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O nó górdio dos transportes da Amazônia

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17/03/2023 11:02

O aquecimento global, a mudança climática, as mudanças dos leitos de rio derivados das hidrelétricas do Rio Madeira, a região do Tabocal, o Canal da Barra Norte e tantas outras incertezas que são típicas da Amazônia serão deliberadas para compreendermos o que poderá ser feito como intervenções para melhorar a navegabilidade da Hidrovia do Amazonas-Solimões.

Por Augusto Cesar Barreto Rocha


Diferentes tipos de nós são usados em embarcações e há forte associação deles com a navegação. O termo também está vinculado com redes de distribuição ou de comunicação. Dentre os diversos tipos, há o “nó górdio” –advindo de uma lenda asiática– que seria aquele de desmanche quase impossível e que, para ser desatado, necessita de uma quebra de paradigma ou de astúcia.

O termo me parece muito apropriado para os entraves da navegação na Amazônia, pois estamos muito distantes do que seria necessário e existem várias barreiras a serem superadas. Assim, para sairmos de onde estamos precisaremos de novos modelos de pensamento e de ações.

Afinal, nossos cursos d’água não são hidrovias, pois os leitos se movem, os canais não são perenes e os calados muito variáveis, com incontáveis questões que adicionam excessivo custo operacional.

Mesmo com a maior bacia hidrográfica do mundo, ainda nos deparamos com severos problemas para as navegações permitirem o tráfego de grandes embarcações o ano todo, o que seria produtivo e ajudaria nas soluções dos problemas impostos pelo grande isolamento que temos pela falta de infraestrutura.

Amazônia
Bacia Hidrográfica – Foto divulgação

Estamos muito distantes de possuir uma hidrovia competitiva, pois há um entendimento equivocado de que bastariam os rios para o transporte aquaviário acontecer, o que é muito distante da verdade.

Transporte Aquaviário Rio Madeira- (Reprodução/Internet)

Neste contexto, no próximo dia 21/03, será realizado um debate com o propósito de deliberar sobre como poderemos enfrentar estes desafios. O aquecimento global, a mudança climática, as mudanças dos leitos de rio derivados das hidrelétricas do Rio Madeira, a região do Tabocal, o Canal da Barra Norte e tantas outras incertezas que são típicas da Amazônia serão deliberadas para compreendermos o que poderá ser feito como intervenções para melhorar a navegabilidade da Hidrovia do Amazonas-Solimões.


O evento será no SENAI/Distrito Industrial, onde alguns destes nós serão deliberados. Há grande possibilidade de aumentarmos as oportunidades para negócios mais competitivos por aqui. Com alguma conversa e pensamento sistêmico poderemos ao menos enfrentar o problema da garantia de calado para o transporte de contêineres e de mais grãos entre o Amazonas e o resto do mundo.

Acredito que a Engenharia poderá melhorar a competitividade do Arco Norte, aproximando mais os nossos rios do que seria uma verdadeira hidrovia.

Ignorar a ausência de infraestrutura da Amazônia não solucionará nossos problemas, ao contrário: ampliará. O alvo deste evento é justamente o oposto: analisar e discutir como enfrentar os problemas associados com a falta de calado nos rios – como realizar ações que transformem o cenário? Quais são as ações prioritárias e quem são as instituições responsáveis e quais tipos de apoio elas precisam? De fato, são muitos nós górdios, mas, com um esforço coletivo, poderemos desatá-losF – um a um, desde que usemos novos paradigmas para os problemas já conhecidos e outros que são ignorados, mas serão apresentados no evento.


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