29/09/2016 11:36
O que dizer, neste momento de inflexão e tomada de decisão em favor do Brasil, do trabalho da Universidade de São Paulo, nossa melhor escola de padrão acadêmico e de padrão universal? Ao celebrar 70 anos, a FEA, Faculdade de Economia, Contabilidade e Administração da Universidade de São Paulo, celebra o Brasil, seus paradoxos, suas demandas urgentes de compreensão de si mesmo, enquanto nação e integração global e regional, integrando a multidão de saberes para entender o país que somos e a nação que queremos. Economia, Sociedade e Civilização, a métrica e a gestão da brasilidade, permeiam a festa do saber e do dever que nos cabe assumir. O aluno que adentra o universo da FEA, fácil e rapidamente, descobre que na USP está mergulhando numa seara de economia, contabilidade e administração como um conjunto de ciências do tecido. Considerando que as Ciências Sociais tratam de analisar, escrever, interpretar e descrever fenômenos da sociedade, ninguém cumpre essas tarefas sem ser bom economista, sem entender e sistematizar métricas e ser capaz de promover a gestão de suas descobertas, proposições e realizações. Por isso, o aluno que mergulha na FEA é alguém que aprende a importância da credibilidade dos indicadores dos movimentos, do equilíbrio, da justiça e da transparência em qualquer atividade onde irá se inserir. Ainda mais se se trata – neste momento de turbulência local e global – de resgatar a condição humana, de superar a barbárie, a demagogia e a contravenção e de promover o homem ao patamar de uma nova civilização. E é exatamente esta perspectiva civilizatória, de conduzir o homem ao patamar da ciência e da comunhão de valores e conquistas, reafirmando sua dignidade, que faz sentido celebrar FEA 70 anos, relatos, reflexões e proposições de um novo padrão de interação entre homem e natureza, equilibrado e próspero, sem o imobilismo da demagogia e sem os estragos dos modelos aloprados de transformação inconsequente e inconsistente de uma nova sociedade. Parabéns do CIEAM, Centro da Indústria do Estado do Amazonas, aos fundadores da FEA, seus pioneiros e os atuais gestores que carregam a bastão dessa extraordinária Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP, na pessoa do Professor Jaques Marcovitch, ex-reitor da USP, de Adalberto Fischmann, o diretor da FEA, e seus dedicados colaboradores. Em alusão ao evento, um website em comemoração ao seu 70º aniversário foi desenvolvido pelas áreas de Comunicação e Tecnologia da Informação, com as principais obras de impacto na comunidade científica dos professores da faculdade, divididas por suas áreas de conhecimento: economia, administração e contabilidade e atuária. São mais de 200 livros e artigos publicados em periódicos científicos selecionados pelos próprios autores. Vale a pena acessar, conhecer, entender, e integrar-se a esse movimento rumo a transformação. Vida longa à FEA, seus gestores, servidores, alunos e usuários de seus incontáveis benefícios em favor do Brasil.
E a Amazônia, Parente?
Segundo o dicionário Amazonês, do doutor em Linguística, Sérgio Freire, Parente é uma forma de tratamento usada para se falar com alguém. "Parente" remete à percepção de que somos, de alguma forma, irmanados, no sentido de aparentados, ou seja, de aparência, pela identidade amazônica, étnica, cultural. Com essa expectativa, este editor da Coluna Follow-Up, representou o CIEAM, Centro da Indústria do Estado do Amazonas, convidado pela direção da FEAUSP, para as iniciativas de celebração dos 70 anos daquela Faculdade de Economia, Contabilidade e Administração, iniciada com Pedro Parente, novo presidente da Petrobrás. Em sua palestra, Gestão Pública e Gestão Empresarial, destacou que a renovação do sistema de gestão da empresa é uma das principais ações para viabilizar a redução de endividamento, e melhorar o sistema de controles internos, para dificultar eventuais esquemas de corrupção. Para ele, o atual sistema de governança e gestão pública está "falido", pois não evitou a corrupção, nem garantiu o melhor preço e maior qualidade dos serviços oferecidos. Nos debates, foi indagado se havia entre as prioridades de reconstrução da petroleira algum olhar novo com relação à Amazônia, lembrando que, há 70 anos, num esforço-de-guerra, o Brasil negociou no Acordo de Washington a recomposição do II Ciclo da Borracha, em troca da siderurgia de Volta Redonda e do suporte de exploração das jazidas de petróleo na floresta. O Acordo se deu pela metade. Hoje, com o Acordo do Clima, a história se repete, não mais como tragédia, mas como farsa, pois os EUA poluem e a Amazônia promete parar o desmatamento. E que vantagem a Amazônia leva? A resposta sabemos de cor... O Parente se saiu pela tangente e disse que isso – um tema de “caráter estratégico” – era assunto para o ministério de Minas e Energia. Obviamente ele não iria entrar no mérito, tanto por não se ter debruçado sobre a delicadeza da matéria, como por ser habitual, para este Brasil ausente, deixar para “além depois” o interesse da floresta e de sua gente.
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Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. cieam@cieam.com.br
Publicada no Jornal do Commercio do dia 29/09/2016