29/01/2021 10:50
Fonte: Brasil Amazônia Agora
Entrevista com Roberto Garcia
Diretor de Projetos e Desenvolvimento de Negócios da Fundação Paulo Feitoza
“Na FPF Tech trabalhamos com processos de inovação tecnológica desenvolvidos por um time de mais de 200 profissionais altamente comprometido, qualificado tecnicamente, acostumado a vencer desafios diariamente”. Confira o bate-papo que interessa a todos aqueles que sabem relacionar inovação tecnológica e competitividade, a equação que define o futuro promissor da Zona Franca de Manaus
Por Alfredo Lopes – Coluna Follow-up -CIEAM – BrasilAmazoniaAgora
- Follow Up – Temos motivos para esquecer o desembarque da pandemia em 2020. A FPF-Tech reconheceu na adversidade a descoberta de potencialidades pessoais e corporativas? Como você avalia o desempenho da Fundação em 2020 e que lições restaram ?
Roberto Garcia – O ano de 2020 foi um ano especialmente desafiador em virtude da pandemia da Covid-19. Na FPF Tech trabalhamos com processos de inovação tecnológica desenvolvidos por um time de mais de 200 profissionais altamente comprometido, qualificado tecnicamente, acostumado a vencer desafios diariamente. Para a nossa liderança o bem mais importante do nosso negócio são nossos colaboradores e a saúde e segurança deles vem em primeiro lugar. Todos temos mentalizado de que ELA VAI PASSAR e que temos uma excelente oportunidade de lições para assimilar e usar daqui por diante. Não está sendo fácil, mas estamos descobrindo potencialidades pessoais e corporativas adormecidas.
Hoje quase todos o nosso time está trabalhando em home office. Mesmo antes da pandemia a nossa essência já era voltada à tecnologia e nossos processos e recursos eram digitais. Com isto, não tivemos necessidade de paralisamos as operações e permitiu darmos continuidade a todos os projetos de PD&I, software e hardware em desenvolvimento para nossos parceiros de negócio. Não demitimos nenhum colaborador, mantivemos os salários em dia, além de conseguimos manter os principais benefícios dos nossos colaboradores. Ficamos mais atentos e descobrimos que a criatividade é parceira da adversidade.
- Fup – Na quebra da cadeia asiática de suprimentos, descobrimos capacidades adormecidas no Polo Industrial de Manaus. Identificando os gargalos como a FPF vai ajudar as empresas a aproveitarem essas novas oportunidades?
R.G. – A indústria e sua cadeia de fornecedores global é uma grande geradora de empregos, e cada vez mais investe em tecnologias e inovação. As empresas locais identificaram os desafios dos desdobramentos da pandemia e num tempo muito curto trabalharam na busca de alternativas. Para todos nós ficou muito mais evidente – especialmente na revisão do planejamento das indústrias – a importância de se investir localmente os recursos de PD&I no desenvolvimento de ecossistemas de tecnologia da informação e na formação e de novas competências. Além da geração de empregos locais e desenvolvimento competências em tecnologias na Indústria 4.0 por exemplo – que acabam virando benchmarking e desdobradas em suas plantas no exterior – ficou muito clara a importância de se diminuir a dependência de transferência tecnológica das empresas estrangeiras. Assim é possível afirmar que inovação tecnológica e competitividade andam de mãos dadas e a favor do Amazonas. Estamos consolidando em Manaus uma referência nacional da indústria 4.0. O que nós precisamos é seguir consolidando uma cultura de inovação. Temos muitas pessoas talentosas na nossa região e na FPF Tech valorizamos a mão de obra local.
- Fup – Uma das intuições visionárias do dr. Paulo Feitoza foi exatamente o investimento na qualificação dos jovens de baixa renda e mais humildes, para propiciar a inclusão social e digital de pessoas que não teriam condições de acesso a este tipo de capacitação e consolidar o futuro inovador do Amazonas. Que iniciativas e parcerias você defende para ampliar essa antevisão genial?
R.G. – O Dr. Paulo Feitoza foi um homem além do seu tempo, que já tinha uma preocupação com as futuras gerações. Há mais de 18 anos trabalhamos na formação, oferecida gratuitamente, nos nossos CTIs – Centros de Treinamento em Informática. Essa iniciativa é realizada através do patrocínio dos nossos parceiros de negócio e resultou na formação de mais de 27 mil pessoas ao longo destes anos. Com essa oportunidade, a população mais carente tem acesso a inclusão digital por meio de uma capacitação de ponta e permite a descoberta de grandes talentos, além de contribuir para o ingresso dessas pessoas no mercado de trabalho. Qualquer alteração na legislação que exclua a possibilidade de se continuar investindo na formação dessa mão-de- obra estará indo na contramão de todo esforço que está sendo feito para preencher esta lacuna na nossa região.
Fup – Em 2021, o que as empresas do polo industrial de Manaus-PIM precisam saber sobre a FPF-Tech para sua expansão no contexto da indústria 4.0?
R.G. – A FPF-Tech é um Instituto de Ciência e Tecnologia genuinamente amazonense, que já atua há mais de duas décadas implantando algumas das soluções tecnológicas mais avançadas nas indústrias do PIM. Nós estamos preparados para ajudar as empresas a avançarem em um novo patamar produtivo na Indústria 4.0. e temos observado um aumento de demanda nesta área por parte dos nossos parceiros. Hoje já possuímos em nossas instalações um laboratório de automação/ indústria 4.0 e estamos treinando os colaboradores das empresas para assumir a nova rotina com menos custos e maior competitividade, nosso maior gargalo. Hoje oferecemos mais de mais de 60 novos cursos ligados à indústria 4.0 para o público que quer adquirir novos conhecimentos nessa área e acompanhar as tendências do mercado.
(*) Roberto Garcia é Empresário, Diretor de Projetos e Desenvolvimento de Negócios da FPF TECH, Diretor Adjunto da Coordenadoria de CT&I da FIEAM + CIEAM e Membro do CAPDA/Suframa