13/09/2018 10:08
Desde que existe a ZFM (Zona Franca de Manaus), a partir de fevereiro de 1967, instalada depois de 10 anos de sua homologação pelo presidente Jucelino Kubitscheck, que as entidades do setor produtivo se dedicam a listar suas expectativas com relação aos governantes e parlamentares, visando o aprimoramento deste bem-sucedido arranjo fiscal. Comumente, passada as eleições, os eleitos costumam descuidar das promessas anunciadas, fazendo com que um sentimento de perda de tempo seja experimentado nessas iniciativas.
À luz das dificuldades que as empresas hoje vivenciam, com alguns segmentos em processo de desindustrialização, ganha relevância e urgência a defesa do ganha pão de todos os amazonenses e de todas as pessoas relacionadas à cadeia produtiva nacional da economia do Amazonas. Quem tiver propostas, portanto, para fortalecer o funcionamento deste arranjo scal, demonstrar compromisso, tanto em ações passadas, como em compromissos publicamente assumidos, é um nome a ser colocado entre os possíveis merecedores do nosso sufrágio.
Defender nossa economia, pleitear seu adensamento, apontar
caminhos objetivos de diversificação
e regionalização do
desenvolvimento, deve pular para o topo dos candidatos
ideais. Vamos fugir da demagogia daqueles que tiveram a
chance de fazer e não zeram,
defenderam no nível da
garganta, mas não têm atitudes para ilustrar compromissos.
Estes estão excluídos. Anal
estamos falando da nossa
galinha dos ovos de ouro.
Percentual de infraestrutura
A cada eleição tentamos convencer a classe política de que
podemos melhorar a paisagem econômica, social e ambiental
do Amazonas com o nosso trabalho. Como se faz isso? A
palavra mágica é competitividade, em todas as campanhas
sublinhada, repetida e fonte de desencanto há mais de 50
anos. As expectativas submetidas aos candidatos a
governador nas três esferas e respectivos colegiados
parlamentares, permitiriam, se atendidas, desenhar um
cenário de prosperidade em todas as direções em todos os
segmentos. Não há registro de bandeiras reivindicando
privilégios. Há apenas disposição de trabalhar com mais
exibilidade
dentro dos expedientes legais normativos,
segurança jurídica e desburocratização. O resto é detalhe.
Essas bandeiras sugerem, por exemplo, que um percentual
discreto, de 3% a 5% da riqueza gerada, seja aplicado em
infraestrutura de transporte, de comunicação e de energia, a
premissa sagrada da competitividade. Se atendido este pleito,
teríamos registrado resultados mais robustos de
produtividade e lucratividade. Uma indústria competitiva gera
mais riqueza, oportunidades, postos de trabalho e aos olhos
do governo melhor arrecadação para exercer seu papel.
Precisamos atrair investidores
O Estado que detém 30% dos estabelecimentos industriais do
Brasil, com muita frequência, se incomoda com a existência
com a planta industrial de Manaus, onde existem apenas 0,6%
das indústrias do Brasil. Além de parecer absurdo, temos que
tratar esta atitude como algo inaceitável.
A Constituição brasileira só proíbe conferir incentivos fiscais para automóveis de passeio, perfumes, armas, munições e cigarros. Portanto, precisamos escolher parlamentares aguerridos que defendam o nosso direito de ampliar, diversificar, regionalizar, a economia industrial nessa região. Anal estão colocadas condições atraentes para novos investimentos ampliando ofertas dos atuais 3 milhões de postos de trabalho em toda cadeia produtiva da ZFM.
Merecerá voto, também, quem for capaz de promover atração
de novos investimentos, com o argumento de que no
Amazonas, a Economia anda de mãos apertadas com a
Ecologia, dentro de um excepcional desempenho de
sustentabilidade, merecedores de aplausos da União Europeia
e Organização Mundial do Comércio. Que outra empresa ao
longo de todas as plantas industriais do Brasil pode dizer que
a geração de emprego impede que trabalhadores e seus
familiares depredem o estoque natural?
Basta cumprir a lei
Valeria a pena iniciar uma campanha de âmbito local, regional
e nacional pela defesa da lei. Merece voto aquele que por
palavras e atos defendem sinceramente a segurança jurídica
da economia do Amazonas. Com apenas 8% da renúncia scal
do Brasil, autorizados pela Constituição, ficamos
de mãos
atadas com o consco
praticado historicamente pela União.
Eis nosso maior paradoxo e a bandeira mais urgente de
mobilização da classe política em defesa do Amazonas. Existe
alguma mais importante do que esta?
Seria possível baixar as armas ridículas do conito
interno
que tem separado grupos e agremiações políticas ávidas pelo
poder para somar esforços e prestígios políticos junto ao
núcleo de decisão federal. O respeito à lei, talvez, seja a única
e mais importante expectativa alimentada com relação a
governantes e parlamentares. O resto é decorrência. Com
ambiente de trabalho seguro, as empresas vão render mais
dentro de um parâmetro produtivo, mais respeitado pelo
olhar estrangeiro, onde economia e ecologia dançam no baile
da sustentabilidade competitiva.
Cumprindo a lei e trabalhando com exibilidade
poderemos
desembarcar em novos formatos de bioeconomia na
consolidação do Polo mineral, florestal
e de serviços
ambientais, expandido o Polo de Informação e Comunicação.
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Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. cieam@cieam.com.br
Publicada no Jornal do Commercio do dia 13/09/2018