CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas

Coluna do CIEAM

Federação das Indústrias do Estado do Amazonas – FIEAM 56 ANOS

  1. Principal
  2. Coluna do CIEAM

03/08/2016 12:10

Fundada em 3 de agosto de 1960, a Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM) é a referência institucional das indústrias do Amazonas, seu fórum permanente das discussões estratégicas para o fortalecimento da indústria e de decisões em defesa do desenvolvimento social e econômico, como a consolidação do modelo Zona Franca de Manaus e a construção de novas matrizes econômicas para o Estado do Amazonas, ora sob a presidência do empresário e administrador Antônio Silva. O fundador e primeiro presidente desta casa foi Abrahão Sabbá, tendo como articulador e agente internacional de divulgação, à época, o jovem empresário Moysés Benarrós Israel. Naquele momento, os sindicatos representavam os setores de serrarias, carpintarias e tanoarias, panificação e confeitarias, cerveja e bebidas em geral, extração da borracha e calçados. Dr. Moysés Israel, que nos deixou recentemente, um dos fundadores, ocupava ao partir o cargo de 1º vice-presidente da FIEAM. Em seu depoimento sobre a entidade, na celebração de 2015, dizia que “a luta do empresariado amazonense era marcada pela defesa do desenvolvimento da indústria local, processadora de matérias-primas regionais, com destaque para as serrarias, usinas de beneficiamento de borracha, de castanha e de curtume, fabricação de calçados, bebidas e panificação”. Além de Abraão Sabbá, pioneiros como Isaac Sabbá, Antônio Simões, Petrônio Pinheiro, João de Mendonça Furtado, Francisco Garcia e José Nasser, entre outros, foram os precursores da defesa da economia da resistência, para enfrentar a estagnação econômica do II Ciclo da Borracha. Antônio Silva, atual presidente, exerce o terceiro mandato e também a segunda vice-presidência da Confederação Nacional da Indústria (CNI), com o compromisso de liderar decisões estratégicas em defesa do fortalecimento do Polo Industrial de Manaus, como a melhoria da infraestrutura, mudanças da matriz energética, e a atualização da legislação trabalhista, previdenciária e tributária, entre outras mudanças necessárias para atração de novos investimentos para o desenvolvimento econômico e social do Estado do Amazonas e do Brasil.

Representatividade institucional

A FIEAM é composta por 27 sindicatos patronais que representam o segmento industrial do Amazonas da construção naval, gráficas, serrarias, carpintarias e tanoarias, fiação e tecelagem, metalúrgicas, mecânicas e de material elétrico, olaria, alimentação, químicas e farmacêuticas, instalações elétricas, gás, hidráulicas e sanitárias, madeiras compensadas e laminadas, marcenaria, artefatos de borracha e recauchutagem, massas alimentícias e biscoitos, bebidas em geral, gravuras e encadernação, panificação e confeitaria, aparelhos elétricos, eletrônicos e similares, construção civil, calçados, extração da borracha, serralheria, pequenas metalúrgicas, mecânicas e similares, brinquedos, material plástico, empresas jornalísticas, meios magnéticos, relojoaria e ourivesaria, confecções de roupas e chapéus, material de segurança e proteção. A eles, que constroem – cada um com seu setor, na perspectiva da resistência e da inauguração permanente de um novo tempo, o CIEAM registra as mais efusivas felicitações e a certeza da disponibilidade na luta por um Amazonas pujante e empreendedor. Estão também em festa e destinatários de felicitações fraternas, todos os integrantes do Sistema FIEAM, constituído também pelo Serviço Social da Indústria – SESI, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI e Instituto Euvaldo Lodi – IEL, instituições que atuam em Educação e Qualidade de Vida, serviços técnicos e tecnológicos para a indústria e como elo entre os centros de conhecimento e o mercado de trabalho gerado pela indústria.

Os judeus na floresta

Celebrar a memória da FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO AMAZONAS remete à figura do Dr. Moysés Israel e pela consideração justa da presença judaica na Amazônia para resgatar a memória dos grandes empreendedores da região a partir do século XIX. Quando da celebração dos 50 anos da Federação, ocorrido em 2010, foi a memória hebraica que norteou os critérios de premiação adotados pela entidade para festejar a própria história. Aqui estão filiadas empresas globais com tecnologia de ponta - duas rodas, eletroeletrônicos, informática, relojoeiro, plásticos etc... – que integram o Polo Industrial de Manaus. Naquele evento, entretanto, a homenagem mais simbólica foi prestada à presença judaica no Estado, um hebreu exportador de castanhas, o empresário Moisés Sabá, remanescente de uma saga de empreendedores da região. Numa tacada, a entidade resgatou a castanha, um ícone da biodiversidade tropical, e reconheceu o papel exercido pela presença judaica na Amazônia, que tem mais de 200 anos. Esta presença precisa ser revisitada, o Eretz Amazonia de Samuel Benchimol precisa ser relido, entendido e ampliado. Lançado recentemente o livro "Os Judeus que Construíram o Brasil", das historiadoras Anita Novinsky, Daniela Levy, Eneide Ribeiro e Lina Gorenstein, conta como a inquisição prendeu mais de mil pessoas, provocou o desaparecimento de outras mil e arruinou famílias em todo o país. Jogando luz sobre uma passagem da história brasileira mantida em sigilo, o livro traz detalhes sórdidos da Inquisição portuguesa que transferiu para a colônia a perseguição aos judeus. A pesquisa, assim como outros documentos da historiografia nacional, ignora a Amazônia. Neste, meia página, apenas, descreve a saga dos construtores da história da economia brasileira. Eles aqui chegaram fugidos da discriminação opressiva do Velho Mundo, via Marrocos, para respirar o oxigênio da liberdade, “fazer a América”, diga-se, mais precisamente no sentido de sua potencialidade biogenética tropical mais referencial – a Amazônia. Aqui, juntamente, com árabes, gregos, troianos e demais desembarcados, se fizeram parte de uma paisagem obstinada na construção da prosperidade, uma paisagem que a Federação da Indústria do Amazonas representa há 56 anos. Vida longa a FIEAM!!!

==============================================================

Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. cieam@cieam.com.br

Publicada no Jornal do Commercio do dia 03.08.16

Coluna do CIEAM Ver todos

Estudos Ver todos os estudos

Diálogos Amazônicos Ver todos

CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas © 2023. CIEAM. Todos os direitos reservados.

Opera House