26/11/2021 07:11
O pesquisador sênior do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), o biólogo Adalberto Luis Val, foi eleito como membro titular da Academia Mundial de Ciências (TWAS). A entidade atua como sociedade científica honorífica e contribui para o estudo de temas de primeira importância para a sociedade. O biólogo integra os sete pesquisadores brasileiros que estão entre os 58 novos membros da instituição selecionados no dia 1º de novembro, durante a realização da Assembleia Geral da Academia Mundial de Ciências.
Adalberto Val - Acervo pesquisador Inpa
Dedicado à pesquisa na área biológica, Val atua há 40 anos no Inpa, onde estuda as adaptações biológicas dos peixes da Amazônia, incluindo os efeitos das mudanças climáticas, para apoiar a conservação da biodiversidade, a segurança alimentar e a piscicultura. Os estudos buscam entender o que está escondido no genoma dos organismos que permitem que eles consigam enfrentar as condições mais adversas que o meio ambiente apresenta, como as águas ácidas, as temperaturas altas e a baixa disponibilidade de oxigênio.
Para o pesquisador, tornar-se membro da TWAS é um reconhecimento da entidade pelo trabalho que desenvolve na Amazônia, ao Inpa onde trabalha há quatro décadas, e o reconhecimento vem num momento crítico para a Ciência e a Tecnologia no Brasil, ampliado pela pandemia mundial. “É uma forma respeitosa de admiração por um trabalho feito com muitas mãos. Aqui agradeço a Dra. Vera Val e a Maria de Nazaré Paula da Silva e, em nome delas, todos os demais colegas do laboratório. Esta semana foi particularmente emotiva, coroada com quatro defesas de tese de doutorado produzidas no âmbito do nosso laboratório, todas com apoio da Fapeam”, destacou o pesquisador.
O próprio Brasil, segundo Val, precisa olhar e valorizar a Amazônia. “Há muito o que fazer pela Amazônia; há muito que reconhecer aqui. Desenvolvimento sustentável não se faz por decreto e nem de um dia para outro: requer ciência e pessoal capacitado, e é isso que a TWAS reconhece em profissionais e promove no mundo em desenvolvimento. Estou muito feliz com esse olhar da TWAS para a Amazônia, para o Inpa e para o nosso laboratório”, completa o novo membro da TWAS.
Adalberto Val é líder do Laboratório de Ecofisiologia e Evolução Molecular, onde funciona o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Adaptações da Biota Aquática da Amazônia (INCT/Adapta – Fase 2), projeto que tem o apoio da Fapeam, do CNPq e da Capes e do qual é coordenador, e é vice-presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC) para a região Norte. O pesquisador foi Diretor Geral do Inpa por oito anos (2006-2014, dois mandatos) e diretor de Relações Internacionais da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Sobre a nomeação
O principal critério para a eleição de novos membros da TWAS é a excelência científica. Somente os cientistas que alcançaram os mais altos padrões internacionais e que fizeram contribuições significativas para o avanço da ciência podem ser indicados. Ter menos de 70 anos, possuir afiliação a uma academia científica nacional e ser indicado por dois membros da TWAS são alguns dos outros importantes critérios para a indicação para o processo eletivo.
Neste ano, foram nomeados 58 novos membros, elevando o número total de membros da TWAS para 1.343. Além disso, o destaque ficou por conta das mulheres: 20 dos novos membros são do gênero feminino, representando 34% da nova classe. São eles:
- Adalberto Luis Val (Inpa) | Vice-presidente da ABC para a Região Norte. Representante da área de biologia
- Ado Jorio de Vasconcelos (UFMG) | Representante da área de ciências físicas
- Márcia Walquíria De Carvalho Dezotti (UFRJ) | Representante da área de ciências da engenharia
- Mariangela Hungria da Cunha (Embrapa) | Representante da área de ciências médicas e da saúde
- Marilia Oliveira Fonseca Goulart (UFAL) | Representante da área de ciências químicas
- Nísia Trindade Lima (Fiocruz) | Representante da área de ciências sociais e econômicas
- Santuza Teixeira (UFMG) | Representante da área de ciências de biologia molecular
Fonte: Brasil Amazônia Agora