25/05/2017 13:51
Enquanto a revolta, o conflito, e a desordem ampliam as ondas de inquietações neste mar de incertezas chamado Brasil, vemos a rotina local de nossas atividades sacudida por novas surpresas. Daí a indagação: qual o critério - na ótica do poder público - para exonerar uma servidora com a competência de Rebecca Garcia, que estava conduzindo suas atribuições na Suframa com acerto e eficácia? Ora, se em time que está ganhando não se mexe, como explicar uma substituição, ex-abruptum, em plena disputa pela autonomia da Suframa, pela moralização das taxas públicas, pelo resgate dos compromissos constitucionais com a Amazônia Ocidental, - além de Macapá-Santana? Não estamos tecendo comparações, nem antecipando avaliações, sobre quem quer que seja, afinal o cargo é de confiança é de atribuição da presidência da República. Entretanto, há todo um tecido social considerável a ser acolhido e muitos investimentos de capital e trabalho a ser envolvido. Por isso, manifestamos surpresa com esta movimentação fora de hora, danosa e sem qualquer consulta, apreço ou respeito a todos os atores desta caminhada pela recomposição e afirmação da Zona Franca de Manaus. Que lógica do favor é esta, perversa e comprovadamente predatória ao interesse público, que vira de costas para os acertos de uma gestão para atender caprichos de uma peleja política menor, entre dois grupos a quem parece não importar o bem comum. Ficam aqui registrado, em respeito e apreço a Rebecca Garcia, sentimentos e relatos que, certamente, são comuns aos que acompanham sua trajetória de luta pelo Amazonas, pela Amazônia, por um desenvolvimento integrado e sustentável a favor de nossa gente. Com menos de 1,5 ano de trabalho, Rebecca resgatou a autonomia da Suframa, desembaraçou imbróglios, recebeu, ouviu, debateu e decidiu em conjunto os problemas dos diversos setores, tanto da Agricultura, como da Indústria, comércio e serviços. Renovou as taxas em patamares mais justos e batalhou que, na nova legislação, sejam retidos aqui os recursos pagos pelas empresas da região.
Espírito Público
E tudo isso com transparência, generosidade e preparo técnico, de quem se formou em Economia em universidades do primeiro mundo, mas optou por sua terra, aqui deixando o melhor de seu aprendizado, as boas lições de seu preparo e compromisso. Muitos avanços foram cravados em conjunto com seu staff e todas as pessoas que, decididamente, estavam dispostas a lutar pelo interesse de nossa gente. Resguardando o foco de cada um, tivemos a ventura de vivenciar de perto de seu trabalho a favor da recuperação das vias do Polo Industrial, desde quando promovemos a mobilização da Assembleia para olhar de perto a buraqueira acumulada. Todos os que acompanharam seu trabalho testemunharam os avanços de uma Suframa que estava destroçada e que agora se recompunha. Sem alarde, sem pirotecnia ou propaganda enganosa, muito comum no meio político, Rebecca reafirmou a estatura admirável de seu Espírito Público, algo raro neste Brasil da contravenção. Ela não fez barulho mas as pessoas decentes viram os resultados, confirmaram a seriedade de sua conduta e a competência de sua gestão da coisa pública. Nunca foi tão precioso este portfólio na classe política nos dias de vexame e estupor que estamos vivendo. Parabéns, Rebecca. A luta continua e mais do que nunca importa estarmos juntos, todos os que, decididamente, querem um Amazonas mais transparente e um país mais decente.
Queremos o Brasil de volta!
Saleh Hamdeh (*)
saleh@hamdeh.com.br
Joesley e Wesley não são os empresários que o Brasil deseja e precisa, Temer, Aécio e seus agregados não são os políticos que o Brasil deseja e precisa, e não é razoável que criminosos posem de mocinhos e debatam os graves ilícitos dos quais fazem parte enquanto a sociedade brasileira permanece sangrando sem perspectivas de futuro. É inaceitável e execrável que o cidadão brasileiro seja obrigado a assistir a um duelo de meliantes que, por décadas, assaltam o bem público e a dignidade do brasileiro, e se empenham apenas em salvar a própria pele e da gangue envolvida nos ilícitos.
Combate à patologia política
O senso de dignidade e brasilidade precisa ir além desta podridão a que assistimos. Não podemos continuar reféns dos psicopatas que tomaram o comando do bem público. O Brasil é muito maior que tudo isso que aí está! Temos história, currículo de luta e sabemos construir o futuro coerente com a magnitude moral desta nação. Precisamos parar para ajustar, saber onde é que nós erramos para que essa quadrilha de contraventoras tivesse vez e oportunidades dessa envergadura. Só assim nos livraremos dessa patologia empresarial e política que nos têm envergonhado. Que se fortaleçam a cada dia as instituições, que o critério da transparência seja definitivamente assumido por todos como premissa de conduta nas relações com o direito e o dinheiro do cidadão. Cadeia para essa corja de psicopatas, abutres esfomeados que se apropriaram do patrimônio público. Basta de impunidade ao mal feito, o povo brasileiro merece respeito.
Em nome da Cidadania
Falamos como um cidadão simples e humilde, mas temos convicção que não podemos e não devemos continuar a compactuar com o assalto, a contravenção, a podridão generalizada no exercício do poder e do falso empreender. Os dias estão nada fáceis para os brasileiros de boa fé, mas queremos é podemos virar essa página da corrupção e do exercício criminoso da gestão pública, para poderemos afirmar, fortalecer e promover uma sociedade evoluída, marcada por padrões dignos de cidadania. E nossa maior e mais poderosa arma é investir em padrões elevados de Educação. Um povo sem Educação é um povo refém de bandidos disfarçados de políticos! A sensação de insegurança que toma conta dos cidadãos de boa fé resulta, exatamente, dos precários níveis educacionais que descrevem a realidade de nossas escolas. O ensino, longe de resguardar os valores da cidadania e do conhecimento, se tornou, nas mãos da bandidagem, oportunidades da contravenção. O mesmo se dá em relação à saúde, e um povo doente e com qualificação precária adversa é alvo fácil do engodo, da manipulação e da barbárie que se espalhou pelo Brasil. Investimentos já, em educação de qualidade! Punição severa para o mal feito com a coisa pública. Basta de impunidade!! Basta de mal feitos, de confiscar o bem público e empurrar o país na vala da recessão e do vexame entre as nações. Conseguimos desnudar o projeto criminoso do PT, lulas, dirceus, dilmas, cunhas, paloccis!! Nunca mais!!! Precisamos vencer agora os que se intitulam "salvadores da pátria" sob o manto da mesma velha politicagem do "rouba mais faz". Gerir a coisa pública exige muito mais sacrifício do que assistimos. É preciso se entregar a causa pública, sem nada em troca se não a sua história. Não é entregar o bem público ao descaso e ao acaso como fazem esses que se dizem gestores públicos! É entregar o país aos brasileiros. Muito se fala em reformas, previdenciária, trabalhista, politica, e de fato são reformas importantes e necessárias, mas o que o Brasil mais precisa nesse momento é de uma REFORMA MORAL, resgatar valores de dignidade, de caráter, de tolerância com as diferenças e fundamentalmente de igualdade social. É preciso resgatar o pudor, a nobreza e a dignidade, antes que seja tarde. Queremos o Brasil de volta!
(*) Saleh é consultor do CIEAM no Observatório da Indústria em Brasília.
Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. cieam@cieam.com.br
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Publicado no Jornal do Commercio do dia 25.05.2017