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UEA, eleições e expectativas

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20/03/2014 09:29

Com chapas representativas dos diversos segmentos, saudamos o processo eleitoral da Universidade do Estado do Amazonas que escolhe, uma reitoria pelo voto direto, com amplos espaços de discussão – em que as chapas fizeram circular e discutir suas plataformas - e um espectro democrático de participação na hora da escolha. O nível e o compromisso vão desembarcar, certamente, no melhor para a academia e para o interesse do Amazonas. Em outubro último, através de compromisso público, foram iniciados os movimentos para aproximar academia e o setor produtivo do Estado, visando celebrar um acordo de cooperação entre a UEA, Universidade do Estado do Amazonas, e as entidades do setor produtivo. Para o Centro da Indústria, este foi o mais relevante acontecimento de 2013, na relação com o poder público. A parceria, que aguarda a conclusão do processo eleitoral, pretende mobilizar o conjunto com a Ação Empresarial do Estado, conglomerado que articula as entidades do Setor produtivo: FIEAM, CIEAM, FECOMÉRCIO, ACA e FAEA com os novos gestores da instituição acadêmica.

Autonomia e expectativas

A grande expectativa da parceria entre economia e academia, nesse contexto, por parte do setor produtivo, é debater a qualificação de recursos humanos, integrar o processo de identificação e promoção de talentos, um desafio na luta pela competitividade e um dos gargalos de crescimento seguro e perene da economia aqui instalada. Sem prejuízo a sua autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, esta parceria envolverá, preferencialmente, não apenas as expectativas do setor produtivo na formação de recursos humanos da área tecnológica, informática, cibernética, biótica e nanotecnologia, da gestão e dinamização dos empreendimentos, dos especialistas em regulação e controle, apoio para a formação de bons professores, que possam restaurar e atualizar o conhecimento da Aritmética, da Gramática, a partir e principalmente do Ensino Fundamental, a base de toda a preparação posterior. Professores que sejam capazes de educar para a comunicação digital da comunhão social de valores e atitudes como a transparência no trato, o respeito ao outro, seus direitos e escolhas, e ao patrimônio, o físico e moral, público e particular, que dá suporte ao tecido social. Professores que estimulem o empreendedorismo e um espírito coletivo da comunhão social e distribuição equânime de oportunidades e das condições efetivas de realização pessoal e profissional. É evidente que essa é uma tarefa de todos, premissa que vai garantir o desempenho eficiente e efetivo da academia na perspectiva de uma nova economia.

Matemática, Física e Química

É importante reafirmar a convicção de que carecemos de consolidar institutos de formação básica para a pesquisa e ensino, como Matemática, Química e Física. Como pauta de encontro com a próxima reitoria, adicionalmente, iremos sugerir, no âmbito das atividades primordiais da indústria, cursos, perfis, número de vagas para atender as demandas das diversas cadeias produtivas, da estruturação de laboratórios focados em formar os profissionais que as empresas precisam através da qualificação permanente e de cursos de pós-Graduação Lato Sensu em Segurança do Trabalho, Produção, Petróleo e Gás, Qualidade, Telefonia Celular, Mecânica, Redes, Novos Produtos, entre outros itens e áreas que se fizerem necessários, além da qualificação no Stricto Sensu (Mestrado e Doutorado) em que a UEA tem investido substantivamente. Na qualidade de mantenedoras da instituição, as empresas, através de suas representações, aguardam assento no Conselho Curador da UEA.

“Cérebro do mundo”

A economia da Zona Franca, no imperativo de estabelecer novos caminhos e matrizes de negócios e oportunidades, precisa atuar passo a passo com os atores locais, entre os quais a academia é parceiro prioritário. Levar a economia para o interior, na diversificação e adensamento de cadeias produtivas, supõe a cadeia do conhecimento. A presença e o papel da UEA vão apontar para o manejo inteligente dos recursos locais, a alternativa correta e eficiente de conservar a natureza e desenvolver capacidades a aptidões das pessoas. A melhor forma de preservar um bem, não resta dúvida, é atribuir-lhe uma função econômica. A indústria financia a UEA há 13 anos e, com esta parceria, vai trabalhar junto com ela para gerar outras matrizes econômicas. A Amazônia, com sua extensão e biodiversidade, abriga a resposta para a maioria das perguntas que a ciência tenta responder hoje, na medicina, na agricultura, nas fontes energéticas e na equação enigmática entre crescimento econômico e recomposição dos estoques naturais. A Amazônia, desse ponto de vista, mais do que pulmão, ou coração, é "cérebro do mundo", especialmente se considerada no âmbito de sua amplitude continental. E isso remete à produção e aplicação de conhecimentos e tecnologias no tratamento de sua biodiversidade. Há 47 anos a economia do polo industrial desenvolveu uma alternativa sustentável, do ponto de vista socioambiental. Isso nos legou autoridade para empreender com olhar permanente no parâmetro ambiental e principalmente social, afinal a pobreza depreda e polui pelo instinto da sobrevivência. E não faz sentido ter no Amazonas 11 municípios entre aqueles 50 piores em desenvolvimento humano com tantas alternativas de manejo inteligente e responsável dos recursos naturais.
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Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Editor responsável: Alfredo MR Lopes.  cieam@cieam.com.br

Publicado no Jornal do Commercio do dia 20.03.2014

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