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Moysés Israel, o livro e o testemunho

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08/08/2014 12:17

Nesta quinta-feira, no âmbito das comemorações de mais um aniversário da FIEAM, a entidade promove o lançamento do livro “Moysés Israel”, da jornalista e historiadora Etelvina Garcia. Trata-se da saga de um pioneiro, uma referência viva e atuante dos heróis da resistência contra a estagnação imposta pela quebra do I e II Ciclo da Borracha, que assoalharam os caminhos da transformação e recuperação econômica do Amazonas. Aos 90 anos, Moysés Israel relata no livro a trajetória da família e de suas atividades no segmento de exportação de castanha, borracha, juta, petróleo, madeira, entre outros produtos regionais, a construção da Refinaria em Manaus, marco estratégico da infraestrutura de energia que determinou os rumos da mudança e do progresso. Nascido em Manaus, em 10 de fevereiro de 1924, Moysés é filho do casal Salomon e Carlota Israel. Órfão de pai aos 10 anos, Moysés foi morar e depois trabalhar com seu tio Isaac Sabbá, de quem se tornou sócio aos 18 anos, em 1942. Em 1943, a empresa era reconhecida como uma das maiores expressões da indústria no Amazonas no beneficiamento e exportação de castanha, borracha e madeira, entre outros itens da economia regional. Com a instalação de uma refinaria em plena floresta amazônica, em 1956, empresa I. B. Sabbá se tornaria uma das seis empresas privadas (100% de capital nacional) a construir e explorar refinarias de petróleo no Brasil. Em tempos mais recentes, Moysés Israel tem-se empenhado em ampliar programa e projetos de qualificação técnica das novas gerações, notadamente no município de Itacoatiara. Um exemplo disso foi a viabilização da instalação do campus da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), para o qual o empresário doou o terreno para sua construção. O mesmo se deu para a instalação da Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Além disso, ajudou a levar o Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam) e o Sistema FIEAM, com as escolas de educação básica do Serviço Social da Indústria (SESI) e de educação profissional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI).

Investidores e parceiros


Em clima de dia seguinte, quando ficam definidos os prazos e os compromissos para o futuro do modelo Zona Franca de Manaus, vale destacar o posicionamento da representação diplomática do governo japonês, o cônsul-geral do Japão em Manaus, Kazuo Yamazaki. Em entrevista à mídia local, manifestou entusiasmo e tranquilidade com relação à definição do marco regulatório, a seu ver um clima propício para trabalhar e a obrigação de pensar no futuro com visão mais ampla. O diplomata traduz a visão de mundo das 44 empresas japonesas instaladas no Polo Industrial de Manaus, a propósito da promulgação da Emenda Constitucional 83. São investidores e parceiros, enraizados pelo compromisso com o tecido social, cultural e político, e atentos aos desafios do cotidiano, cujo enfrentamento não hesitam em encarar. Chamou atenção – além dos alertas em relação aos gargalos de logística, e a dificuldade do polo local em garantir a competitividade internacionalmente – para o papel prioritário e sagrado da educação, da qualificação das pessoas. O diplomata fala com a autoridade de um povo que sabe o que é construir e reconstruir um país flagelado por guerras e intempéries. “O caminho para o Amazonas e para o Brasil assegurar novos empreendimentos e oportunidades com japoneses ou de outras nações, é o desenvolvimento intelectual”. Com a sabedoria milenar que descreve a diplomacia japonesa, o cônsul manifestou, adicionalmente, sua inquietação com a situação das vias do distrito, o estado de calamidade pública que prejudica cada dia mais o transporte de produtos e insumos industriais, resultando em perdas significativas para as fábricas.

Marca histórica


Na última segunda-feira, enquanto os atores políticos e institucionais da ZFM se preparavam para a solenidade de promulgação da ZFM, a Moto Honda da Amazônia estava produzindo, em Manaus, a motocicleta número 20 milhões no Brasil, uma CG 150 Titan modelo 2015. A fábrica é a maior da montadora japonesa no mundo, foi inaugurada em 1976 e tem capacidade para produzir 2 milhões de motocicletas ao ano. No Brasil desde 1971, a companhia já investiu R$ 4 bilhões no País. No Amazonas os investimentos da Honda em 2013 chegaram a R$ 500 milhões. A Honda possui 80% do mercado nacional de duas rodas e produz na unidade localizada na Zona Franca de Manaus 26 modelos de motocicletas de 100 a 1000 cilindradas, seis deles flex fuel, além de quadrículos e motores estacionários. Em setembro último, coerente com sua visão de mundo e sua missão empreendedora, a Moto Honda da Amazônia investiu R$ 20 milhões no Centro de Desenvolvimento e Tecnologia (CDT) em Manaus de olho na criação e inovação de novos produtos. É o primeiro centro desse porte da multinacional na América Latina e abrigará engenheiros da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) a partir do convênio de cooperação técnica e institucional. Um exemplo a ser seguido.
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Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. cieam@cieam.com.br

Publicado no Jornal do Commercio do dia 08.08.2014

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