30/10/2013 14:25
Planejamento cívico
E é oportuno retomar para cobrar o compromisso do prefeito Arthur Virgílio Neto na solenidade de instalação do Colegiado. Os membros, que possuem mandato de dois anos, o que permite renovação nos vários sentidos, são fatores de ajuste permanente da ação pública. Por isso a escolha de conselheiros com vasta experiência nas diferentes áreas de atuação, o que assegura pluralidade, interatividade fecunda e conhecimento dos problemas. São três diretores e 27 conselheiros. Planejar é um verbo em desuso na rotina do gerente público mais preocupado nos limites de seus quatro anos em garantir o fator eleitoral. Retomar, pois, essa conduta preciosa de gestão urbana planejada no médio e logo prazo significa blindar Manaus para evitar que futuros gestores não impeçam que ela caminhe com autonomia, posto que dispõe de um manual cívico de instruções compartilhadas. Este Conselho, com a decisão proativa de seus integrantes – que se destacam pela história de compromisso com a cidade – pode fazer a diferença e, enfim, propor e pressionar pela execução do sonhado planejamento cívico e estratégico para Manaus.
Papel das entidades
Representantes dos diversos setores da economia, vale destacar que o grande papel das entidades de classe neste conselho é educacional. Além dos impostos pagos pelas empresas, cabe a essas organizações iniciar ou ampliar a função pedagógica entre os contribuintes na direção de cobrar mais ostensivamente do poder público a contrapartida de serviços de qualidade para a carga tributária oferecida. O Impostômetro, da Associação Comercial de São Paulo, é um exemplo disso. E isso significa uma presença maior das empresas em suas representações de classe. Ao insistir no papel cidadão das empresas, as entidades asseguram a ampliação deste jogo do ganha-ganha, posto que cada empresa passa a exigir e se beneficiar de transporte público de qualidade, creches e escolas para os filhos de funcionários, assistência médica para toda a família e por aí vai. De quebra, essa presença dá força para que as entidades participam, proponham e fiscalizem a aplicação dos recursos públicos no âmbito do Conselho.
Em nossas mãos
A presença do conselheiro Almino Affonso é simbólica e estimulante. Ele está presente na memória da cidade desde a criação da Zona Franca de Manaus, da recriação da Universidade Federal do Amazonas, ao lado de Arthur Virgílio Filho, pai do prefeito, além de ter sido ministro do Trabalho, do governo João Goulart, de governar São Paulo, com o Orestes Quércia, logo após a retomada da Democracia. Além dele, a figura carismática de Dom Luiz Soares Vieira, arcebispo emérito de Manaus, e gestor da arquidiocese por mais de duas décadas. Ele conhece a periferia como ninguém, por obra e graça de um trabalho pastoral destacado, de promoção humana e resgate cívico. São dois baluartes de sabedoria e compromisso, entre outros a seguir citados que, como o economista e empresário, Jaime Benchimol, nos convidam a tomar o destino de Manaus em nossas mãos, em nome da história de nossos pioneiros, heróis da resistência, no estudo das questões atuais, do enfrentamento dos enormes desafios e construção de uma cidade e de um estado mais digno, próspero e mais solidário.
Para acompanhar e cobrar
E por falar em desafios, uma questão que afeta diretamente o setor produtivo do estado, de onde emana parte substantiva dos recursos públicos, é o estado dramático do sistema viário do Polo Industrial de Manaus. Depois de toda a cobrança e bombardeio cívico – do qual esta Coluna fez parte intensamente – provocado pela buraqueira nas ruas do Distrito I, em que a prefeitura de Manaus, nos primeiros dias do ano, recorreu ao poder público estadual e federal, reconhecendo sua responsabilidade e confessando suas dificuldades de recursos, com embaraços formais, as obras ensaiam a recuperação. Tímida, é verdade e correndo o risco de atrasos com a implantação dos dutos para distribuição de gás. Cabe pautar, com igual veemência, o estado de calamidade do Distrito II, sobre o qual é preciso emergencial atenção.
Composição do Conselho de Gestão Estratégica:
Direção Geral: Felix Valois Coelho Júnior e Rodemarck Castello Branco: presidente e vice. Jefferson Praia Bezerra: Secretário-Geral.
Poder Público: Katia Helena Schweikardt: Meio Ambiente, Hissa Abrahão: Infraestrutura; Pauderney Avelino: Educação, Roberto Moita Machado: Planejamento Urbano; Pedro Carvalho: Transporte; Paulo Henrique Martins: Sistema Viário;
Entidades de Classe: Sócrates Bomfim Neto: Empresas Jornalísticas; Khaled Ahmed Hauache: Rádio e Televisão; José Roberto Tadros: Federação do Comércio; Antônio Carlos da Silva: Federação das Indústrias; Wilson Périco: Centro da Indústria; Ismael Bicharra Filho: Associação Comercial; Ralph Assayag: Câmara dos Dirigentes Lojistas.
Instituições públicas: Mariomar de Sales Lima: Universidade Federal; Cleinaldo Costa: Universidade do Estado do Amazonas; Ana Maria Alves Pereira: Instituto Federal do Amazonas; Adalberto Carim – Tribunal de Justiça do Amazonas.
Representante da sociedade: Almino Monteiro Affonso, Dom Luiz Soares Vieira, Etelvina Garcia, Jaime Samuel Benchimol, José de Oliveira Fernandes, Manoel Geny Martins, Moisés Benarros Israel, Robério dos Santos Braga, Yan Mesquita Barbosa, Beatriz de Castro Costa Rizzato.
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Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do Centro da Indústria do Estado do Amazonas. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. cieam@cieam.com.br
Publicado no Jornal do Commercio do dia 30.10.2013