Cosme Ferreira, Samuel Benchimol & Irmãos, Moysés Israel, Petrônio Pinheiro, Antônio Simões, Isaac Sabbá, Mário Guerreiro, entre outros pioneiros e empreendedores da resistência, entenderam o fracasso do Ciclo da Borracha como a sequela natural da lógica da dominação do capital, e da ausência de oportunismo, controle estratégico e da hegemonia política que o Estado Brasileiro demonstrou. O país tem tratado com inépcia e negligencia o patrimônio amazônico. Sequer, passados mais de cem anos, retomamos no bioma amazônico a oportunidade apropriada pelos ingleses em seus domínios asiáticos de cultivo racional da seringueira. Consolidado o fracasso no II Ciclo da Borracha – quando os americanos financiaram parte da exploração dos seringais no esforço de que se revelou frustrante – o que viu por toda a Amazônia foi uma grande movimentação, ao longo do século XX, em busca de rumos alternativos. A região desenvolvera-se apartada do restante do País, um divórcio que se perpetua, salvo na hora de recolher os impostos e as divisas geradas pela economia tanto da goma elástica como da Zona Franca de Manaus. A crise da borracha obrigou a Amazônia a estreitar seus vínculos comerciais e administrativos com o Sul, se bem que em bases semicoloniais, evitando a secessão, vínculos que voltaram a ser negociados com a ZFM, embora frequentemente bombardeados pela incompreensão de seu papel. É neste contexto de busca, invenção e reinvenção de novos caminhos, de enfrentamento de desafios para integrar a economia local, sua consolidação e identidade, com a política industrial, ambiental e de Ciência e Tecnologia, que deve ser compreendida a importância do SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, sua história, presença e serviços de alta qualidade no Amazonas, nos rios amazônicos, na procura pelas soluções que o conhecimento propicia, e pelos benefícios que a inovação e diversificação da economia regional oferece a partir da qualificação técnica, de partilha e de compromisso cívico, de seus recursos humanos.

De portas abertas

Criado em 22 de janeiro de 1942, pelo decreto-lei 4.048 do então presidente Getúlio Vargas, o SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – surgiu para atender a uma necessidade premente: a formação de profissionais qualificados para a incipiente indústria de base. Já na ocasião, estava claro que sem educação profissional não haveria desenvolvimento industrial para o País. Apenas nos anos 50, quando o Amazonas, instalada a Refinaria de Petróleo pelo empreendedorismo obstinado de Isaac Sabbá, O SENAI começa a cumprir seu papel de qualificação técnica dos recursos humanos, semear as bases do conhecimento como premissa do adensamento produtivo atrelado ao conhecimento técnico. Hoje, o SENAI Amazonas abre as portas de suas escolas, laboratórios e centros de treinamento, no Estado, para visitação da comunidade, alunos, parceiros e empresários da indústria. A programação acontece nesta quarta-feira, 19, das 8h30 às 17h, nas cinco unidades de Manaus, localizadas no Distrito Industrial, Cachoeirinha e Alvorada I, na escola do município de Parintins, e no barco-escola Samaúma, ancorado em Macapá (AP).

Ensino, aprendizagem e cidadania

A proposta do Mundo SENAI é apresentar ao visitante uma visão ampla das ações realizadas pela instituição em educação profissional, inovação e serviços técnicos e tecnológicos. Para o jovem, a iniciativa apresenta o universo industrial, as demandas atuais e futuras do mercado de trabalho, e assim, proporciona mais segurança para sua escolha da carreira profissional. As visitações também são dirigidas aos industriários e empresários, objetivando maior aproximação entre escola e indústria. O evento que ocorre nos 27 Departamentos Regionais do SENAI, cria a oportunidade para que brasileiros e toda a sociedade conheçam de perto o que a instituição tem de novidade em tecnologia e nos cursos de qualificação profissional. A programação proporciona a descoberta de novos conhecimentos relacionados ao setor produtivo industrial com a visitação de laboratórios e espaços do SENAI que simulam o dia a dia dentro de uma fábrica, na execução das mais diversas atividades industriais.

SENAI Amazonas

Dentre as atrações programadas nas escolas SENAI do Amazonas estão os serviços de orientação profissional, minicursos diversos nas áreas de confecção, soldagem, panificação, entre outras, palestras educativas que vão de informações sobre o mercado de trabalho à responsabilidade com o meio ambiente. Para participar do Mundo SENAI basta escolher a unidade do SENAI mais próxima e entrar nesse universo de conhecimento. Cada escola da instituição possui áreas de atuação específica seja na disseminação do ensino profissional, seja no atendimento à indústria com soluções técnicas e inovadoras. Mais informações e a programação completa podem ser acessadas no site mundosenai@am.senai.br. Escola SENAI Antônio Simões, Avenida Rodrigo Otávio, 2394, Distrito Industrial – Telefone (92) 31829963 - Visitação aos laboratórios de Refrigeração, Eletrônica, Metrologia, Eletricidade, Petróleo e Gás, Informática etc. - Palestras: Soldagem com e sem aplicação de nitrogênio; Tubulação de solda alumínio; Retrofit do R22 para os blends; e Sistema inverter. Mostras Tecnológicas nas áreas de Automação Industrial, Pneumática e CLP; Escola SENAI Waldemiro Lustoza Avenida Carvalho Leal, 555, Cachoeirinha – Telefone (92) 3133-6400 - Visitações: Mecânica Automotiva, Duas Rodas e de Popa, e Usinagem Mecânica e a CNC. Minicursos: Modelagem 3D de molde de injeção e cabide; Ensaios mecânicos e metalográficos; A importância do desenho técnico mecânico; Noções de mecânica para mulheres; Noções de almoxarifado; etc. Escola SENAI Demóstenes Travessa Avenida Rodrigo Otávio, 510 – Distrito Industrial – Telefone (92) 3614-5900 - Visitações nos laboratórios de Ensaios de Cerâmica Vermelha, Marcenaria e Hidráulica. Oficinas: Pintura; Artesanato e Reciclagem; Marido de Aluguel; e Minicurso Água quente e água fria, com o parceiro Tigre; Escola SENAI de Ações Móveis e Comunitárias Avenida Rodrigo Otávio, 2394, Distrito Industrial – Telefone (92) 31829963 - Visitação: Laboratório de Panificação e Confeitaria Oficinas de alimentos: Panificação e Confeitaria. Centro Integrado do Trabalhador Dolores Garcia Rua Vivaldo Lima, s/n, Alvorada I – Telefone (92) – 3238-8534 Visitação: ambientes de aprendizagem no segmento Confecção do Vestuário - Atrações: Desfile de roupas produzidas pelos alunos da unidade. Exposição de máquinas e equipamentos de corte e costura. Escola SENAI Padre Francisco Luppino – Parintins Visitação aos Laboratórios de Informática, Costura, Alimentos e Mecânica. Demonstrações teóricas e práticas: Curso de eletricista instalador, informática. Barco-escola Samaúma – Macapá (AP) Visitação às instalações da unidade fluvial, como os laboratórios de marcenaria, informática, motor de mecânica, panificação e confeitaria, e salas de aula. Miniaulas de Informática, Motores Eletrônicos e Sustentabilidade sobre Energia Solar.
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Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. cieam@cieam.com.br

Publicado no Jornal do Commercio do dia 19.11.2014