06/10/2017 08:54
A história do CIEAM, Centro da Indústria do Estado do Amazonas está intimamente ligada a trajetória de Mario Expedito Guerreiro. Ele juntou força e energia para fundar com seus companheiros esta entidade de defesa da Indústria, nos momentos de indefinições dos anos 70. "Naquele momento nos moveu a convicção de que a defesa do setor fabril iria, necessariamente, ajudar no resgate do interesse do Estado, a diversificação produtiva e a interiorização da manufatura. Essa convicção já estava consolidada quando desembarcamos, junto com Adalberto Vale, no propósito de instalar, a partir de Manaus, um projeto de industrialização das fibras na Amazônia, juta e malva, atividades inovadoras que ajudaram a enfrentar a estagnação provocada pela quebra do II Ciclo da Borracha, no pós-guerra. Com ele, inauguramos a Brasiljuta na presença do então presidente Getúlio Vargas, em 1954".
Visão de futuro
Naquela época em que todo produto agrícola do país passou a ser exportado em sacaria com a grife amazônica da juta, principalmente o café, o que permitiu em 1965 o ápice de 50 mil toneladas, com milhares de empregos e outras conquistas. Em 2012, por pressão do clima ambiental de um país que sediara a Conferência da ONU sobre Desenvolvimento e Meio Ambiente, a Rio+20, e por mobilização da própria Confederação Nacional da Indústria, foi apresentado ao Congresso Nacional um projeto de Lei que obrigaria a adoção de fibras naturais para exportar os grãos do agronegócio. A produção industrial de fibras tropicais é uma das atividades que gera atividade econômica sem depredar a floresta. É importante, porém, relembrar que todas essas ações, repete nosso fundador, exigem a solidificação e adensamento do modelo industrial ora instalado em Manaus, que vai incorporar os bioativos de resinas, óleos, fibras, moléculas e biomoléculas amazônicas. Para ele, é fundamental fortalecer a luta por novas matrizes econômicas iniciadas pelo CIEAM em conjunto com os diversos segmentos da sociedade, exigindo que as verbas de pesquisa e desenvolvimento e aquelas voltadas para interiorizar o crescimento econômico sejam aplicadas de acordo com a Lei. "Afinal, a economia florestal é nossa maior vocação de negócios e a melhor forma de proteger o patrimônio natural".
Lições de fé, fibra e foco
Neste momento de indefinições do Brasil, as lições e a fibra de Mário Guerreiro são a certeza e a clareza do que queremos para o Amazonas, a Amazônia, e de nossa contribuição para sairmos da crise: basta retomar e implantar a utopia de Cosme Ferreira, Isaac Benaion Sabbá, a ousadia vigorosa de Moysés Israel e Samuel Benchimol, Natan Xavier de Albuquerque, Edgar Monteiro de Paula, João Furtado, Djalma Baptista, Petrônio Pinheiro e Antônio Simões, entre tantos que implantaram NOVAS MATRIZES ECONÔMICAS da a bioindústrias de essências vegetais, curtume, silvicultura e aquicultura, prospecção mineral. Eles atiraram suas munições num contexto de uma economia estagnada e acertaram na consolidação da base material da transformação, que completou este ano suas bodas de ouro. Mais 50 anos nos esperam para ajudar o Brasil a se tornar numa respeitável civilização. Obrigado, e Parabéns, Dr. Mário Expedito Guerreiro! Wilson Périco - CIEAM - Presidente
Ainda sobre o Hub Aeroportuário
O professor José Alberto Costa Machado, colaborador assíduo e diferenciado do setor produtivo, se manifestou sobre a Follow-Up desta quarta-feira, com as seguintes ponderações: “A propósito do excelente artigo Transporte aéreo: o uso extensivo de hubs como solução, do prof. Augusto César Barreto Rocha, gostaria de resgatar aos leitores que, em 2006 fizemos, no âmbito da Suframa, um bem fundamentado estudo para efetivar essa iniciativa. Esse estudo gerou a Nota Técnica No. 030/2006 – COGEC, de 13 de novembro 2006, tratando das vantagens econômicas da minimização do ICMS incidente sobre querosene de aviação para a instalação do centro aeroportuário de distribuição em Manaus (hub) para a América do Sul. Chegamos mesmo a formalizar expedientes e desenvolver tratativas junto a Infraero, iniciativas que, infelizmente, não tiveram curso nos anos que se seguiram. Recomendo a leitura da Nota Técnica e da Minuta de expediente, enviada pela então superintendente da Suframa, Flávia Grosso, para a Infraero. Com a retomada do debate, que o citado artigo representa, esses arquivos, em vez de “lembrança de um tempo rico em possibilidades”, podem reforçar a retomada deste emergencial assunto para a competitividade da ZFM”.
Os documentos estão na janela de Logística do Portal do CIEAM.
Acesse pelo link: http://cieam.com.br/?n=5960
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Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. cieam@cieam.com.br
Publicada no Jornal do Commercio do dia 06.10.2017