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Origens, princípios e propósitos da Sustentabilidade no Polo Industrial de Manaus

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22/08/2024 20:54

“O legado de Samuel Benchimol nos lembra de que o verdadeiro desenvolvimento só pode ser alcançado quando é inclusivo, justo e responsável, valores que tem guiado as empresas em seu compromisso com a agenda ESG”.

Por Rildo Silva - Presidente do SINAEES - Coluna Follow-up 22.08.2024 (*)
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A sustentabilidade é um conceito amplamente debatido, mas sua compreensão e aplicação prática, especialmente no contexto industrial, ainda enfrentam desafios significativos. No Polo Industrial de Manaus, essa realidade é evidente, onde as empresas buscam alinhar-se às exigências da agenda ESG (Environmental, Social, and Governance) sem perder de vista a necessidade de viabilidade econômica e competitividade. Mas o que realmente significa ser sustentável e como isso se traduz na gestão das empresas em um ambiente tão particular como o da Amazônia?

O legado de Samuel Benchimol

Pouco se discute sobre a profunda influência do professor Samuel Benchimol na formulação do conceito de sustentabilidade, que hoje permeia o discurso global. Benchimol, pioneiro no pensamento econômico e ambiental na Amazônia, destacou que qualquer ação relevante, seja empreendimento ou investimento, deve ser economicamente viável, politicamente correta, socialmente justa e ambientalmente sustentável. Esses quatro pilares formam a base de uma abordagem integrada, que é essencial para que as empresas do Polo Industrial de Manaus possam prosperar sem comprometer os recursos naturais e as comunidades locais.

Desenvolvimento Sustentável – metas e desafios

O conceito de desenvolvimento sustentável, tal como desenhado pelo Relatório Brundtland em 1987, vai além da mera proteção ambiental. Ele exige uma transformação nos modos de produção e consumo que leve em conta as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atenderem às suas próprias necessidades. No contexto das empresas do Polo Industrial de Manaus, essa meta significa maior observância da exploração dos recursos naturais no contexto dos investimentos que devem ser orientados por princípios que harmonizem crescimento econômico, justiça social e prudência ecológica.

ESG, uma agenda transformadora

Integrar os princípios ESG na gestão empresarial não é uma tarefa simples, especialmente em uma região como a Amazônia, onde as pressões econômicas, sociais e ambientais são intensas. O mundo acompanha com lentes rigorosas os rumos de nossa economia regional. O crescimento econômico, muitas vezes medido pelo aumento do PIB, não pode ser o único indicador de sucesso. É necessário que as empresas contribuam, efetivamente, para o bem-estar social e a preservação ambiental, ao mesmo tempo em que permanecem economicamente viáveis. Eis a razão do aplauso Internacional para os avanços da indústria da floresta.

Ética da Solidariedade

No Polo Industrial de Manaus, as empresas estão atentas ao desafio de equilibrar a busca por lucro com a responsabilidade de proteger um dos biomas mais importantes do planeta. Isso requer uma mudança profunda nas práticas empresariais, que deve ser guiada pela ética da solidariedade com as gerações presentes e futuras, conforme propõe o desenvolvimento sustentável em todos os seus princípios e alcance. Além de substituir a utilização predatória da floresta como alternativa de sobrevivência social, as indústrias investem cada vez mais nos programas de caráter social e ambiental, monitorando a contabilidade socioambiental de seus empreendimentos.

Regulação, sobrevivência e inovação

Para as empresas do Polo Industrial de Manaus, o compromisso com a agenda ESG é mais do que uma necessidade regulatória; é uma questão de sobrevivência. Em um mundo onde consumidores e investidores estão cada vez mais atentos à responsabilidade socioambiental, falhar em adotar práticas sustentáveis pode resultar em perda de mercado e reputação.

Economia justa

Além disso, a adoção de práticas sustentáveis oferece às empresas a oportunidade de inovar, criando produtos e serviços que atendam às demandas de um mercado global em transformação. A sustentabilidade, portanto, não é um obstáculo, mas uma oportunidade para as empresas se diferenciarem e liderarem a mudança em direção a uma economia mais justa e equilibrada.

Potencialidades e fragilidades

O Polo Industrial de Manaus tem o potencial de se tornar um modelo de desenvolvimento sustentável e neutralizado na perspectiva da descarbonização. Entretanto, isso só será possível se as empresas adotarem uma abordagem holística, que leve em conta as complexidades econômicas, sociais e ambientais da região, suas potencialidades e fragilidades. O legado de Samuel Benchimol nos lembra de que o verdadeiro desenvolvimento só pode ser alcançado quando é inclusivo, justo e responsável, valores que tem guiado as empresas em seu compromisso com a agenda ESG.

(*) Rildo Silva é engenheiro, empresário e presidente do SINAEES (Sindicato da Indústria de Aparelhos Eletroeletrônicos e Similares) e membro da Comissão CIEAM de ESG do Centro da Indústria do Estado do Amazonas.

Coluna Follow-up é publicada as quartas, quintas e sextas-feiras no Jornal do Commercio do Amazonas, sob responsabilidade do CIEAM e coordenação editorial de Alfredo Lopes, consultor da entidade e editor do portal BrasilAmazôniaAgora

Fonte: BrasilAmazôniaAgora

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