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FIAM, ações e pretensões da economia

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28/11/2013 16:55

Em clima de expectativa da prorrogação do modelo, e consciente da necessidade de adensar, diversificar e regionalizar a economia, afirmar seus direitos constitucionais para consolidar a autonomia gerencial de seu desenvolvimento, a Zona Franca de Manaus abre suas ações e pretensões na VII FIAM, a feira internacional da Amazônia, a partir desta quarta-feira. Em cada stand, seminário ou rodada de negócios, o mote das propostas é avançar e enfrentar os desafios na direção de novas matrizes econômicas.  A despeito das pressões, armadilhas e incompreensões, e disposta a enfrentar mais uma etapa de seu maior desafio, essa iniciativa, sob a batuta da Suframa, quer mostrar à opinião pública do país os acertos, avanços, densidade e, especialmente, a necessidade estratégica, econômica e socioambiental de integração deste plano de desenvolvimento bem sucedido ao desenvolvimento do país.

Gargalos institucionais

A Feira se impõe num momento de instabilidade institucional e funcional da autarquia, a agência responsável pela gestão da penúria que lhe foi imposta, com a redução de recursos, de material humano, de autonomia para cumprir seu papel constitucional. Servidores mal remunerados, com carga redobrada de funções pela escassez de pessoal, e com projetos de inovação, biotecnologia, formação de recursos em compasso de espera. É hora de conferir a coerência entre anúncios e cumprimento de promessas. Apesar disso, a Feira irá apresentar a necessidade e oportunidade de investimentos para agregar valor aos produtos aqui produzidos, apropriando e regionalizando tecnologia, inovação e revolução de conceitos e acertos digitais e cibernéticos, na expectativa de avançar na vertente dos bionegócios. No contrapé da intocabilidade da floresta, essa aproximação inteligente do banco genético é um compromisso que se ensaia e solidifica para regionalizar a produção e as oportunidades.

O desafio do conhecimento

O maior obstáculo para a economia da biodiversidade é a incapacidade imanente de promove a divulgação competente de suas vantagens e acertos. Com a promoção das biojóias, fitoterápicos, cosméticos, a adoção da nutracêutica, a indústria da juventude perene, a aquicultura, a silvicultura, dialogando intensamente com a inovação, a tecnologia da informação, comunicação e lazer, a Feira, ao desfilar seus produtos e palpites,  tem a pretensão imodesta e sutil de levantar o véu do fascínio amazônico, seus mistérios e a alvissareira promessa da biodiversidade e prosperidade. Eis uma oportunidade, também, para os nativos, estudantes, professores, gestores, formadores de opinião, que desconhecem os fundamentos históricos deste modelo, suas possibilidades, ameaças, ataques e achaques vindos de toda parte para impedir sua consolidação. Muito além das acusações de paraíso fiscal, maquiagem de produtos, montagem e etiquetagem de mercadorias, evasão de divisas e outras injúrias, o modelo de socioeconomia que desfila nesta VII FIAM resulta de um grito de alerta em favor de uma nova proposta de desenvolvimento. Um modelo que seguirá cumprindo o papel determinante e estratégico na manutenção dos estoques naturais florestais, com inteligência, racionalidade na geração de múltiplas oportunidades. A feira da Zona Franca deveria percorrer todos os estados do Brasil e revelar sua essência estratégica e existência interativa no cenário nacional.

PPB, bom senso e salvaguardas

Abre-se, a partir de esclarecimentos de parte a parte, entre as entidades de classe, Suframa, e os ministérios responsáveis, um espaço para equacionar a questão da liberação dos PPBs, os processos produtivos básicos com as orientações para as empresas começarem a trabalhar. Nesta semana pré-FIAM, foi aberto um espaço de entendimentos, esclarecimentos e compromisso de novas condutas, aproximação que precisa ser permanente e transparente, e considerar a perspectiva da consolidação das linhas mestras de uma inadiável politica industrial para o país. Em qualquer cenário, incluindo a redação conjunta de uma agenda positiva e proativa para resolver, em definitivo, a questão do PPB, não podemos nem iremos abrir mão do bom senso, muito menos da defesa das disposições constitucionais que dão suporte ao modelo. É nesse contexto, também, que cabe resistir e desestimular a formulação de um PPM, um processo produtivo mínimo em nível estadual, uma iniciativa que se ensaia em alguns setores, com guarida de alguns atores do poder público local, a nosso ver, desnecessária e nociva aos interesses de um modelo já açoitado por pressões e compressões excessivas. Que autoridade teremos para questionar a inconstitucionalidade do PPB federal – com seus entraves nocivos – se adotamos o embaraço desse mesmo instrumento na rotina produtiva local.
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Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do Centro da Indústria do Estado do Amazonas. Editor responsável: Alfredo MR Lopes, nesta edição contou com a participação do consultor do Cieam Saleh Hamdeh.  cieam@cieam.com.br

Publicado no Jornal do Commercio do dia 28.11.2013

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