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ZFM, os empregos, os investimentos e o bom-senso

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01/09/2022 11:50

Cada R$1 que a União poderia recolher no Polo Industrial de Manaus, R$1,4 é repassado pela ZFM ao contribuinte diretamente, com produtos de primeira e mais em conta, segundo estudos demonstrativos da Fundação Getúlio Vargas. E com Nota Fiscal de garantias.”

Por Alfredo Lopes – Coluna Follow-up 01.09.22

Há uma clareza irretocável no comunicado do Centro da Indústria do estado do Amazonas para os seus interlocutores locais, aqueles envolvidos diretamente no imbróglio do IPI dos decretos do fim do mundo. Parlamentares federais, governo do estado e superintendente da Suframa receberam, em detalhes, o que representou, na prática, o desdobramentos do Decreto 11.182, de 24 de agosto de 2022. Começa a aparecer, assim, quem é quem entre as empresas excluídas e aquelas que permanecem – até quando? – a utilizar a compensação fiscal de operar na Amazônia, ajudar a reduzir as desigualdades regionais, proteger a floresta e insistir na economia legalizada que sobrevive à expansão da economia sem lei.

Que estranho interferir – para fatiar, desmobilizar e desconstruir – num jogo onde os atores envolvidos estão ganhando, sem nada colocar no lugar? E quem são esses ganhadores? Com certeza não se limitam a um punhado de empresas, de investidores que optaram aportar aqui por força de um contrato com a União Federal. São eles sim, e devidamente acompanhados de um exército de operadores que aqui encontram oportunidades da prestação de serviços de transporte, alimentação, serviço médico, lazer e cultura, e por aí vai. Gerar emprego e oportunidades numa região com IDHs de nações subdesenvolvidas faz toda uma diferença cívica. Tanto mais num ambiente em que economia e ecologia andam em consonância. Para cada vaga oferecida, 5 outras pessoas são mobilizadas para a célula produtiva e de benefícios que isso representa.

São setores consolidados, que desembarcaram na região há décadas e que estruturam uma rotina produtiva da qual dependem outros negócios e muitos empregos. Setores como o de Duas Rodas, que oferece diretamente 15 mil empregos, 75 mil indiretos, costuma manter uma rede de fornecedores locais e regionais robusta. A entidade que reúne essas empresas, a ABRACICLO, realizou em agosto último uma Conferência Empresarial e de Tecnologia voltada exclusivamente para o setor de bicicletas. Afinal, somos o quarto produtor mundial deste veículo que tanto bem faz para a saúde, para o clima e para o Brasil. O evento teve como meta a identificação de novos fornecedores para adensar sua verticalização com peças e insumos locais, de acordo com as exigência do PPB, aferidas, requeridas e monitoradas pela União. Por que esvaziar com tantos cortes um setor tão pujante?

Durante os momentos críticos do início da pandemia COVID-19, os cargueiros encalharam nos portos asiáticos ou eram retidos pelo caminho para captura emergencial de suprimentos, entre eles os EPIs, equipamentos de proteção individual. Situação de urgência urgentíssima fez o Polo Industrial de Manaus descobrir, por necessidade e com habilidade, uma capacidade fabril instalada que era desconhecida dos próprios produtores. Pressionadas pela dramaticidade do tormento, toda sorte de produtos foram aparecendo com a grife Made in ZFM. Fábrica de sucos transformadas de uma hora para outra em produtores de álcool em gel de primeira qualidade, ou de equipamentos de respiração mecânica. Uma grata surpresa e uma surpreendente revelação de capacidades.

O que significa desarticular este movimento? Inibir, esvaziar, penalizar esses segmentos é, no mínimo, inaceitável e irresponsável em nome do interesse da brasilidade, pois os itens aqui fabricados são de classe mundial, tem preços adequados e uma rede nacional de assistência técnica imbatível. Cada R$1 que a União poderia recolher no Polo Industrial de Manaus, R$1,4 é repassado pela ZFM ao contribuinte diretamente, com produtos mais em conta, segundo estudos demonstrativos da Fundação Getúlio Vargas. E com Nota Fiscal de garantias.

Qual o sentido de atacar o setor de fitness, luminárias, componentes de informática, algumas linhas de bicicletas, entre outras centenas de PPB, Processo Produtivo Básico? A rigor, são precisamente 358 itens, que não poderão mais ser fabricados em Manaus, e terão que ser importados da Ásia, gerando riqueza, empregos e oportunidades por lá. Um baú de felicidade para os envolvidos nessa trama funesta. A Nota do CIEAM é sucinta e objetiva, assim como é inevitável e obrigatório voltar às barras da justiça, a tábua de salvação dos investimentos, dos empregos e do bom senso.


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