07/10/2015 17:28
Castanhas: debater, identificar e propor
Na semana passada, numa iniciativa conjunta do CIEAM, FIEAM, FAEA, as entidades da indústria e da Agricultura, e a AFEAM, agência estadual de fomento, iniciaram com a castanha do Brasil, do Pará ou da Amazônia, os DEBATES PRODUTIVOS, visando identificar oportunidades de desenvolvimento na agroindústria e bioindústria a partir das cadeias produtivas levadas a efeito pela Afeam, em conjunto com seus parceiros habituais na formação de novos negócios e novos empreendedores. Fruta símbolo da alimentação e da economia amazônica, a castanha passa a ser produzida racionalmente, com os cultivos extensivos da Fazenda Aruanã, em Itacoatiara, da família Vergueiro, que plantou e distribuiu mais de 2 milhões de mudas da Bertholethia Excelsa, cujas oportunidades nutracêuticas, cosméticas e auxiliar na prevenção de danos cognitivos, de obesidade, diabetes e complicações renais carecem de pesquisa e desenvolvimento para a criação de novas matrizes econômicas. Caracterização nutricional das castanhas beneficiadas no Amazonas, com identificação da presença de selênio associada ou não a aflatoxina, são algumas das linhas de pesquisa e de negócios possíveis. Produtos de valor agregado, como barra de cereal para a nutrição balanceada, produção de cosméticos e de anti-maláricos, eis alguns dos desafios ou promessas dessa árvore sagrada. Além dos anfitriões, representantes do poder público, Secretaria de Planejamento, Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia, da Agricultura, a Universidade Federal, Estadual, a Embrapa e o Inpa se uniram aos técnicos da Afeam, da FAEA para achar saídas, debater os embaraços e propor os cenários de uma nova economia. É emblemático lembrar que a Afeam, onde ocorreu o evento na semana passada, trabalha com os recursos do FMPES, o fundo pago pelas indústrias para interiorizar a economia.
Selênio, Alzheimer, Obesidade...
Com a presença de Silvia Cozzolino, doutora em nutrição pela Faculdade de Farmácia da Universidade de São Paulo, a maior autoridade mundial em selênio, um mineral existente em quantidade destacada nas castanhas amazônicas, os pesquisadores e empreendedores da região tiveram oportunidade de debater os gargalos dessa promissora atividade, tanto de pesquisa como no desenvolvimento de negócios. Nas recomendações finais, ficou clara a necessidade do fortalecimento institucional e da organização social, onde associações e cooperativas podem avançar com certificação de produtos a partir e na direção do mercado, lançando mão da adequação dos instrumentos locais para agregar valor, Sustentabilidade, Gradientes tecnológico, Conformidades métricas e estruturais com a ajuda da indústria, através do INMETRO. Dada a relevância dos projetos, os pesquisadores locais em conjunto com os da Universidade de São Paulo, parceiros já consolidados pelo Acordo de Cooperação com a Universidade do Estado do Amazonas.
Não iremos jogar a toalha!
Entre outras recomendações de pesquisa resultantes dos DEBATES PRODUTIVOS, está a Definição dos Indicadores de coleta, beneficiamento e distribuição da castanha, estudos de Agronomia para identificar as lacunas do cultivo, o melhoramento genético de matrizes mais robustas, o Aproveitamento de resíduos para fins industriais, os Serviços ambientais de fixação de carbono, Com o Manejo florestal da castanha plantada, ampliação dos Estudo de potencialidades / mapeamento potencial de Inovação e Tecnologia disponível, estudos para saber quanto custa produzir, quais os grandes gargalos da cadeia produtiva, como partilhar a experiência da castanha plantada, usos e benefícios do Selênio e do bário: presenças fundamentais na certificação e padronagem na direção do mercado. Esses itens vão compor um programa/projeto, multidisciplinar, envolvendo atores privados, públicos e institucionais com apoio eventual da FAPESP e FAPEAM, fundações de São Paulo e Amazonas de amparo à pesquisa. Não iremos jogar a toalha!
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Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. cieam@cieam.com.br
Publicado no Jornal do Commercio do dia 07.10.2015