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Inovação é prioridade

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26/12/2014 22:09

Nos novos arranjos institucionais da estrutura governamental do Estado, é alvissareira a notícia do enxugamento das repartições públicas para início do novo mandato. O custeio da máquina não pode comprometer os investimentos, sobretudo na eficiência administrativa e redução dos embaraços burocráticos. São pesados os investimentos para manter o peso da estrutura e discretos os resultados do ponto de vista da eficácia institucional. Na instalação do Grupo de Trabalho que reúne UEA, CIEAM, FIEAM e FAPEAM, entre outras medidas, na semana passada, ganhou destaque a importância da estrutura de fomento à pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica representada pela Fapeam, a Fundação de Amparo à Pesquisa que projetou os interesses, imagem e prestígio do Amazonas no cenário de C&T&I do país, uma das estruturas públicas de melhor retorno aos interesses de curto, médio e longo prazo do Estado. Inovar significa agregar valor, velocidade, eficiência aos produtos da ZFM, por exemplo, e aos serviços do cotidiano, incluindo a revisão da burocracia pesada e nociva. Manter e promover a estrutura de amparo à pesquisa e inovação tecnológica representa, ainda, a única maneira de assegurar a ampliação e diversificação de projetos que possam reter na região os recursos de P&D que o governo federal tem confiscado sistematicamente dos fundos recolhidos pela Lei de Informática.

Amparo vital


Cabe, a propósito, resgatar a relevância da apresentação do projeto Instituto Senai de Inovação, ISI, na reunião do Grupo de Trabalho UEA/FIEAM/CIEAM/FAPEAM, que vai priorizar inicialmente a área de microeletrônica, uma das demandas urgentes de inovação do polo industrial de Manaus. Entre os gargalos da indústria, relatou Aldemurpe Barros, diretor do SENAI, um dos mais preocupantes é a qualificação dos recursos humanos, um desafio que precisa envolver um espectro maior e mais integrado de atores. Qual o sentido de prorrogar o modelo sem assegurar reinvestimentos dos recursos produzidos pelo próprio modelo para este fim? É promissora a expectativa de um projeto da envergadura do ISI, que se integra a uma rede de instituições do Sistema S pelo Brasil afora. Essa articulação tecnológica vai dar suporte inteligente e instantâneo às demandas locais de inovação disponíveis nos institutos dos demais estados. Vale destacar que este que começa a ser implantado no Amazonas dependeu de verbas levantadas, por empréstimo, junto ao BNDES, a serem pagas pelo próprio Instituto. O Senai, assim como todos os demais serviços do Sistema S, focam no atendimento dos trabalhadores e da comunidade, na perspectiva da qualificação, da promoção profissional dos jovens e do lugar onde eles se inserem. Ora, por que não usar os recursos de P&D, neste contexto, recolhidos pelas empresas locais de Informática? Este projeto ISI está atrelado a outro projeto, já em fase adiantada de elaboração, para constituir uma instituição de graduação acadêmica na área técnica profissionalizante, segundo o diretor do Senai. Afinal, as empresas aqui instaladas padecem da pouca oferta de especialistas na área de engenharia de comunicação e inovação. A própria universidade, tanto estadual, federal ou privada, encontra dificuldades para contratação de docentes neste segmento. Daí a urgência de medidas para atendimento dessas demandas específicas da academia e do setor produtivo, com a utilização das verbas de P&D. Neste ano de 2014, estima-se que o volume será semelhante ao do ano passado, aproximadamente R$ 1,3 bilhão.

Trilhas promissoras

A indústria de transformação no modelo ZFM, embora muitos não saibam, está â frente das demais plantas industriais do país, no item agregação de valor pelo componente da inovação, segundo dados do IBGE FGV. Por isso, a implantação do ISI é um dos grandes acontecimentos de 2014, pois mostra que o modelo reúne as condições para avançar e apropriar novas tecnologias de montagem de circuitos integrados e de placas de circuito impresso, ampliando, por exemplo, a confiabilidade em ambientes severos, para notebooks, tablets, e dispositivos de aplicação em prospecção de petróleo e outros campos da bioprospecção. Os sensores no projeto do ISI Microeletrônica permitirão identificar moléculas, de interesse médico e farmacológico, nos processos biotecnológicos, para desembarcar num futuro próximo nos biosensores e na bioeletrônica, vital para a indústria de cosméticos que carece de revisão legal e fiscal. Estão em andamento as ações e subvenções pelo programa SENAI – SESI de Inovação, com projetos de identificação de molécula para controle de conformidade do óleo de Copaíba. Há mais de 10 anos, iniciativas locais de C&T&I, apostam na indústria de extração de óleos essenciais, óleos fixos, extratos vegetais e resinas, para sair do discurso à prática da biotecnologia a partir da biodiversidade amazônica. Os fabricantes de cosméticos costumam empregar em suas linhas de produtos uma quantidade ínfima de bioativos da região, a despeito da generosidade da oferta, por exemplo, do tucumã, cuja semente é descartada impunemente. A demanda atual do mercado mundial para bioativos da Amazônia anda por volta dos 700 milhões de dólares/ano, algo que ultrapassa R$ 1,6 bilhão para o segmento da bioindústria, um faturamento que se multiplicaria em tempo recorde, na revisão das prioridades dos processos produtivos, os PPB’s.

Aviso: nas próximas duas semanas esta FOLLOW-UP entra em recesso.

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Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. cieam@cieam.com.br

Publicado no Jornal do Commercio do dia 24.12.2014

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