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08/08/2013 10:16

Os argumentos utilizados pelo Centro da Indústria para contestar os números alvissareiros da Suframa em relação ao desempenho do Polo Industrial de Manaus são simples e objetivos. Wilson Périco, dirigente da entidade, destacou a mudança de Dólar para Real na descrição dos dados, num momento de forte elevação da moeda americana, o que mascara todos os valores envolvidos no processo produtivo desde a compra de insumos no mercado externo. Adicionalmente, não foi incorporada a oscilação inflacionária, que sacudiu a economia desde o final de 2012. O desempenho do faturamento do PIM, mantida a moeda americana como critério, tem a seguinte evolução: em 2005: US$ 18,9 bilhões; 2006: 22,5; 2007: 25,7; 2008: 30,1; 2009: 25,9; 2010: 35,2; 2011: 41,2; 2012: 37,5; 2013 estima-se US$ 35,8 bilhões. É claro que o número de 2013, colocado acima é uma projeção de que o segundo semestre será igual ao primeiro (um ansiado equívoco, pois em geral o 2º semestre tende a ser melhor do que o 1º). Se isso se confirmar, teremos um número muito semelhante ao número de 2012. A boa notícia é que a taxa de queda 2012-2013 é menor que 2011-2012. A rigor, com exceção de TVs e Informática, 70% das empresas do Polo Industrial de Manaus estão atravessando dificuldades, além daquelas experimentadas pela indústria nacional, com a disparada do dólar, com o gargalo logístico e o desaquecimento da economia.

Efeitos colaterais –
O efeito colateral do otimismo estatístico que se infere dos dados da Suframa, que embaça a realidade e baseia projeções em terreno arenoso, é a pressão social que daí resulta. A euforia infla a expectativa em torno de uma realidade que os dados objetivos não confirmam. É claro que: se a safra é boa e a colheita abundante, é justo que todos aumentem suas expectativas de usufruto. Uma expectativa justa, porém desprovida de base real. Essa pressão social se configura ainda na corrida migratória, que atrai do interior e dos estados vizinhos levas de migrantes em busca de oportunidades fictícias que acabam por aumentar os bolsões de pobreza na periferia. Essa expectativa artificial, ainda, cumpre o papel de confundir a negociação salarial nos respectivos dissídios ora em discussão. Como exigir do setor de duas rodas, por exemplo, aumento real de 10% na base salarial se as empresas vêm o sistema bancário-financeiro negar 8 de cada 10 propostas de financiamento para aquisição de veículos?
 
PIM: a saga dos Buracos continua –
Na semana passada, em reunião com os empresários do CIEAM, o superintendente da Suframa, Thomaz Nogueira, anunciou o começo do fim do desgaste físico e metafísico, estrutural e emocional, social, viário, operacional e eleitoral que a buraqueira tem provocado nas mentes e na revolta dos usuários das ruas do Polo Industrial. "As máquinas já estão nas ruas e não se trata de mera operação tapa-buracos.", disse entusiasmado e coerentemente para uma plateia numerosa, ao descrever os detalhes, cronograma e propostas da esperada iniciativa. Ocorre que todo o anúncio se referiu apenas ao Distrito I, sem qualquer ressalva com o fato do projeto, já nas ruas, não conter qualquer intervenção no Distrito II. Ou seja, drenagem, urbanização e paisagismo, dentro de um projeto que revitaliza e devolve à área seus atrativos, conforto, modernidade e orgulho dos que aqui vivem e trabalham no Distrito I. E só.

Jogo de empurra –
Os jornais trazem em manchete o conflito entre Prefeitura, Governo do Estado e a Suframa, que não entram em acordo sobre a responsabilidade por essa emergência. Os três entes públicos, sequer, entram em acordo sobre quem deve recuperar, por exemplo, a Rua Palmeira do Miriti, no Distrito II, onde moradores e motoristas correm o risco de serem tragados pelas crateras. Em documento publicado na edição 3080 do Diário Oficial do Município, em 3 de janeiro de 2013, o prefeito Arthur Neto reconheceu a responsabilidade da Prefeitura, ao autorizar a celebração do convênio entre Estado e da Suframa para recuperação das ruas do Distrito Industrial, previstas na área contemplada pelo Plano Diretor de Manaus. O bom senso recomenda boa vontade, espírito público e renúncia às vaidades pessoais. Cabe lembrar que a União e o Estado arrematam mais da metade da riqueza produzida no PIM, o que torna justo e coerente a postura proativa da Suframa. O fato é que já começou a temporada eleitoral, onde a moeda política se sobrepõe ao interesse público. É elucidativo analisar o resultado da ida a Brasília do governador do Amazonas e do prefeito de Manaus, no início desta semana.

Aniversário do CIEAM –
Neste sábado, o Centro da Indústria do Estado do Amazonas completa 34 anos. A festa de aniversário vai destinar os valores que seriam investidos numa celebração de praxe, com direito a coquetel, a instituições de caridade. O sentido maior da celebração é uma reflexão que se impõe, e que moveu o debate do Seminário sobre Pioneirismo e Futuro, ocorrido no início da semana de aniversário de FIEAM/CIEAM. Ali estavam Mário Guerreiro, fundador desta entidade, próximo de celebrar 94 anos, e os herdeiros de Samuel Benchimol e Petronio Pinheiro, pra falar de futuro, debater um novo rumo em que agradecemos o apoio do governo federal por quase meio século de incentivos, e devemos assumir o compromisso de utilizar a riqueza gerada pelo setor produtivo para implantar um modelo autônomo, sem dependência fiscal, fruto da determinação e visão de futuro que moveram a saga de nossos Pioneiros, sua teimosia e conquista.
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Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do Centro da Indústrria do Estado do Amazonas. Editor responsável: Alfredo MR Lopes.  cieam@cieam.com.br
 

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