25/01/2024 09:14
“Aplausos intensos, incessantes e cordiais aos heróis da resistência e da insistência singular e lapidar. Ao celebrar seu 120º aniversário, o Jornal do Commercio do Amazonas não é apenas uma testemunha da história, mas um agente de mudança e um símbolo de resiliência e comprometimento com o desenvolvimento socioeconômico da Amazônia”.
Por Alfredo Lopes (*) Coluna Follow-up
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Desde os primórdios da imprensa no Brasil, em 1808, com a chegada do Príncipe Dom João fugindo de Napoleão, os jornais tiveram um papel fundamental na sociedade brasileira, apesar das restrições impostas pela Coroa Lusitana ao seu livre exercício. Com efeito, foi somente após a Independência do Brasil em 1822 que a imprensa independente começou a emergir, apesar de enfrentar severas restrições e censuras em toda sua história. Seus artífices eram presos e exilados e os equipamentos confiscados e enviado à Matriz Colonial.
No Amazonas, a liberdade de imprensa ganhou força com a Instalação da Província em 1850, com a criação do seu primeiro jornal, ‘Cinco de Setembro’, inaugurado em maio de 1851. Outros periódicos se espalharam pelos municípios do Estado com a chegada do Telégrafo em 1897. Em 1904, na última década do Ciclo da Borracha, nasceu o Jornal do Commercio do Amazonas, uma entidade que se tornaria um pilar para a região. É importante destacar que desde sua fundação, o JCAM manteve uma conexão estreita com a Associação Comercial do Amazonas, a matriarca das entidades de classe de nossa economia, reconhecida pela União Federal pela relevância extraordinária de suas contribuições ao desenvolvimento da região.
O Jornal do Commercio, em suas primeiras décadas, viveu os altos e baixos da economia do látex, experimentando desafios durante a Primeira Guerra Mundial e a Grande Depressão. Do glamour das folias do látex à depressão de uma economia estagnada. A aquisição pelo grupo de Assis Chateaubriand, em 1943 marcou uma nova era, com maior ênfase em notícias nacionais e uma atenção especial à Segunda Guerra Mundial e ao Segundo Ciclo da Borracha. Os Diários Associados deram um estatuto de nacionalidade, não apenas por expansão temática de suas pautas, mas por seu reconhecimento como ator destacado no jornalismo brasileiro.
A partir de 1984, sob a liderança de Guilherme Aluízio de Oliveira Silva, empresário e jornalista, o Jornal do Commercio começou a se concentrar mais no cenário econômico do Amazonas. Afinal, os diversos setores da economia ganham incremento, inicialmente o Comércio, dando novo alento a empreendedores, emprego e renda para a população. Esta mudança refletiu não apenas a relevância econômica da Zona Franca de Manaus, mas também um compromisso com o desenvolvimento sustentável e a integração regional, uma bandeira permanente e onipresente do JCAM.
Ao longo de 120 anos, o Jornal do Commercio do Amazonas tem sido um observador crítico e um participante ativo nos destinos econômicos e sociais da região. Sua história é marcada por momentos de desafios e triunfos, refletindo e influenciando as transformações da sociedade amazônica. Com a revolução tecnológica que desencadeou uma transformação radical com o desaparecimento de vários veículos da mídia tradicional, o JCAM resistiu heroicamente e por isso se notabiliza pela obstinação de seus gestores e atores e pelos frutos e avanços de sua lide heróica e fecunda.
O jornal não apenas registrou a história, mas também a moldou, defendendo a interiorização do desenvolvimento e destacando a necessidade de uma distribuição mais justa dos benefícios econômicos. Essa missão, comparável à luz da poronga dos seringueiros, simboliza a busca contínua por iluminar novos caminhos para o progresso e a justiça social na região.
Aplausos intensos, incessantes e cordiais aos heróis da resistência e da insistência singular e lapidar. Ao celebrar seu 120º aniversário, o Jornal do Commercio do Amazonas não é apenas uma testemunha da história, mas um agente de mudança e um símbolo de resiliência e comprometimento com o desenvolvimento socioeconômico da Amazônia. A trajetória do JCAM exemplifica a importância vital da imprensa livre e comprometida na construção de uma sociedade mais justa e integrada.
(*) Esta Coluna Follow-up é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras no Jornal do Commercio do Amazonas, sob a responsabilidade do CIEAM, com a coordenação editorial de Alfredo Lopes, consultor da entidade e editor do portal BrasilAmazoniaAgora.