial avançarmos em infraestrutura para facilitar o escoamento da produção e reduzir a dependência do modal rodoviário e fluvial, que impacta os custos da indústria. Mas, apesar desses desafios, a indústria do PIM já demonstrou que pode ser referência em sustentabilidade, inovação e integração com a bioeconomia. O Fórum ESG Amazônia é uma ferramenta importante para fortalecer esse modelo e mostrar ao Brasil e ao mundo a importância da ZFM para o equilíbrio ambiental e econômico da Amazônia.

Alfredo Lopes – Quais compromissos concretos o II Fórum ESG Amazônia pretende deixar como legado para a COP 30 e para o futuro da indústria na Amazônia?

Régia Moreira: O Fórum não será apenas um espaço de debates, mas um momento estratégico para firmarmos compromissos reais para a construção de uma economia sustentável na Amazônia. Entre os principais resultados esperados, estão a definição de diretrizes para a descarbonização do Polo Industrial de Manaus, a ampliação dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento na bioeconomia, e o fortalecimento da logística reversa e da economia circular dentro do PIM. Queremos que essas ações sejam transformadas em políticas públicas efetivas, que possam ser apresentadas como um modelo concreto de desenvolvimento sustentável na COP 30.

Suas considerações finais

Régia Moreira: O II Fórum ESG Amazônia se consolida como um dos principais eventos para alinhar os interesses da indústria, do governo e da sociedade em torno de uma economia sustentável na Amazônia. Com a COP 30 no horizonte, o evento reforça o Polo Industrial de Manaus como a maior concentração de uma planta industrial integrada à agenda ESG no mundo, destacando seu compromisso com inovação, bioeconomia e sustentabilidade.

Fonte: BrasilAmazôniaAgora

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