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Coluna do CIEAM

Todos os buracos da ZFM

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31/10/2014 15:43

No debate com o governador José Melo, na sede da FIEAM, dia 20 de agosto último, ficou decidida a criação de uma estrutura permanente para equacionar em definitivo o dramático cenário das vias do Distrito Industrial I e II. Ele reconheceu os motivos de indignação, prejuízo e repulsa de seus usuários, das pessoas que circulam, trabalham e empreendem em Manaus. A empresa contratada pelo Estado para recuperar as vias do Distrito I – num projeto desenhado numa paisagem caótica de 2008, que se agravou substantivamente, desde então – depois de ajustar pendências e amenizar prejuízos, retomou os trabalhos. Quando finalizar seu cronograma, na volta do período chuvoso, já é hora de reparar novos estragos, além dos antigos, e crônicos, é claro. Além dos prejuízos não contabilizados, a promessa do governador deverá ajustar-se aos rumos que tomará a Suframa, sua recuperação institucional e de estrutura funcional, ora sacudida por pressões, omissões e transferência de responsabilidades entre os entes federais. Ano após ano, esse esvaziamento da Suframa aumenta e se reflete, claramente, nos acúmulos de problemas gerenciais. Sem recursos, confiscados sem qualquer acatamento das demandas cotidianas, é impossível resolver – com medidas permanentes, seguras e estruturantes – os buracos de sua estrutura viária industrial, entre outros, onde se inclui, agora, o risco do apagão digital. Esburacadas, as vias comprometem o tráfego, ameaçam a segurança de seus usuários, danificam os veículos e a saúde física e emocional de quem delas faz uso. A buraqueira desestimula novos investidores, comprovadamente compromete o controle de qualidade dos itens produzidos ou a produzir e impede de transformar a paisagem do Polo Industrial, fincado no meio da floresta, como um fator de exibição da vaidade humana dos seus trabalhadores, investidores e gestores. A hora é de cerrar fileiras de apoio à gestão estadual, dar-lhe poder de fogo para este compromisso que não é só do governo, mas de todos os atores, públicos e privados, a quem compete a estabilidade e a saúde institucional da Zona Franca de Manaus.

Presença oportuna e estratégica


A presença da representação do poder produtivo do Amazonas como protagonista de evento que deu posse ao empresário Robson Braga de Andrade e os demais membros da diretoria da Confederação Nacional da Indústria (CNI), na última terça-feira, para um novo mandato à frente da entidade, não poderia ser mais significativa e estratégica para este momento delicado de uma economia preocupante e de mudanças na condução da Suframa. O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), Antonio Silva, ocupa novamente a 2ª vice-presidência, ao lado do presidente da FIESP, Paulo Skaf, na 1ª vice-presidência, num colegiado que reúne 27 presidentes de federações dos Estados e do Distrito Federal. Para seus pares do setor produtivo do Estado, esta presença dá alento e certeza de luta nos próximos quatro anos, no enfrentamento de desafios que continuam e se ampliam na direção de tornar a indústria brasileira mais competitiva: enfrentar as carências crônicas que emperram o crescimento do setor, combater a elevada burocracia e promover a qualificação para os jovens e trabalhadores brasileiros e do Amazonas, na capital e no interior. Antônio deixa claro que é preciso maior atenção para os problemas, como a burocracia que afeta toda a estrutura produtiva, além dos gargalos de infraestrutura. E defende mais investimentos para o ensino e inovação. Eleito presidente da FIEAM em 2007, e reeleito em 2011, está mantido na 2ª vice-presidência da CNI desde 2010. Bacharel em administração de empresas, ele é membro do Conselho Administrativo do Grupo Simões, onde ingressou como acionista. Esteve à frente da criação da 1ª fábrica da Coca-Cola na região. Atuante desde 1995 no movimento sindicalista patronal, Silva responde pela presidência dos sindicatos da Indústria de Bebidas em Geral de Manaus e das Indústrias Químicas e Farmacêuticas de Manaus. Na Confederação, ele tem a oportunidade de mostrar com detalhes a densidade e a importância do modelo ZFM e ajudar, assim, a preparar os requisitos geopolíticos de integração deste modelo no sumário de uma nova política industrial, ambiental, de ciência, tecnologia e inovação para o país.

Codam: festa e desagravo


A manifestação do secretário de Fazenda, Afonso Lobo, durante a reunião do CODAM, o Conselho de Desenvolvimento do Amazonas, nesta quarta-feira, 29, deu uma noção exata do momento que passa o setor produtivo do Estado. Ao destacar os novos investimentos, que confirmam a teimosia e a resistência do modelo ZFM, ele aplaudiu a decisão popular que reelegeu o governador José Melo, e ainda a recondução do presidente Antônio Silva ao núcleo dirigente da Confederação Nacional da Indústria, cuja presença nesta entidade ajuda a projetar no cenário brasileiro os avanços, demandas e importância do modelo local de desenvolvimento. Em seguida, ele sugeriu que fosse feito um pedido de retratação do secretário-executivo do MDIC, o ministério de Desenvolvimento, por sua entrevista a uma rádio local, na semana passada, onde ele desabona a conduta do superintendente da Suframa, Thomaz Nogueira, transferindo a ele a responsabilidade pelo não atendimento das demandas dos servidores da autarquia, que ensaiam retomar a greve, exatamente pelo descumprimento dos acordos com o governo federal. Para Afonso, a responsabilidade integral é do ministério, pois Thomaz não dispõe de autonomia e de recursos para resolver esses e outros gargalos da autarquia porque as verbas de suas taxas são confiscadas pelo Tesouro. Isso representa, segundo o portal da Receita, algo em torno de R$1,4 bilhão na última década. Na mesma direção, o presidente do CIEAM, Wilson Périco, repercutiu as críticas do Superintendente, defendeu a agenda da Suframa, sua revitalização e autonomia, na direção de exigir a contrapartida para o volume de recursos recolhidos ao Tesouro, para assegurar a diversificação e interiorização de novas matrizes econômicas.
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Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. cieam@cieam.com.br

Publicado no Jornal do Commercio do dia 31.10.2014

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