03/10/2018 10:40
Quais são as expectativa políticas de quem produz a riqueza no Amazonas, gera oportunidades de trabalho e contribui de forma robusta para a arrecadação pública? Esta foi proposta do artigo do presidente do Cieam, Wilson Périco, em artigo publicado no Espaço da Indústria, dessa terça-feira, 2 de outubro. No conjunto das expectativas está implícito que alguém não está fazendo sua parte. E que, cumpridas as regras do jogo, ou seja, respeitados os direitos, haverá um ganha ganha de todas as partes.
Tribuna de apelação
“Queremos fazer deste espaço uma tribuna de apelação ao governo que será escolhido nos próximos dias. Anal, é de extrema importância que o segmento responsável por parte determinante de geração da riqueza seja levado em conta, pois dessa interlocução entre setor público e as empresas aqui instaladas depende a construção de uma sociedade mais ou menos próspera, e da consolidação, diversicação e interiorização da economia hoje concentrada em Manaus”.
Segurança jurídica
“Quando aqui chegamos, a partir dos anos 70, assinamos
algumas regras do jogo produtivo que sabemos jogar. Essas
regras constituem, ou deveriam constituir, a segurança
jurídica da qual precisamos para decidir investimentos,
produção e produtividade, geração de empregos, arrecadação
de impostos e tudo mais que as leis do país buscam defender
em nome do interesse público. Diríamos que o resguardo da
segurança jurídica, frequentemente violentada, é o X da
questão produtiva e da relação transparente que devemos
construir”.
Infraestrutura
“Para levar a efeito a combinação produtiva, carecemos de
infraestrutura de competitividade. A equação é simples: com
5% do faturamento anual apresentado pelo setor
manufatureiro, aplicado nesta finalidade,
teríamos
infraestrutura de comunicação, de excelente qualidade e baixo
custo, logística de transporte adequada e estrategicamente
discreta em nossa planilha de custos, além de energia
abundante e bem distribuída para dar suporte à geração de
riqueza para esta região remota”.
Os buracos da omissão pública
“É constrangedor, primeiramente para o gestor público, tanto
municipal, como estadual e federal, que a terceira planta
industrial do país apresente uma paisagem urbana tão
caótica, esburacada, constrangedora, e deletéria. Temos
vergonha do acesso que nos permitiria mostrar nossas
instalações industriais para visitantes, eventuais parceiros ou
novos investidores. Os três poderes mencionados recolhem
nesta planta industrial, moral e fisicamente
esburacada, parte
robusta dos insumos financeiros
de suas sobrevivência na
região”.
Isolamento rodoviário
“Não faz sentido algum, sendo um dos oito entes federativos
que mais recolhem recursos do que recebem da União Federal,
permanecermos isolados do resto do Brasil por via terrestre.
Há duas décadas aguardamos a recuperação dessa conexão
rodoviária da BR 319, construída pelo governo militar na
década de 70”.
Desvio das finalidades vitais
“O setor produtivo recolhe recursos para desenvolver
alternativas econômicas destinadas a projetos de pesquisa,
desenvolvimento e inovação, que possam diversicar
a
geração de riqueza, emprego e renda para nossos Jovens.
Anal,
temos apenas três segmentos industriais que dão
suporte a esta economia desfalcada de gestão pública
competente. Esses recursos tem sido desviados para outras
partes do país, contrariando o preceito constitucional que
autoriza os 8% de contrapartida scal
da Amazônia Ocidental,
justamente, para reduzir as desigualdades regionais”.
Máquina pública pesada e perdulária
“No âmbito estadual, contribuímos há quase duas décadas
com um fundo constitucional para promover o turismo e a
Interiorização do desenvolvimento. Estes recursos não podem
continuar sendo usados predominantemente para o custeio da
máquina pública. Esta máquina segue cada vez mais pesada e
perdulária. Aplicar esses recursos, que hoje se aproximam de
um bilhão de reais por ano, significaria
criar mais riquezas,
contribuir vitoriosamente no combate à economia sombria do
narcotráfico,
e oferecer aos irmãos esquecidos do interior,
caminhos alternativos para geração de uma economia justa e
partilhada na construção de riquezas”.
Juntos e alinhados pela brasilidade
“Finalmente queremos insistir na interlocução permanente e
transparente, tanto no planejamento como na aplicação das
verbas oriundas de geração de riquezas, promovida por
trabalhadores e investidores nesse pedaço apartado de um
Brasil paradoxal. Juntos e alinhados faremos a diferença de
que todos precisamos”.
(*) Wilson é economista, presidente do Cieam, vice-presidente da Fieam e da Technicolor para a AL
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Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. cieam@cieam.com.br
Publicada no Jornal do Commercio do dia 03.10.2018