16/08/2013 10:43
Ministro Pimentel, a expectativa da colaboração recíproca.
Com uma agenda carregada de expectativa e muita torcida para a engrenagem de um relacionamento mais próximo e de colaboração recíproca, chega a Manaus nesta segunda-feira o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel. No âmbito da indústria, a espera se relaciona com a necessidade de celeridade na fixação de PPB's, os processos produtivos básicos, principalmente dos que se encontram pendentes, que permitirão aos investidores dar sequência aos respectivos programas de produção. Ao equacioná-los, as empresas têm expectativa na simplificação dos procedimentos e agilidade nos desembaraços. O modelo ZFM está em compasso de espera, os investimentos observam as movimentações políticas e a definição técnica dos marcos regulatórios. Outra definição esperada diz respeito ao CNPJ do Centro de Biotecnologia da Amazônia, um desgaste que se arrasta e que não faz mais sentido protelar. As discussões atuais amadureceram e apontam a alternativa célere e eficaz a transferência de sua gestão para a EMBRAPA que possui expertise suficiente para torná-lo operacional de imediato.
Verbas de P&D – Uma discussão das mais relevantes e que diz respeito ao futuro da Zona Franca de Manaus surgiu no âmbito da Suframa, para avaliar, otimizar e redimensionar gestão e uso dos recursos de Pesquisa e Desenvolvimento, estimados em torno de R$ 1,3 bilhão. São recursos para inovação e qualificação de recursos humanos, educação tecnológica e pesquisa, especialmente na prospecção de soluções da indústria do conhecimento para utilização do banco genético da biodiversidade amazônica. E é nesse contexto que a necessidade urgente de reforço de pessoal, nessa e em áreas da rotina cotidiana operacional da Suframa, onde houve um corte recente e desastroso de colaboradores. Alguns reflexos se fazem sentir de forma dramática, especialmente nas operações das empresas que dependem da análise de insumos para alimentar a lista padrão e autorização de importação.
Senai Inovação – Com um investimento de R$ 1,3 bilhão do BNDES, o Sistema S, sob a coordenação da CNI, Confederação Nacional da Indústria, instala no país 34 unidades do Instituto Senai Inovação. No Amazonas, entre as 20 áreas prioritárias, o foco será microeletrônica, onde serão aplicados R$ 38 milhões. O Senai cumpre, enfim, o conjunto de responsabilidades contidas em sua Missão, onde está contemplada a educação tecnológica e a Inovação. O foco é atender a demanda da indústria, agregar valor aos itens produzidos em Manaus e ampliar a competitividade. O Brasil é a sétima economia mundial, por obra e graça de suas commodities, lembra Aldemurpe Barros, mas ocupa o 64º lugar, no Índice Global de Inovação de 2013, onde o país caiu seis posições em relação a 2012. "Nós exportamos ferro e manganês e importamos o aço para a indústria". No ranking da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) o Brasil, na América Latina e Caribe, está atrás do Chile (46º), Uruguai (52º), Argentina (56º) e México (63º). Em comparação com 2011, a queda brasileira foi de 17 posições. O resultado brasileiro foi particularmente ruim nos índices que avaliam instituições (95º) - ambientes políticos, regulatórios e empresariais; sofisticação do mercado (76º) - crédito, investimento e competitividade; pesquisa e capital humano (75º) - educação e P&D; e resultados de atividade criativa (72º) - ativos intangíveis, bens e serviços criativos e criatividade online.
Precariedade educacional – Apesar dos acertos de 71 anos de educação profissional na história da indústria brasileira, onde o Senai Amazonas comparece com uma bagagem alentada que, apenas em 2013, contabiliza 42 mil alunos matriculados, com estimativa de matricular 54 mil no próximo ano, mostrando que a indústria está fazendo sua parte, a educação básica como um todo vai mal. A partir do ensino fundamental e no país inteiro, com acentuado fracasso no Amazonas, o ensino colocou 11 de seus municípios entre os piores do país. Com as deficiências do ensino básico, especialmente em Matemática e depois em Ciências, quem padece é o setor de engenharia, tecnologia e inovação. "O quadro é preocupante e tem reflexos diretos na competitividade da indústria nacional", diz o professor Aldemurpe Barros.
Educação no mundo do trabalho – Nesta semana, o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas, Antônio Silva, lançou em Manaus o Projeto Educação para o Mundo do Trabalho, uma iniciativa da CNI com as federações regionais justamente para enfrentar os percalços da precariedade no Ensino. "Educai as crianças e não precisarás punir os homens". O propósito é desenvolver estratégias de ação e de mobilização de parceiros da sociedade e dos setores produtivos e governamentais em prol da construção de uma agenda de curto e médio prazo para a educação brasileira. A demanda por profissionais tecnicamente qualificados esbarra na carência desses profissionais e o Brasil é obrigado a importar mão-de-obra especializada em diversos setores da produção, sobretudo na área de inovação. Sobram vagas porque a oferta não combina com o perfil dos trabalhadores que buscam oportunidades. À indústria brasileira e ao Polo Industrial de Manaus não restam outras opções senão promover um mutirão cívico para dar decisivo salto na qualidade da educação, especialmente a escolar básica e a inovação tecnológica.
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Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do Centro da Indústrria do Estado do Amazonas. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. cieam@cieam.com.br
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