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24/07/2014 10:32

Retomando o “mãos à obra”, a palavra de ordem pós-prorrogação dos incentivos da ZFM, e os obstáculos que espreitam os arautos da mudança, é importante começar identificar os instrumentos, premissas e condições para por em prática, inicialmente, um planejamento por etapas, com atores, prazos e cronogramas a serem definidos. Já temos uma agenda aprovada e encaminhada às demais entidades do setor produtivo, para eventuais colóquios com os candidatos da temporada eleitoral. Essa agenda, também, é um roteiro que ilustra os caminhos que esta entidade propõe para a sociedade, aberta ao esclarecimento e à acolhida de proposições no âmbito da responsabilidade que lhe compete na representação dos investidores que aqui aportaram seus empreendimentos e que acreditam que a geração de riqueza é a melhor forma de colaborar para o desenvolvimento integral da sociedade e melhoria da qualidade de vida das pessoas.

Condições vitais


Pra começo de conversa, a recomposição institucional e revitalização operacional da Suframa é o ponto de partida, o marco zero e regulatório de qualquer planejamento que nos compete a todos promover. Trata-se da premissa sagrada de reestruturação da autoridade que dirige este modelo de acertos, ora obrigada a recorrer a Brasília para tomar decisões, muitas vezes triviais de despesa. Com o portfolio de quem gerencia este modelo bem sucedido de redução das desigualdades regionais, que devolve à União mais de 50% de toda riqueza produzida na ZFM, que se atenda a Lei ora prorrogada e muito clara em relação à Suframa em seu Artigo 11 do Decreto-Lei nº 288/67. Atrelado a isso está o equacionamento dos GARGALOS DE INFRAESTRUTURA que comprometem a competitividade e a sobrevivência do modelo ZFM. Defendemos a respeito o investimento mínimo anual de 3% dos tributos recolhidos pelo Modelo ZFM nas três esferas de arrecadação. E finalmente, no âmbito das propostas de revisão das verbas de P&D, e das Taxas de Serviços recolhidas pela Suframa, propomos a revisão imediata dos Conselhos – assegurada a inclusão destas entidades de classe - de acompanhamento da aplicação de todos os tributos, incluindo os FUNDOS ESTADUAIS, destinados a UEA e os demais, para a interiorização do desenvolvimento.

Busca da competitividade


Asseguradas essas premissas, que resguardam os investimentos, empregos e tributos para aqui gerados, e no estrito cumprimento de suas responsabilidades socioambientais, resta às empresas lutar pela competitividade no mercado global. A oferta de bens industrializados na Zona Franca Manaus apresenta um perfil marcado pelo alto conteúdo tecnológico de seus itens. Trata-se de um mercado que tem crescido significativamente na oferta global de produtos. Tablets, smartphones, produtos multimídia, além do polo de duas rodas, relojoeiro, entre outros, refletem as demandas e o retrato do mercado mundial, onde a diversificação responde à avidez do consumo. Os itens inovadores, quase todos, são concebidos nos países ditos e industrializados e uma parcela robusta da sua produção compete aos emergentes, sobretudo da Ásia, por conta da mão-de-obra barata e, importante notar, cada vez mais qualificada, com 20% de seus impostos investidos em infraestrutura de energia, logística dos transportes e rapidez da comunicação. Qual é a saída para o modelo industrial da ZFM, nesse contexto, para assegurar competitividade a seus produtos? Como disputar espaço, num primeiro momento, com os países emergentes sem investir na infraestrutura e, principalmente, apostar na qualificação de recursos humanos?

Formação de professores

Estes países, China e Índia, principalmente, promoveram reformas profundas no modelo de educação/qualificação técnica para apostar na mudança a partir da preparação de seus jovens, capacitação de seus trabalhadores. Um trabalho denso e oportuno da professora Olgaíses Cabral Maués, Sobre Reformas Internacionais da Educação e Formação de Professores, publicada pelo Departamento de Fundamentos da Educação da Universidade Federal do Pará, merece uma profunda reflexão, pois revela um dado essencial para promover as mudanças que se impõem aos atores locais para os próximos 20, 30, 50 anos: a formação de professores. Este é o assunto central para compreensão dos acontecimentos do mundo da educação e seus reflexos na formulação dos novos caminhos do Século XXI. Os motivos dessas reformas estão ligados, para alguns, aos resultados negativos do desempenho escolar, que não têm atendido às exigências do mundo do trabalho. A reforma na formação de professores é, portanto, uma tendência internacional, ligada às exigências dos organismos multilaterais, que visam atender ao processo de globalização/mundialização. A partir dessa lógica, diz a pesquisa, procuram-se identificar os postulados de base da reforma, o quadro conceitual, os aportes metodológicos que vêm dando suporte ao processo. Não adianta reclamar dos índices constrangedores do Ensino, sem focar, com urgência, em novos paradigmas na formação de professores, tais como: a profissionalização, ênfase na formação prática/certificação de experiências, a formação contínua e a pedagogia das competências, analisando a importância de cada perfil profissional no contexto internacional. Voltaremos ao assunto.
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Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. cieam@cieam.com.br

Publicado no Jornal do Commercio do dia 24.07.2014

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