06/10/2021 11:45
Wilson Périco
Presidente do CIEAM
E-mail wilsonperico@wlbp-consultingcom
São preocupantes as notícias de final de ano A recuperação da indústria, em particular, somada a alguns ensaios no setor de serviços, nos deram momentaneamente a sensação da virada da economia depois de tantas tempestades conjunturais Infelizmente, a crise hídricaenergética, os sobressaltos políticos e o reboliço chinês na questão climática, com graves reflexos em sua interação global, já se fazem sentir da economia local, nacional e global.
No Amazonas, um estado fortemente influenciável pelos abalos externos, o cenário é particularmente preocupante As empresas do polo industrial de Manaus padecem, pelo segundo ano, a escassez de suprimentos, notadamente na área eletroeletrônica, um dos pilares do desempenho industrial do estado O que podemos esperar para o desempenho do Polo Industrial 2022?
A rigor, é preciso vislumbrar com clareza a ideia do esperar e seu contraponto em termos do agir Só nos resta lutar contra todos os indicadores da desesperança.
Agir com protagonismo no enfrentar da crise, como fizemos no momento mais crítico da pandemia da covid-19.
Com a colaboração de especialistas locais e nacionais, fizemos 20 conferências de debates, análises e proposições para salvar a economia e, assim, poder cuidar da vida das pessoas como buscamos fazer. Agir sob as exigências do preceito constitucional que determina redução das desigualdades regionais com o mecanismo de compensação fiscal.
Recordando que não há saída fora da Lei, é inadiável revisitar as tábuas da Carta Magna e perseguir as metas vitais de sua aplicação. E é exatamente este caminho que foi desenhado na elaboração de proposta para a Amazônia do Futuro, um documento que reúne as proposições do setor industrial, fundadas no manejo sustentável de nossa diversidade biológica Esse documento, que reúne pistas e exigências para adensar, diversificar e interiorizar a economia sustentável do Polo Industrial de Manaus, está disponível no site do CIEAM e dos Diálogos Amazônicos da Fundação Getúlio Vargas Suas sugestões tem a chancela das entidades das indústrias da Amazônia Ocidental, FIEAM, CIEAM, Eletros e Abraciclo.
Webinar | Diálogos Amazônicos | Investimentos e Empreendedorismo na Amazônia – Assista em:
Em lugar de esperar soluções messiânicas, precisamos agir com o protagonismo de quem produz emprego, impostos e riquezas Beiramos a fronteira da irresponsabilidade, se não nos mobilizamos para auditar e influenciar sua aplicação, conforme a legislação Temos colegiados de composição híbrida que, estranhamente deixaram de funcionar.
São conselhos representativos da sociedade e a eles compete a gestão transparente de generosos recursos da indústria para o interesse coletivo.
A razão para desencadear essa luta, mais uma vez, é nossa sobrevivência como empresas e como sociedade. Não podemos depender do voluntarismo de governos, nem de congressistas.
Há 54 anos somos reféns do humor federal e nossa representação parlamentar é reduzida, apesar de guerreira. Em suma, ou assumimos a via constitucional que nos protege, para aplicação regional dos recursos aqui gerados - a Carta Magna nos concede menos de 8% do bolo fiscal do país - justamente para diminuir o abismo socioeconômico que separa o norte do sul do Brasil Não há outro caminho, nem qualquer expectativa por parte dos atores locais de contar com a adição de um centavo sequer nas contrapartidas federais em favor do Amazonas A história irá nos reconhecer ou deplorar se não decidirmos o interesse de nossa gente na partilha justa dos seus direitos civis. Simples assim.
(**) Esta Coluna Follow-up é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, no JCAM, sob a responsabilidade do CIEAM e coordenação editorial de seu consultor Alfredo Lopes, editor geral do portal BrasilAmazoniaAgora
Fonte: Brasil Amazônia Agora