31/07/2013 11:23
Integração estratégica – ainda em relação ao tratamento equivocado dado às declarações de Wilson Périco, que poderiam sinalizar desatenção em relação à matéria, cabe lembrar os frequentes alertas desta Follow-Up para a necessidade de integração legal, operacional e na formulação de politicas integradas no setor produtivo, científico e tecnológico, entre os Estados da Amazônia Ocidental, mais Macapá/Santana, sob a gestão da Suframa. Recentemente, na discussão dos novos parâmetros de gestão das verbas de P&D, desencadeada pela Suframa, as entidades representativas da indústria foram enfáticas na articulação inteligente e proativa entre demandas e iniciativas de inovação e qualificação técnica e tecnológica de recursos humanos. É inteligente e emergencial revisitar e revigorar os laços e parcerias históricas e politicas entre os atores da Região, no âmbito da Suframa e nas iniciativas do setor produtivo. Uma andorinha só... morre de tédio.
Incertezas e discordâncias – Há um clima de inquietação e incertezas no cotidiano das empresas. O Índice de Confiança da Indústria (ICI) da Fundação Getúlio Vargas, uma ferramenta que afere esse clima, talvez não mostre o tamanho da preocupação ilustrado pela queda de 1,1% entre maio e junho, ao passar de 105,0 para 103,8 pontos, o menor nível desde julho de 2012, segundo levantamento divulgado na semana passada. No dia em que o ICI foi divulgado, a presidente Dilma vetou a decisão do Congresso de extinguir uma "contribuição provisória" – a multa de 10% do FGTS – que estava sendo feita ilegalmente desde 2012. A queda resulta, pois, de piora tanto das avaliações em relação ao momento presente quanto das expectativas para os meses seguintes. A gritaria contra o veto se fez ouvir no tecido social pois os contribuintes já não concordam com a discrepância entre a pesada carga tributária e os serviços oferecidos.
Solavancos, recuperação e quedas - Setores do Polo Industrial de Manaus, como o de Informática, apresentam sinais de reação, mas a maioria vê a proximidade do fim do ano com interrogação e desconfiança. No cenário nacional, após recuperar-se em maio, o Índice da Situação Atual (ISA) caiu 0,9%, ao passar para 104,8 pontos; o Índice de Expectativas (IE) caiu 1,3%, registrando 102,8 pontos, nível inferior à média histórica recente. O resultado geral sinaliza que, após a aceleração observada no início do ano, a indústria apresenta um ritmo moderado de atividade na virada entre o primeiro e o segundo semestre. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o ICI registrou alta de 0,8%. Mas mesmo neste caso há uma desaceleração, uma vez que em janeiro o crescimento foi de 4,4% na mesma base de comparação.
Corrente da legalidade – Lideranças empresariais vão articular uma operação para derrubar, no Congresso, o veto de Dilma Rousseff ao fim do adicional de 10% de multa de FGTS cobrada nas demissões sem justa causa de trabalhadores. A justificativa da presidente Dilma é que o fim da cobrança geraria perda anual superior a R$ 3 bilhões ao FGTS e prejudicaria investimentos em programas sociais e de infraestrutura. Não há sustentação jurídica para a medida por isso a estratégia das entidades é, ao mesmo tempo, politica e judicial. Na pauta, além do fim da multa extra do FGTS, os empresários querem derrubar o veto presidencial que impediu a prorrogação, até 2014, do Reintegra, programa de compensação a exportadores. As duas medidas foram aprovadas no Congresso neste mês a partir de negociações de setores do empresariado, impondo derrotas ao governo.
Danos coletivos - O veto ao projeto que acabava com a multa adicional de 10% do FGTS parece mais uma medida que tenta agradar à população após as manifestações de junho. A taxa adicional criada em 2001 já cumpriu sua missão de cobrir a dívida do FGTS com trabalhadores lesados por planos econômicos passados e tem sido usada para financiar projetos sociais. A decisão, embora prejudique os empresários, soa benéfica ao eleitor à primeira vista. Mas, no longo prazo, a conclusão não é válida. O veto da presidente Dilma tende a prejudicar ainda mais os investimentos, cruciais para a recuperação da economia, para a geração de empregos e tributos justos.
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Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do Centro da Indústria do Estado do Amazonas. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. cieam@cieam.com.br