11/07/2013 08:55
Sem medir não dá para administrar – O mote sagrado da administração é a premissa da mensuração. Sem mensurar riscos, custos, margens, perdas e ganhos a gestão é cega e o resultado, cedo ou tarde, desastroso. Com essa iniciativa, as entidades pretendem divulgar anualmente este indicador, entre outros, para estimular estudos para melhoria crescente do desempenho neste e em outros gargalos, incluindo a burocracia estéril, com a adoção de ferramentas digitais e simultâneas de aferição e comunicação. Matemática, Estatística, Informática são, decididamente, ingredientes aliados e essenciais para aproximar saber e fazer, informação e desempenho, laboratório e chão de fábrica, reflexão e ação, uma interatividade inadiável entre empreendedores e pesquisadores, na sistematização de informações, no suporte técnico e identificação de saídas para os desafios do cotidiano. Como ocorre nas economias evoluídas...
Indicadores de competitividade logística – a tese do mestrando Américo Minori buscou consolidar um Índice para checar a evolução do desempenho logístico da economia local, um gargalo que consome 20%, em média, dos custos aplicados aos produtos da Zona Franca de Manaus. A tese vai permitir estabelecer custos logísticos por segmento, com carga aberta ou fechada nos diferentes modais e com as especificidades regionais e sazonais amazônicas. A formulação, detalhamento e diversificação da metodologia desses indicadores pode fomentar, ainda, um diálogo proveitoso entre os terminais locais e nacionais. A adoção desse mecanismo vai incentivar a melhoria de desempenho do setor e orientar eventuais e pontuais intervenções do poder público em favor da competitividade, um item de desempenho que constrange o país.
Competitividade regular – adotando fórmulas matemáticas e balizamento estatístico em cima de informações da Agência de Transportes Aquaviários - Antaq e aquelas prestadas por empresários e técnicos do setor portuário, com entrevistas e questionários quantitativos e qualitativos, a pesquisa alcançou os dois Terminais de Uso Privado - TUP que atendem o Polo Industrial de Manaus. O estudo, que trabalhou com as variáveis de produtividade, volume e tempo, aferiu um Índice de Competitividade Logística - ICL, na estrutura portuária da cidade de Manaus, de 0,54. Um índice considerado Regular, numa escala de 0 a 1, que parte de Sofrível (0 a 0,10), Insuficiente (0,10 a 0,50), Regular (0,50 a 0,70), Bom (0,70 a 0,90) e Excelente (0,90 a 1,00). O sistema de aferição, a partir das informações consolidadas, se revelou simples, prático, acessível e adequado para sugerir as fragilidades, acertos e possibilidades de ajustes e melhoria de funcionamento. Houve resistência de alguns no curso da investigação e há necessidade de assegurar mecanismos de confidencialidade para acessar e conferir rigor e fidedignidade às informações. Os atores foram unânimes em discordar da base de dados da Antaq, apesar de ser uma fonte de informação prestada, paradoxalmente, por eles mesmos.
Conclusões e recomendações – a pesquisa apontou a importância e as vantagens de uma mensuração de desempenho e os avanços na competitividade do modelo que sua adoção pode representar. Mostrou, indiretamente, os ganhos da aproximação da academia – em produzir investigações relevantes para o interesse público regional – com o setor produtivo, na adoção de ferramentas que possam racionalizar e otimizar esforços para conferir competitividade na produção e no transporte. De quebra, a pesquisa denunciou os prejuízos da desinformação sistemática que atinge o setor público e privado, onde a sistematização e acesso da informação, a despeito dos recursos digitais, ainda são precários e desconectados. No processo de levantamento de dados, o pesquisador se defrontou com os entraves da burocracia, fator decisivo de comprometimento do desempenho funcional dos terminais. Um dano efetivo e direto à competitividade do modelo ZFM, que merece estudos demonstrativos. Adicionalmente, os estudos sugerem que a entrada em funcionamento de novos terminais portuários, com a recente sanção da Lei dos Portos, a tendência é a redução de custos e o aumento do ICL, o Índice de Competitividade Logística.
Antaq: expectativas de maior interatividade – No contexto da Lei de Acesso à Informação, nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, a Antaq tem um papel decisivo para assegurar o direito constitucional de acesso dos cidadãos às informações públicas e consolidadas no âmbito de sua atuação funcional. Uma das dificuldades do detalhamento e rigor metodológico da construção do ICL se localizou, precisamente, na base de dados da Antaq, a Agência Federal que ordena o funcionamento da estrutura nacional de transportes aquaviário. O rigor está diretamente relacionado à eficácia da mensuração e de tudo que daí decorre. No relato de seu dirigente, a Agência tem buscado aproximação com os atores locais, interagindo na direção de regular e melhorar as condições de transportes da população e promovendo estudos sobre logística de transportes entre as bacias do país e quantidade de cargas e passageiros na rede regional de terminais portuários.
============================================================================
Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do Centro da Indústria do Estado do Amazonas. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. cieam@cieam.com.br