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Coluna do CIEAM

Parcerias promissoras

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17/12/2014 19:04

Nesta segunda-feira (15), depois de intensos entendimentos preparatórios entre os atores, foi realizada a primeira reunião do grupo de trabalho formado pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), Federação das Indústrias do Amazonas (Fieam) e Centro da Indústria do Amazonas (Cieam) com o objetivo de formular programas de integração entre o sistema produtivo do polo industrial de Manaus e a academia estadual, representada pela UEA, com a interveniência da Fapeam. Com base na visão de futuro, o objetivo da iniciativa é delinear colaboração nos novos cenários econômicos para o Estado com as decorrentes demandas de formação e qualificação de pessoas de nível técnico avançado e superior. Estes cenários poderão oferecer alternativas de crescimento para, de um lado, qualificar recursos humanos para novas matrizes econômicas nas áreas de mineração, indústria naval, bioindústria, agroindústria e agropecuária e além de impulsionar parcerias para assegurar as infraestruturas de mobilidade física, de energia e de tecnologia da informação e da comunicação. Com este foco, e à luz da mobilização dos recursos disponíveis, priorizar iniciativas para ampliar a presença de alunos de graduação e pós-graduação da UEA em estágios de formação no Polo Industrial de Manaus e em todos os demais projetos que os atores possam propor e fazer acontecer conjuntamente. Além destas iniciativas, este encontro cria mecanismos de interlocução UEA com o Polo Industrial de Manaus para melhor alinhar o perfil dos cursos e o número de egressos nas áreas de Tecnologia, Engenharias, Gestão, Direito e demais áreas do conhecimento, e outros assuntos de pesquisa e desenvolvimento de interesse da economia e do desenvolvimento regional.

Momento histórico


O reitor da UEA, Cleinaldo Costa, considerou a formalização do Grupo de Trabalho UEA/FAPEAM/CIEAM/FIEAM como um momento histórico para a academia, por significar um compromisso efetivo na formulação conjunta de novos arranjos da produção do conhecimento atrelados às demandas da sociedade para construir a prosperidade social. Ele reconhece o papel das empresas, ali representadas por suas entidades, como a base material do programa estadual de qualificação das novas gerações, integrando academia e cidadania na perspectiva de melhorar a qualidade de vida da população na capital e no interior, onde está presente a UEA. Lembrou que em 18 meses a instituição galgou 17 posições no Ranking Universitário da Folha, RUF, uma referência do investimento na qualidade de ensino, pesquisa e serviços à comunidade que a instituição tem priorizado. Enfatizou que as parcerias estabelecidas com outras universidades, tanto do país como do exterior, tem permitido medir, com base em dados comparativos, as métricas desta evolução. Ele recorda que a UEA é a instituição brasileira com a maior quantidade de "campi" espalhados pelos municípios, e dos desafios que isso representa num estado em que a academia deve estar sintonizada com seu entorno e cuja leitura da demografia revela que a cada dez anos a população cresce trinta por cento com tendência de concentração em Manaus.

Projetos mobilizadores


Entre os desafios colocados para os atores envolvidos, a professora Maria Olivia Simão, presidente da Fapeam, destacou um papel do Grupo de Trabalho para a formulação de um diagnóstico a partir do qual será possível elaborar projetos e programas alternativos e complementares ao modelo ZFM, descobrindo e promovendo competências, focando nos próximos dez, vinte, cinquenta anos, numa relação proativa e colaborativa entre academia e setor produtivo. Destacou os avanços em inovação no Amazonas, a partir das demandas do polo industrial e com os recursos daí provenientes, o que sugere uma vocação de especialidades e uma definição do papel que o estado pode cumprir na pesquisa e desenvolvimento regional e nacional. A respeito, em sua fala, o professor Jaques Marcovitch, FEA USP, destacou a importância de alcançar um paradigma que possa permitir, de modo integrado e complementar, a atuação da Universidade articulada com as demandas da sociedade. Ele recordou, em sua gestão na reitoria da USP, nos anos 90, os debates sobre o papel da Universidade, as vocações predominantes distribuídas em seu papel de crítica às contradições da sociedade, sua função utilitária na qualificação técnica das novas gerações para um melhor desempenho no mercado e uma academia voltada para o atendimento das demandas sociais. Para ele, à vista dos avanços alcançados, a UEA tem permitido com que as demandas e funções num contexto dos desafios amazônicos, convivam harmoniosamente. Ele comentou a presença simbólica e eloquente do Dr. Moyses Israel, representante da FIEAM, seu pioneirismo e sua lição maior de demonstrar compromisso amoroso em relação aos desafios, para descrever a necessidade da formulação de projetos mobilizadores. Ele comentou a iniciativa do ISI, Instituto Senai de Inovação, apresentada pelo diretor Aldemurpe Barros, como um caminho para adensar o polo industrial de Manaus, como uma pista para permitir investimentos robustos em inovação do projeto Genoma, que dissecou os detalhes da biologia molecular do DNA nos seres humanos, da exploração dos Cometas pelos cientistas da União Europeia, e do Human Brain Project, com investimentos de US$ 2 bilhões, para estudar a estrutura do cérebro humano, também da União Europeia. Lembrou dos desafios, benefícios e avanços da Nanotecnologia, e as prioridades da Fapesp, a fundação paulista de amparo à pesquisa, para projetos de mobilização contra a violência e os desafios das questões urbanas, para destacar as recomendações da professora Bertha Becker para a Amazônia.

Diagnósticos e desafios


O presidente do CIEAM, Wilson Périco considera a celebração deste acordo entre academia e economia como um dos melhores acontecimentos de 2014. “Estamos terminando um ano de muitos desafios, alguns superados outros ainda a superar. Ano marcado por eventos que influenciaram diretamente nossas vidas e nossos negócios. Encerrar o ano comprometido com a UEA, com apoio da Fapeam, é um acontecimento de muita gratificação e certeza de que podemos construir novos caminhos”. Para ele, a UEA, mantida com os recursos repassados pela indústria, é de suma importância para qualificar os recursos humanos e desenvolver novas alternativas econômicas e distribuir a geração de riquezas para todos os municípios do Estado e da Amazônia Ocidental. A participação efetiva da FIEAM e do CIEAM no Conselho da nossa Universidade vai contribuir, ainda mais, para o desenvolvimento desses novos caminhos. Os resultados do Polo Industrial não foram bons, faturamento e geração de empregos abaixo das expectativas e piores que 2013. Ajustes econômicos são necessários e urgentes por isso entendo que 2015 e 2016 não serão anos fáceis e precisamos, sempre, estar atentos e preparados. Périco afirma ainda que a prorrogação do modelo ZFM em si não nos dá garantias de crescimento ou atração de investimentos. Prorrogação sem equacionamento dos gargalos de infraestrutura remete ao momento em que tivemos a escolha do Brasil para sediar a Copa do Mundo. “O país se encheu de alegria; promessas de “legados” como mobilidade urbana, hospitais, aeroportos e portos. À exceção das Arenas, e da alegria dos dias dos jogos, nada de legado nos foi deixado. Por isso, a formalização desta parceria com a UEA é o melhor caminho para consolidar e adensar o modelo ZFM ao formularmos juntos as premissas e consolidação das novas matrizes econômicas para nossa região”. Voltaremos.....
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Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. cieam@cieam.com.br

Publicado no Jornal do Commercio do dia 17.12.2014

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